A investigação, realizada pela University of Wisconsin-Madison, uma Universidade e Centro de Pesquisas dos Estados Unidos, deve percorrer 15 municípios do Estado de Rondônia. 

Em Ariquemes, as pesquisadoras Thaís Santiago, pós-doutoranda em Economia Ambiental, e  Marin Skindmore, doutoranda em Economia Agrícola, visitaram agricultoras da Associação das Mulheres e Produtoras Rurais da BR-364, localizada na Linha C-70 da rodovia. 

O objetivo era coletar dados que tornem possível entender as variações do ciclo da água e sua qualidade nos últimos anos, associadas aos impactos das interferências humanas e climáticas para entender, ao final da compilação dos dados, a forma como estes fatores impactam a produção rural. 

“Nosso grupo se dedica ao estudo do uso da terra, em Rondônia, desde 1996. Então, nós temos dados dos anos de 1996, 2000, 2005 e 2009. Essa vai ser a quinta rodada de levantamento de dados em que vamos realizar entrevistas com os produtores rurais para investigar como eles usam a terra, qual o tipo de retorno que eles recebem, em termos de bem estar e renda, e quais são as adaptações que têm sido necessárias para o uso da água e para manter a produção”, explicou Thaís Santiago.

O estudo

Entre os pontos abordados na entrevista feita com os produtores, estavam questões sobre o período de estiagem e mudança de cultura, conforme variações climáticas e ciclos das chuvas, sistemas de irrigação utilizados, qualidade e cuidados com os pastos e tanques de piscicultura, vacinações e métodos de reflorestamento das áreas degradas de preservação permanente. Além disso, também foram indagados sobre a percepção das mudanças climáticas ao logo dos últimos cinco anos.

Marin Skindmore explica que estes dados serão transformados em um questionário padrão e reaplicados aos produtores na segunda fase da pesquisa, que ocorre em julho deste ano.  “Pesquisadores dos Estados Unidos e do Instituto Federal de Rondônia se reunirão em Ouro Preto do Oeste e ministrarão um treinamento para capacitar os acadêmicos que farão a aplicação do questionário”, disse Skindmore.

Parcerias

O trabalho é realizado em parceria com outras cinco universidades, incluindo a Unir (Polo Rolim de Moura). Professores e pesquisadores de áreas como sensoriamento remoto, hidrologia, engenharia florestal e economia, atuam no projeto. 

Órgãos Públicos como a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ariquemes (Sema) viabilizam o contato com os produtores. 

O resultado final da análise será devolvido a estes órgãos para implementação de ações no âmbito do desenvolvimento sustentável. 

“O objetivo é produzir evidência cientifica que seja útil para formulação de políticas públicas capazes melhorar a vida do produtor rural. Além disso, nós estamos comprometidos em devolver os resultados para estes órgãos públicos e também para o sindicatos e associações que contribuíram com este estudo”, concluiu Thaís Santiago.