Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (21), a retirada de tarifas de 40% aplicadas a diversos produtos brasileiros, incluindo carne bovina, café, açaí, cacau e outros. A medida, que entrará em vigor em 13 de novembro, é vista por negociadores brasileiros como um sinal político do presidente Donald Trump.
Esforços Diplomáticos
O anúncio de Trump ocorreu após uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro, conforme mencionado pelo próprio líder americano. A decisão é considerada um resultado das negociações bilaterais entre os dois governos.
Desde a imposição das tarifas, o governo brasileiro adotou uma postura de defesa do diálogo e da negociação, buscando uma solução para a disputa comercial. Em abril, o presidente Lula afirmou que o país responderia a qualquer tentativa de protecionismo, defendendo o multilateralismo e o livre comércio.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, criticou a decisão de Trump, afirmando que ela enfraquecia a Organização Mundial do Comércio (OMC) e gerava insegurança para investimentos. Alckmin reiterou a importância do diálogo e da negociação como caminhos para a resolução de conflitos.
Bastidores da Negociação
Representantes do governo brasileiro relataram a realização de conversas nos bastidores, em Brasília e Washington, com membros do governo americano e empresários, buscando uma aproximação. O governo Lula também enviou cartas a integrantes do governo Trump, embora não tenha recebido respostas formais.
Em julho, Trump havia imposto uma tarifa adicional de 40%, elevando o total para 50%. O governo brasileiro tentou, sem sucesso, adiar a medida e excluir alimentos e a Embraer do aumento das tarifas.
Vitórias Parciais e Encontro entre Líderes
Em setembro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou a retirada da alíquota de 10% sobre a maior parte das exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel para os EUA. Alckmin destacou que essa decisão representava um avanço, mas ressaltou que ainda havia muito a ser feito.
Durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, Trump e Lula tiveram um breve encontro, descrevendo a interação como positiva. Segundo Trump, eles tiveram “uma química excelente” e concordaram em se encontrar na semana seguinte.
Decisão Final e Acordo
Em 6 de outubro, Trump anunciou que havia conversado com Lula e concordado em iniciar negociações para tratar das preocupações relacionadas à Ordem Executiva 14323. Ele também informou que, com base em recomendações de seus assessores, certas importações agrícolas do Brasil não estariam mais sujeitas à tarifa adicional, devido ao progresso inicial nas negociações.









