A 31ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que prossegue até o domingo (30 de novembro), apresenta, pela primeira vez, um espaço dedicado exclusivamente a test-drives. O ambiente, denominado Drive Experience, ocupa uma pista indoor de 14 mil m², onde o público tem a oportunidade de dirigir lançamentos com diferentes tipos de motorização: combustão, híbridos, elétricos e modelos 4×4.
Localizado no Distrito Anhembi, o espaço de testes foi idealizado com inspiração no Salão de Detroit, oferecendo uma reta de 160 metros para avaliação de aceleração, além de exercícios como slalom (zigue-zague entre cones) e frenagem.
Experiência e Interatividade
A organização do Salão, a RX, estima a realização de 10 mil test-drives durante o evento. A pista tem capacidade para até 15 veículos simultaneamente. “O Drive Experience reforça o objetivo de trazer mais interatividade para o novo Salão, que se consolida como uma plataforma de inovação e relacionamento direto entre marcas e público”, afirma Thiago Braga Ferreira, gerente executivo do evento.
O espaço pode realizar até 1 mil testes por dia, com voltas de até 10 minutos. Cerca de 40 modelos de diferentes fabricantes estão disponíveis para avaliação, com cada marca podendo disponibilizar até seis carros por hora.
Entre as marcas participantes estão CAOA Changan, BYD, Renault, Peugeot, GWM, Leapmotor, Jeep, Geely, Fiat, CAOA Chery, Citroën, GAC e Honda.
Para receber o circuito, o Distrito Anhembi passou por modernizações, incluindo climatização e sistemas de exaustão específicos. A instalação de tais sistemas é essencial, dado que o local é fechado, para evitar a exposição dos visitantes aos gases emitidos pelos veículos. “Contratamos uma equipe para produzir um laudo preliminar atestando a eficiência do sistema de exaustão e do controle de ruído para garantir a segurança e conforto dos visitantes”, explica Ferreira.
Critérios e Segurança
Antes de realizar o test-drive, os participantes devem passar por um teste do bafômetro e receber orientações sobre a pista. Executivos da GAC e da Stellantis informaram que as marcas selecionam os visitantes que poderão participar dos testes, priorizando aqueles que demonstram maior potencial de compra.
Ferreira confirma esse critério: “No final do dia, queremos que a pessoa escolha o carro e compre. Selecionamos os compradores qualificados de cada montadora”.
A família Rocha, por exemplo, testou dois veículos. Aline Cristina Rocha, coordenadora pedagógica de 46 anos, explicou que prefere carros grandes e, por isso, avaliou o novo Renault Boreal e o Geely EX5 híbrido. Seu marido, Carlos Alberto, relatou que a família busca modelos mais espaçosos, pois viajam com frequência.
Durante os testes, um instrutor acompanha o motorista, oferecendo orientação. As regras incluem a realização do teste do etilômetro, participação em um briefing sobre a pista, respeito ao limite de velocidade de 25 km/h, uso contínuo do cinto de segurança e manutenção das duas mãos no volante. “Não é um teste de performance – ninguém vai fazer frenagens bruscas ou manobras rápidas. Nosso objetivo é oferecer uma primeira impressão sobre o carro, nível de ruído, equipamentos e conforto”, explica Iago Garcia, instrutor do Salão.
Apesar das limitações, visitantes como Altair e Jaqueline Costa, que testaram o CAOA Avatr 11 – modelo ainda não lançado –, aprovaram a experiência. “Dirigir um carro que ninguém pilotou é único”, afirma Altair. Jaqueline elogiou o circuito, declarando que a área é perfeita e que pretendem retornar em futuras edições do Salão.
