A imposição de tarifas elevadas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos madeireiros brasileiros já provocou a demissão de cerca de 4 mil trabalhadores no setor, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci). O anúncio da sobretaxa de 50%, feito em 9 de julho, desencadeou uma crise que se intensificou até o dia 15 do mês corrente.
A indústria madeireira, que emprega aproximadamente 180 mil pessoas em todo o país, viu suas exportações para o mercado americano, que absorve cerca de 50% da produção, sofrerem uma queda acentuada. Em alguns segmentos, a dependência do mercado dos EUA é ainda maior, atingindo 100% das vendas.
De acordo com a Abimci, o volume de exportações dos principais produtos de madeira processada diminuiu entre 35% e 50%. Além das demissões, 5.500 trabalhadores foram colocados em férias coletivas e outros 1.100 em regime de lay-off, com redução da jornada de trabalho ou suspensão temporária do contrato.
A associação projeta que, caso a situação não se reverta, mais 4.500 empregos poderão ser eliminados nos próximos dois meses. Em 2024, as exportações do setor madeireiro para os Estados Unidos totalizaram US$ 1,6 bilhão.
A Abimci criticou a falta de ação do governo brasileiro, defendendo a abertura de um canal de diálogo diplomático com os Estados Unidos e a adoção de negociações baseadas em critérios técnicos e comerciais. A associação enfatizou a necessidade de uma solução negociada para restabelecer o comércio bilateral.
O Rio Grande do Sul, importante polo produtor de madeira no Brasil, é um dos estados mais afetados pela medida. A instabilidade no setor pode impactar negativamente a economia local, que depende significativamente das exportações de madeira.
Com informações do G1 Economia