Cômite de Enfrentamento à doença no estado apontou para perigo das mutações do vírus e alertou sobre evolução dos casos em pessoas mais jovens. Novas variantes da Covid-19 impactam no aumento do número de casos graves e óbitos
As novas variantes do novo coronavírus têm relação direta com aumento de internações e óbitos por Covid-19 no Amapá. É o que aponta o Cômite de Enfrentamento à doença no estado e alerta para a evolução dos casos em pessoas mais jovens.
A cada mudança sofrida, o novo vírus tem alterações no genoma viral. Com isso, novas linhagens e variantes vão surgindo, informou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com a pesquisadora da Fiocruz, Paola Resende, as mutações fazem parte de um processo evolutivo natural de qualquer vírus. Até o momento, duas variantes do novo coronavírus foram identificadas no país.
“A linhagem P.1 que é uma variante detectada inicialmente no estado do Amazonas e se dispersou por todo o país. Nós temos outra variação também circulando no país que é a B.1.7 que foi detectada inicialmente no Reino Unido. Essas alterações permitiram que algumas linhagens ganhassem alguma vantagem evolutiva, ou seja, passassem a infectar mais na população”, explicou.
Leito para atendimento de pacientes de Covid-19 na UBS Covid Santa Inês
Jorge Júnior/Rede Amazônica
Segundo o presidente do Comitê Médico de Enfrentamento à Covid no Amapá, Pedromar Valadares, o que mais tem chamado atenção nas unidades de atendimento especializado é curto espaço de tempo para evolução dos casos.
“Ano passado nós tínhamos uma certa frequência previsível de sintomas, hoje isso tudo mudou. A fase inicial ela é mais silenciosa, a evolução pode ser muito rápida, o que exige que as pessoas tenham mais cuidado, porque o período que a gente tem para usar medicações, acompanhamento, identificar fatores de risco, encurtou mais ainda”, alertou.
Tenente-coronel Pedromar Valadares, presidente do Comitê Médico de Enfrentamento à Covid no Amapá
Cedec/Divulgação
De acordo com o Comitê, isso tem provocado a contaminação de pessoas da faixa etária mais jovens. Ao contrário do que ocorreu no início da pandemia, quando pessoas com comorbidades e idosos eram os públicos mais atingidos com a doença.
“Não pode tomar a vacina se tiver com sintomas de gripe, porque qualquer síndrome gripal pode ser Covid. E a pessoa se vacinar estando contaminada tem risco de formar um quadro grave. Também é preciso tomar a 2ª dose para estar protegido”, completou Valadares.
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