Os Estados Unidos retiraram tarifas de 40% sobre uma série de produtos brasileiros, incluindo carne bovina, café, açaí e cacau. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (20) pela Casa Branca e é resultado de negociações entre os governos do Brasil e dos EUA.
Negociações e Decisão
A retirada das tarifas vale para produtos que chegarem aos Estados Unidos a partir de 13 de novembro. O anúncio ocorre após reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, onde o tema foi discutido. O presidente Donald Trump destacou em comunicado a conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro, ressaltando o acordo para abordar as preocupações relacionadas às tarifas.
Trump mencionou que recebeu recomendações de funcionários indicando que certas importações agrícolas brasileiras não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional, devido ao progresso nas negociações.
Reação do Governo Brasileiro
O governo brasileiro celebrou a decisão. O presidente Lula afirmou estar “muito feliz” com a redução da taxação de produtos brasileiros, enfatizando que a medida é resultado do diálogo. Lula também indicou que continuará buscando a eliminação das demais tarifas aplicadas aos produtos brasileiros.
O Itamaraty considerou a decisão um avanço importante, especialmente pela menção às negociações com o Brasil e pela data retroativa. O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, classificou a medida como uma “excelente notícia”, afirmando que o Brasil volta a competir em condições equitativas no mercado americano, o que contribui para a estabilização de preços.
Impacto para Exportadores
A retirada das tarifas representa um alívio para exportadores brasileiros de café e carne. Os EUA são o principal comprador de café do Brasil, respondendo por cerca de 16% das exportações do país. As importações de café caíram pela metade entre agosto e outubro de 2024 devido ao tarifaço, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, descreveu a decisão como um “presente de Natal antecipado”, ressaltando a importância de competir com sustentabilidade e competitividade. Os Estados Unidos também eram o segundo maior comprador de carne brasileira antes do tarifaço, importando 12% do volume total exportado pelo Brasil. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a decisão, reforçando a estabilidade do comércio internacional.










