O saneamento básico é essencial para o desenvolvimento das cidades e para garantir uma vida digna à população. Em Manaus, os avanços na infraestrutura de água e esgoto estão transformando a cidade, impulsionando a economia, valorizando imóveis, fortalecendo o turismo e, principalmente, melhorando a qualidade de vida dos moradores.
De acordo com a Lei Federal nº 11.445/2007, o saneamento básico abrange desde o abastecimento de água até a gestão de resíduos sólidos, passando pela coleta e tratamento de esgoto. O geógrafo Deivison Molinari explica que muitas vezes as pessoas pensam que saneamento é apenas esgoto, mas é um conceito muito mais amplo.
O saneamento básico inclui:
- Abastecimento de água potável
- Coleta e tratamento de esgoto
- Manejo de resíduos sólidos (coleta, transporte, tratamento e destinação final)
- Drenagem urbana
- Controle de vetores (mosquitos, ratos, etc.)
Apesar da definição clara, ainda existe confusão sobre o conceito. O saneamento é um serviço público essencial, geralmente administrado pelas prefeituras, e suas diretrizes estão estabelecidas na Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007) e no novo marco do saneamento (Lei nº 14.026/2020).
Situação no Brasil e em Manaus
O Instituto Trata Brasil aponta um cenário preocupante: cerca de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e mais de 90 milhões vivem sem coleta de esgoto. Além disso, apenas 52,2% do esgoto gerado no país é tratado, e quase 38% da água tratada se perde antes de chegar às residências.
Manaus ocupa a 86ª posição no ranking nacional de saneamento, resultado de investimentos contínuos na ampliação do acesso à água tratada e ao tratamento de esgoto. A cidade possui um aterro controlado, um passo intermediário entre os lixões e os aterros sanitários completos, que evita a contaminação de igarapés como o da Avenida das Flores.
A diferença entre os tipos de destinação final de resíduos é crucial. Lixões, ainda comuns em muitas cidades, são áreas de descarte a céu aberto que contaminam o solo e a água, além de proliferarem doenças. Aterros controlados, como o de Manaus, adotam medidas parciais de contenção, mas ainda não são ideais. O aterro sanitário, com tratamento completo dos resíduos e controle rigoroso, é o modelo mais recomendado.
Turismo e Saneamento: uma relação direta
Manaus é um importante destino turístico, com atrações como o Teatro Amazonas e o Mercado Adolpho Lisboa, além de praias de rio e igarapés. O crescimento populacional e a expansão da cidade exigiram investimentos na infraestrutura de saneamento.
Com mais de 2,1 milhões de habitantes (Censo IBGE 2018) e uma estimativa de 2,3 milhões para 2025, Manaus tem atraído cada vez mais turistas. No primeiro quadrimestre de 2025, o estado do Amazonas recebeu mais de 132,5 mil visitantes, com Manaus sendo um dos destinos mais procurados.
A falta de saneamento pode prejudicar o turismo, tornando os locais menos atrativos e aumentando o risco de doenças. Por isso, investimentos em saneamento básico são fundamentais para impulsionar o setor.
O programa ‘Trata Bem Manaus’, da Águas de Manaus, tem como objetivo universalizar o tratamento de esgoto na capital até 2033. A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Ponta Negra, por exemplo, beneficia toda a região, contribuindo para a preservação do meio ambiente e a valorização do Encontro das Águas.
A ETE Raiz, localizada no bairro Raiz, também é um importante investimento, contribuindo para a recuperação do Igarapé do 40. A estação trata mais de 230 milhões de litros de esgoto por mês, beneficiando 50 mil pessoas.
Com um saneamento básico adequado, Manaus se torna um destino mais atraente e sustentável, oferecendo aos visitantes uma experiência mais agradável e saudável. A renovação da Galeria dos Ingleses, também inserida no programa Trata Bem Manaus, é outro exemplo de como o saneamento pode contribuir para a revitalização da cidade.
Com informações do Portal Amazônia











