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23 de dezembro de 2025

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Wagner Moura: ‘Eu existo graças às leis de incentivo à cultura’

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Wagner Moura pode estar vivendo o maior momento de sua carreira, como ele mesmo comentou na coletiva de imprensa de “O Agente Secreto” em São Paulo nessa terça-feira, 28 de outubro. O longa já rendeu a ele o prêmio de Melhor Ator no festival de Cannes desse ano e várias apostas de indicação ao Oscar.

Wagner Moura conquista Chicago com ‘O Agente Secreto’

Aliás, no mesmo dia ele foi indicado pela performance ao Prêmio Gotham, abrindo oficialmente a temporada de premiações com tudo. Inclusive, ele, que chegou atrasado, começou falando disso: “Está começando muito bem”.

“Eu acho que a gente está fazendo com nossos parceiros, com a Vitrine, com a Neon, com o MUBI, uma parceria que está dando muito certo, porque o filme está nos festivais certos, está indo nolugares certos, está sendo divulgado de forma bem feita”, logo declarou.

“Kleber [Mendonça Filho, diretor e roteirita de “O Agente Secreto”], bichinho não dorme. Vive o mundo viajando. Então, o nosso trabalhoa gente tem feito, acho que muito bem feito, sabe, de promoção e divulgação do filme. E as coisas estão chegando”, afirmor o ator em seguida.

” E quando as pessoas ficam perguntando sobre Oscar, eu digo que a gente está fazendo tudo direito, mas eu acho que a gente tem que ter calma e respirar. Esse termômetro agora, quando começam as indicações dessas outras premiações, aí eu começo a dizer que a gente tem um caminho que parece mais real do que há duas semanas”, competou, em síntese.

‘O Agente Secreto’ representará Brasil no Oscar após Cannes

Wagner Moura é fruto de leis de incentivo à cultura

Wagner Moura e Alice Carvalho na coletiva de imprensa de "O Agente Secreto"
Wagner Moura e Alice Carvalho na coletiva de imprensa de “O Agente Secreto” (Foto: Edu Araujo/Agnews)

Posteriormente, Wagner Moura defendeu as leis de incentivo à cultura para produções artísticas nacionais (como a Lei Rouanet): “Eu venho de muito tempo tendo que defender. A gente vive um momento que é tão de ataque a cultura e artistas.. eu estou tão cansado dessa conversa, eu estou com preguiça de falar disso. Mas é tão ruim você ver um ataque coordenado”.

“Eu sou fruto das leis de incentivo à cultura. Eu existo porque na Bahia, nos anos 90, houve leis que possibilitaram que atores do teatro baiano, como eu, Lázaro [Ramos], Vladimir [Brichta], que a gente pudesse existir como artista. E não só isso. Um país precisa se ver na sua cultura. Ele precisa se olhar. Nenhum país se desenvolve sem se olhar, sem se ver”, afirmou Wagner Moura.

Então ele continuou: “Quando a gente vai para fora com esse filme e as pessoas veem o Brasil, é um negócio a mais, um bônus. Porque as pessoas lá fora também estão vendo e dizem: ‘olha só, perna peluda [caso famoso do jornal Diário de Pernambuco abordado no filme], coisa louca’. Eu acho maravilhoso isso. É uma imagem que levamos para fora, mas, sobretudo, somos nós aqui nos vendo”.

“O cinema brasileiro tem uma história quase documentarista. É um cinema que nasce tentando entender que país é esse. Você vai ver o ‘cinema novo’, é isso. Que país é esse, que a gente quer entender. é uma característica muito forte do cinema brasileiro, mais do que outros lugares, eu acho”, analisou o ator.

Cinema como memória

Ele então citou “Marighella”, filme estrelado por Seu Jorge sobre o revolucionário e mesmo nomena qual foi o diretor: “Quando eu fiz ‘Marighella’, por exemplo, eu pensava muito nessa coisa de memória. Eu estou muito feliz também com o filme sobre ‘Os Malês’. Eu sempre quis muito ver histórias de revoltas populares sendo contadas. Por exemplo, essas histórias geralmente são colocadas numa prateleira estranha da história do Brasil”.

“Kleber tem essa pegada muito de historiador, de documentar as coisas. […] Enfim, a memória é importante, porque se a gente não tivesse, por exemplo, a Lei da Anistia, que foi uma lei que apagou a memória do Brasil, a gente não teria tido o presidnete que esteve nesse tal período (2018-2022). Então a memória é uma coisa importante, e não só na cultura e no cinema”, declarou.

“O jornalismo, a universidade, a sociedade como tudo, a gente tem a obrigação de preservar a nossa memória para que cresçamos, para que nos entendamos, para que nos vejamos”, reforçiu Wagner Moura.

Wagner e Kleber: ‘casamento’ de sucesso

Kleber Mendonça Filho, Tânia Maria e Gabriel Leone na coletiva de imprensa de "O Agente Secreto"
Kleber Mendonça Filho, Tânia Maria e Gabriel Leone na coletiva de imprensa de “O Agente Secreto” (Foto: Edu Araujo/Agnews)

Aliás, os elogios de Wagner Moura a Kleber Mendonça Filho não pararam por aí: “Eu nasci para trabalhar com Kleber. Nós somos dois homens muito diferentes, mas muito parecidos. Temos temperaturas muito diferentes, mas somos muito parecidos. Vemos a arte, o cinema, o que fazemos e a importância política disso de forma muito parecida”.

“Nos colocamos, somos artistas que estão falando, que não temos medo de dizer o que temos que dizer, e várias outras coisas. Somos nordestinos, isso é uma coisa muito forte. Quando eu conheci Kleber em Cannes, no ano de 2005, eu fiquei gostando muito dele logo, mas ele era crítico apenas”, afirmou em seguida.

“Mas acho que tem o fato de que eram raros os repórteres do nordeste que iam cobrir Cannes, e eu tava lá com um filme baiano e aí eu encontrei aquele cara de Recife, e acho que isso teve já uma liga, assim, muito boa. Kleber é um cara que tem muito conhecimento. Tem diretores que são muito bons, mas que não são cinéfilos. São ótimos diretores, mas que não tem a gramática do cinema”, apontou.

“Mas ele tem, ele é desses caras que sabem muito da história do cinema mundial, se apropria disso nos seus filmes. Você vê nos filmes de Kleber que ele gosta de filmes de cinema americanos anos 70, mas ele faz com que aquilo tudo vire pernambucano, vire muito brasileiro, muito pernambucano. Isso é uma coisa muito bonita. E muito difícil”, completou Wagner Moura.

Voltando a filmar falando português

Wagner Moura na coletiva de imprensa de "O Agente Secreto"
Wagner Moura na coletiva de imprensa de “O Agente Secreto”(Foto: Edu Araujo/Agnews)

“Então assim, isso é outra história maluca… fazia muito tempo que eu não trabalhava falando português num filme, acho que 12 anos. Então ter voltado a fazê-lo em Recife, que é uma cidade importantíssima na minha vida, onde estreou ‘A Máquina’, que é uma peça fundamental para mim, pra Lázaro, pra Vladimir, pra Gustavo.. com Kleber”, celebrou Wagner em seguida.

“Eu acho que foi um dos processos mais felizes que eu tive de trabalho. Eu tava muito feliz, eu tava feliz em Recife, eu tava trabalhando com Kleber e com essas pessoas que eu tava encontrando, Alice [Carvalho], Dona Tânia, Gab[riel Leone]. Todo dia eu era muito feliz naquela filmagem então, resumindo, foi massa”, descreveu Moura, super emocionado.

Falta de interesse de Wagner em algumas obras

Aliás, ele depois adentrou no fato citado de não filmar falando em português há tanto tempo: “Eu dirigi ‘Marighella’, e isso me tomou muito tempo, porque dirigir um filme não é o tempo que você filma, né? Eu fiquei dois anos inteiros ali, dedicado aquele filme. Eu fiz ‘Narcos’, que também demorou dois anos. Depois teve a época de Bolsonaro, que acabou o cinema, não tinha cinema no Brasil. Aí teve pandemia”.

“Então juntou tudo assim com uma época que eu tava também fazendo outras coisas lá fora, que era interessante pra mim também. Aliás, com a sinceridade que eu botei agora, não tinha nada que eu quisesse muito fazer [no Brasil]. Apareciam as coisas que eu não tivesse muita vontade”, falou Wagner Moura.

“Porque, hoje em dia, pra você querer fazer uma coisa… eu tenho três filhos pra criar, eu tenho que querer muito fazer uma coisa, sair de casa, tem quer ser feliz assim, desse jeito”, refletiu ele.

“Agora eu estou fazendo teatro, bicho. No Brasil, eu estreiei uma peça em Salvador, e você não sabe o que é de alegria para mim fazer isso. Uma peça com uma diretora brasileira, maravilhosa, em Salvadorm na minha cidade. Ficou em cartaz lá, agora estamos fazendo no Rio de Janeiro, então mostra que eu quero”, reforçou o ator.

Força do cinema brasileiro

Elenco na coletiva de imprensa de "O Agente Secreto"
Elenco na coletiva de imprensa de “O Agente Secreto” (Foto: Edu Araujo/Agnews)

Por fim, Wagner Moura destacou o casamento da cultura com a democracia para a arte existir: “A cultura e a democracia andam juntas. No momento que o Brasil voltou a ser um país com tendências democráticas, a cultura veio junto. Então você vê no Rio de Janeiro uma quantidade enorme de peças em cartaz maravilhosas”.

“Assim como o teatro, olha a safra do cinema brasileiro desse ano. Olha a quantidade de filmes maravilhosos que foram lançados”, disse o ator. Gabriel Leone chegou também a falar do cinema nacional e dessa força no Oscar: “É consequência. […] Ninguém senta pra escrever, ou a gente topa fazer um filme e você fala: ‘ah, eu vou ganhar o Oscar’. Você quer contar essa história, você quer participar”.

“Eu vi esses dias, em um lugar da internet, uma imagem muito interessante. Tá um cara cavando um túnel, e aí ele descobre uma superfície diferente da quele estava cavando, mas parece pequeno. E aí, na imagem seguinte, essa cavidade, na verdade, era gigantesca, e o cara botava lá: cinema nacional. Então eu torço muito para isso”, relembrou.

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“‘O Agente Secreto’ não só atrás de pessoas assistirem esses filmes, como a revisitarem o cinema nacional gigantesco, que é o filme do Kleber, o filme do Wagner, enfim, e há tantas e tantas décadas que a gente faz um cinema de alto nível. E que talvez não tenha recebido tanta atenção quanto merecia. Tomara que agora siga tendo cada vez mais por nós brasileiros”, concluiu o ator, em síntese.

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