Avanços tecnológicos e a redução de custos em medidores inteligentes são fatores que incentivam a modernização das tarifas de energia elétrica e podem gerar economia para o consumidor, afirmou nesta quarta-feira (12) o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa.
Na semana passada, a área técnica da agência propôs uma mudança na forma como a conta de luz é calculada, variando o valor conforme o horário de consumo. O objetivo é incentivar o uso mais racional da energia e reduzir os custos do sistema. A iniciativa ainda está em estudo.
Tarifa atual é ineficiente
Para Feitosa, o modelo atual de tarifa para baixa tensão é ineficiente, pois não reflete o custo real da energia ao longo do dia e do ano. Ele ressaltou que, sem as tecnologias disponíveis atualmente, seria difícil aprimorar o sistema sem aumentar os custos para o consumidor.
“A inovação tecnológica, com a redução do preço dos medidores e a maior interconectividade, cria um cenário ideal para responder à realidade do setor”, destacou o diretor-geral da Aneel.
O perfil dinâmico do consumidor também impõe novos desafios ao sistema elétrico, que historicamente se baseava em fontes hidrelétricas, complementadas por usinas térmicas em horários de pico. Atualmente, a variabilidade na geração exige uma adaptação da demanda, que pode ser feita por meio de “sinal de preço”.
Como funciona a proposta
A proposta da Aneel prevê a criação de três faixas de horário com tarifas diferenciadas:
- Pico: Tarifa mais alta.
- Intermediário: Tarifa intermediária, geralmente uma hora antes e uma hora depois do pico.
- Fora de pico: Tarifa mais baixa, incluindo madrugada, fins de semana e feriados.
O preço da energia em cada faixa refletiria a demanda do sistema. Segundo Sandoval, a tarifa “fora de pico” pode ser até 50% mais barata que a tarifa de pico e 15% mais barata que a convencional.
A mudança busca dar um “sinal de preço” ao consumidor, indicando o custo da energia em cada momento do dia, incentivando o consumo em horários mais baratos.
Implementação gradual
A implementação do novo sistema será gradual, começando em 2026 com consumidores de alto consumo (acima de 1.000 kWh/mês), que representam 25% do consumo de baixa tensão no país. Em 2027, o modelo será estendido a quem consome acima de 600 kWh/mês.
A proposta ainda é uma nota técnica e precisa ser submetida à consulta pública e aprovada pela diretoria da Aneel. O colegiado também discutirá a possibilidade de o consumidor poder retornar ao modelo atual após um período de adaptação.








