Produtores paulistas de carne de porco registraram o maior poder de compra de farelo de soja dos últimos 20 anos, segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba. Em setembro, a relação de troca permitiu ao suinocultor adquirir 5,57 quilos de farelo de soja com a venda de um quilo de suíno vivo, especialmente na região de Campinas (SP).
Este é o maior volume registrado desde dezembro de 2004, quando a relação de troca atingiu 6,49 quilos. Os pesquisadores do Cepea apontam que o poder de compra atual é 54% superior à média histórica da série, iniciada em janeiro de 2024, que é de 3,62 quilos.
Preços e exportações
O cenário favorável é influenciado pela combinação de preços firmes do suíno vivo e a desvalorização do farelo de soja. Em setembro, o preço médio do suíno vivo foi de R$ 9,25 o quilo, o maior valor de 2025. A tonelada do farelo de soja negociada em Campinas teve média de R$ 1.660,53, 21,7% abaixo do mesmo período do ano anterior.
As exportações de carne suína brasileira também apresentaram alta, com um crescimento de cerca de 72% entre janeiro e agosto de 2025. Foram exportadas 7,7 mil toneladas em janeiro e 13,3 mil toneladas em agosto. Chile e Filipinas se destacam como os principais destinos, com o Chile registrando 14,5 mil toneladas em julho. O aumento das exportações para o Chile está relacionado ao reconhecimento, pelo governo chileno, do estado do Paraná como livre de febre aftosa sem vacinação e de peste suína clássica.
O Cepea também analisou os movimentos de preços das carnes concorrentes e os reflexos da estiagem em agosto. Os preços do suíno vivo e da carne de porco permaneceram em alta desde o fim do primeiro semestre de 2025, contrariando a tendência de queda para o período.
Em agosto, o indicador do Suíno Vivo Mensal Cepea/Esalq fechou em R$ 8,57 em Minas Gerais, R$ 8,27 no Paraná, R$ 8,15 no Rio Grande do Sul, R$ 8,19 em Santa Catarina e R$ 8,76 em São Paulo.