TikTok: prazo para venda nos EUA termina hoje. O que pode acontecer com o app e seus usuários? Entenda a disputa com a China
O prazo para a conclusão da venda do TikTok nos Estados Unidos termina nesta terça-feira (16), após ter sido adiado três vezes pelo presidente Donald Trump. A negociação dos ativos da rede social com investidores americanos está no centro de uma disputa geopolítica e tecnológica entre EUA e China.
Em setembro, Trump assinou um decreto que concedeu mais 90 dias para a negociação, afirmando que havia um entendimento para que o aplicativo continuasse operando no país. “Temos um acordo sobre o TikTok. Temos um grupo de empresas muito grandes que querem comprá-lo”, disse Trump, sem detalhar quais empresas seriam essas.
Caso o TikTok não fique sob o controle de um grupo considerado confiável pelos EUA, o aplicativo poderá ser bloqueado no país. O decreto de Trump estabeleceu um período de 90 dias durante o qual o Departamento de Justiça não tomaria medidas para aplicar a Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicações Controladas por Adversários Estrangeiros, nem impor penalidades por descumprimento.
Segundo o jornal Wall Street Journal, as operações do TikTok nos Estados Unidos seriam controladas por um consórcio de investidores que inclui Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz. A proposta envolveria a criação de uma nova empresa para operar o TikTok, com investidores norte-americanos detendo aproximadamente 80% das ações e acionistas chineses o restante. A diretoria seria dominada por norte-americanos, com um membro designado pelo governo dos EUA. Os usuários atuais seriam solicitados a migrar para um novo aplicativo.
As conversas sobre o TikTok fazem parte de uma disputa maior entre EUA e China, que envolve tarifas comerciais e regras para exportação de tecnologia. As negociações começaram no primeiro semestre, mas foram interrompidas após a China sinalizar que não aprovaria o acordo devido às tarifas aplicadas por Trump sobre produtos chineses.
Em 2024, o Congresso americano aprovou uma lei obrigando a ByteDance a ceder o controle da operação da plataforma nos EUA, visando evitar que o governo chinês tivesse acesso a dados de usuários. A ByteDance nega vínculos com o governo chinês e afirma que os dados dos usuários americanos são armazenados em servidores da Oracle nos EUA, com decisões de moderação tomadas em território americano.
Desde que reassumiu a presidência, em janeiro, Trump evitou aplicar a lei, alegando que isso deixaria usuários insatisfeitos e afetaria a comunicação política. Ele, que tem mais de 15 milhões de seguidores no TikTok, disse que a rede contribuiu para sua vitória nas eleições do ano passado e que a Casa Branca também criou uma conta oficial na plataforma.
Com informações do G1











