Casos de infarto entre pessoas de 20 a 39 anos aumentaram 180% no Brasil, segundo dados recentes do Ministério da Saúde. A estatística assusta e revela uma mudança drástica no perfil das doenças cardiovasculares, que antes eram mais comuns em idosos, mas agora colocam a juventude brasileira no epicentro de um surto silencioso.
Esse salto alarmante nos casos de infarto está diretamente ligado a fatores como estresse crônico, sedentarismo, má alimentação e uso de cigarros eletrônicos. Mas uma nova variável ganhou destaque nas pesquisas médicas: a Covid-19.
⚠️ A Covid-19 e o coração: o que a ciência descobriu?
Um estudo publicado na respeitada revista Atherosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology revelou que pessoas infectadas pela Covid-19 podem ter risco elevado de infarto e AVC por até três anos após a infecção.
A pesquisa analisou dados de mais de 250 mil pacientes do UK Biobank e descobriu que quem teve Covid-19 em 2020 — antes das vacinas — teve o dobro do risco de sofrer um evento cardíaco grave. Nos casos mais graves, com hospitalização, esse risco triplica.
“Não há sinal de atenuação desse risco ao longo do tempo. É um efeito sustentado e único da Covid”, afirma o Dr. Stanley Hazen, líder da pesquisa e chefe do Departamento de Ciências Cardiovasculares e Metabólicas na Cleveland Clinic.
O vírus pode provocar inflamações prolongadas, danos ao revestimento dos vasos sanguíneos e até instabilidade de placas nas artérias, o que favorece infartos e derrames.

🧬 Genética, tipo sanguíneo e risco cardiovascular
Outro achado curioso: pessoas com sangue tipo O parecem ter menor risco de complicações cardíacas após a Covid-19 do que quem tem sangue A, B ou AB. Mas isso não elimina o perigo, apenas sugere um fator genético de proteção parcial.
Além disso, pacientes que tomavam aspirina em baixa dose tiveram uma incidência menor de eventos cardíacos pós-Covid, indicando que ações preventivas podem fazer diferença.

💥 Estilo de vida: um gatilho poderoso
A Covid não é o único fator por trás da explosão de infartos em jovens. Especialistas alertam que o combo estresse + sedentarismo + má alimentação + cigarro eletrônico tem se tornado fatal.
“Infartos em jovens eram raros. Hoje, atendemos com frequência pessoas de 25, 30 anos com sintomas cardíacos graves”, diz a cardiologista Dra. Juliana Tavares, do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte.
🧠 Sinais de alerta que não devem ser ignorados
Mesmo jovens devem ficar atentos aos sinais típicos de infarto:
- Dor no peito ou no braço esquerdo
- Falta de ar
- Suor excessivo
- Náuseas e tontura
- Cansaço fora do comum
Esses sintomas são muitas vezes subestimados por jovens, o que atrasa o atendimento médico e agrava o quadro.
🩺 Prevenção é possível — e necessária
A boa notícia é que o risco pode ser reduzido com mudanças simples, mas consistentes:
- Alimentação saudável e pobre em ultraprocessados
- Exercício físico regular
- Abandono do cigarro (inclusive os eletrônicos)
- Redução do consumo de álcool
- Acompanhamento médico frequente
Pacientes que tiveram Covid-19 grave devem ser monitorados de perto, mesmo após a recuperação.
✅ A juventude precisa cuidar do coração agora
O aumento de infartos entre jovens é um reflexo direto da vida moderna, acelerada e pouco saudável — e foi potencializado pelos efeitos a longo prazo da Covid-19.
A geração mais conectada da história também precisa estar mais conectada com a própria saúde.
Fonte: Gauderionews