O ucuqui é um fruto nativo da região amazônica, pertencente à família Sapotaceae. Ele cresce naturalmente às margens dos rios, especialmente no Alto Rio Negro, e faz parte da vida das comunidades ribeirinhas e povos indígenas.
A fruta, que lembra um abacate na aparência, possui uma casca amarelada, grossa e resistente – o que ajuda a preservar seus atributos por mais tempo. Por dentro, a polpa branca é doce e tem uma textura pastosa.
Apesar do sabor agradável, o consumo de ucuqui pede um pouco de moderação. Ele é considerado um fruto “forte” e adstringente, por isso, o ideal é comer no máximo duas ou três unidades para evitar qualquer irritação na boca.
Além do sabor: usos e benefícios
Além de ser consumido in natura ou em preparações como mingaus e bebidas, o ucuqui também tem outras aplicações. Tradicionalmente, ele é utilizado como um vermífugo natural, sendo ingerido pela manhã. As sementes e a casca também são aproveitadas no artesanato local, transformadas em colares, brincos e pulseiras.
Estudos e preservação do ucuqui
A Embrapa Amazônia tem se dedicado a preservar e estudar o ucuqui, incluindo a espécie em sua coleção de fruteiras nativas. Estudos iniciais avaliaram 15 frutos, revelando que a polpa corresponde, em média, a 10% do peso total, variando entre 26g e 99g. As sementes são grandes, com peso médio de 65,5g, e geralmente há apenas uma por fruto (em alguns casos, duas).
A análise da Embrapa também identificou uma variabilidade genética na espécie, principalmente na polpa. Isso é um bom sinal, pois indica que é possível selecionar plantas com maior rendimento, tornando o ucuqui ainda mais atrativo para o consumo e para a indústria de alimentos.
O ucuqui é um exemplo da riqueza da biodiversidade amazônica e do conhecimento tradicional das comunidades locais. Preservar essa fruta é garantir a cultura, a saúde e a segurança alimentar da região.