A NextEra Energy, uma das maiores empresas de energia dos Estados Unidos, anunciou a reativação da usina nuclear Duane Arnold Energy Center, localizada no estado de Iowa. A usina, desativada desde 2020, voltará a operar em 2029 para suprir, principalmente, a crescente demanda energética dos projetos de inteligência artificial (IA) do Google.
O Google firmou um contrato de 25 anos com a NextEra Energy para a compra de energia da usina. Segundo a companhia energética, o acordo comercial é fundamental para viabilizar o investimento necessário para a reabertura da planta, estimado em mais de US$ 1,6 bilhão, conforme informações do Financial Times.
Demanda por energia e o futuro da energia nuclear
A parceria entre Google e NextEra foi descrita por Ruth Porat, presidente e diretora de investimentos da Alphabet e do Google, como um “modelo para os investimentos necessários em todo o país para ampliar a capacidade energética e fornecer energia limpa e confiável, sem comprometer a acessibilidade e com geração de empregos”. A empresa também planeja explorar novas oportunidades de geração nuclear com a NextEra, devido ao aumento do consumo de eletricidade impulsionado pela expansão da IA.
O avanço da inteligência artificial tem elevado significativamente a demanda por eletricidade. A Agência Internacional de Energia (AIE) estimou, em abril, que o consumo de energia dos data centers deve dobrar até 2030, segundo a AFP. Nesse contexto, empresas de tecnologia buscam fontes de energia estáveis e com baixa emissão de carbono, o que tem reacendido o interesse pela energia nuclear, conforme reportado pela Reuters.
Em 2023, a Microsoft também assinou um acordo semelhante com a Constellation Energy, visando à reabertura da usina de Three Mile Island, na Pensilvânia, em 2028, de acordo com o Financial Times. O setor nuclear, que enfrentou um período de declínio após o desastre de Fukushima em 2011 e com a ascensão do gás de xisto, passa por um “renascimento” impulsionado pela busca por energia limpa e constante.
Especialistas ouvidos pelo Financial Times alertam que a reativação de usinas nucleares exige cautela e o cumprimento rigoroso de padrões de segurança e regulação para evitar riscos ambientais e operacionais.











