Celebrando 130 anos, o evento tradicional recebe reconhecimento como Patrimônio Histórico de Rondônia, preservado por quatro gerações da mesma família.
Há mais de um século, a Festa do Divino Espírito Santo é um marco no Vale do Guaporé, Rondônia, às margens da fronteira Brasil-Bolívia. Mesmo enfrentando desafios ao longo dos anos, a tradição perseverou, realizando mais de 126 peregrinações em 40 comunidades ribeirinhas, durante 50 dias.
Rondônia
Recentemente, o evento centenário foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado de Rondônia, destacando sua importância histórica, cultural e social.
Antes desse reconhecimento, a festa passou por altos e baixos, quase desaparecendo. No entanto, a celebração, fundada por Manoel Fernandes após a assinatura da Lei Áurea, resistiu ao tempo, passando de geração em geração.
João Agripino Ramos, da quarta geração, compartilhou que seu bisavô estabeleceu a tradição, trazendo consigo símbolos como a coroa de prata, bandeira e adereços de Vila Bela da Santíssima Trindade (MT), transmitindo essa riqueza cultural até os dias de hoje.
Festa do Divino Espírito Santo: Uma Tradição Multinacional
A celebração remonta ao século XIV em Portugal, centrada no culto à terceira pessoa da Trindade. Essa tradição foi trazida ao Brasil durante a colonização pelos portugueses.
Hoje, a festividade é organizada por devotos afro-brasileiros e bolivianos, ocorrendo simultaneamente em ambos os países. O evento único nos rios é exclusivo de Rondônia, onde a romaria aquática percorre mais de 1.360 quilômetros do rio Guaporé e afluentes, passando por 39 cidades em 50 dias, unindo comunidades e preservando uma rica herança cultural.