O governo dos Estados Unidos anunciou uma drástica mudança nas regras para o visto H-1B, utilizado por profissionais de alta qualificação estrangeiros que buscam trabalho temporário em empresas americanas. A partir de agora, a taxa para emissão do visto pode chegar a US$ 100 mil (aproximadamente R$ 532 mil), um aumento significativo em relação aos atuais US$ 215.
A medida, assinada pelo ex-presidente Donald Trump, visa reformular o programa de vistos e, segundo o Secretário de Comércio Howard Lutnick, incentivar a contratação de trabalhadores americanos: “Se você vai treinar alguém, treine americanos”. A nova taxa será anual e cobrada das empresas que solicitarem a importação de mão de obra estrangeira.
O visto H-1B é crucial para o setor de tecnologia, sendo muito requisitado por empresas como Amazon (mais de 10 mil vistos aprovados em 2023), Microsoft e Meta (ambas com mais de 5 mil). Ele permite a contratação de profissionais especializados em áreas como engenharia de software, gerenciamento de projetos de tecnologia e outras funções de TI.
A mudança tem grande impacto no perfil dos solicitantes. Cidadãos indianos representam a maioria dos aprovados no programa – 71% dos vistos H-1B foram concedidos a indianos em 2023, seguidos pela China com 11,7%. A alta taxa pode dificultar a contratação de talentos estrangeiros, especialmente em um mercado competitivo como o Vale do Silício.
Além da taxa, Trump também planeja alterar os níveis salariais do programa, buscando limitar ainda mais seu uso. Críticos do H-1B argumentam que o programa é usado para suprimir salários e prejudicar trabalhadores americanos qualificados.
No Brasil, o impacto direto é menor, mas a medida pode influenciar o mercado global de tecnologia e a disponibilidade de talentos. Empresas brasileiras buscando profissionais especializados em tecnologia podem encontrar maior concorrência por talentos no mercado internacional.