Rondônia registrou o menor número de focos de queimadas em toda a sua história entre janeiro e novembro de 2025, de acordo com dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram identificados pouco mais de 1,8 mil focos, representando uma redução de 82% em comparação com o mesmo período de 2024.
É a primeira vez, desde o início da série histórica em 1998, que o estado apresenta um número anual de queimadas inferior a 4 mil. Para se ter uma ideia, em 1998, foram catalogadas mais de 6 mil ocorrências apenas entre julho e dezembro.
A melhoria é notável se comparada com o ano anterior. Em 2024, Rondônia enfrentou a maior quantidade de queimadas em 14 anos nos primeiros oito meses, com julho sendo o pior mês em quase duas décadas.
A fumaça causada pelas queimadas chegou a alterar significativamente a qualidade do ar em Rondônia, com o céu azul, presente no hino do estado, se tornando raro em muitos dias. A capital, Porto Velho, liderou os rankings de pior qualidade do ar do país por semanas, e mais de 40 voos foram afetados pela baixa visibilidade em agosto.
Embora 2005 tenha sido o ano com o maior número de focos (mais de 40 mil), a tendência desde então é de oscilação. Até 2013, considerado o “melhor” ano até então, foram registrados 4 mil focos – 145,2% a mais do que em 2025.
Por que a queda nas queimadas?
Segundo Marcos de Souza Trindade, coordenador de Proteção Ambiental da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), 2025 foi um ano atípico, resultado da união de esforços no combate às queimadas e ao desmatamento. A fiscalização, a educação ambiental e as campanhas de conscientização foram elementos chave nessa redução.
“Já temos projeções para o próximo ano e os recursos empenhados este ano devem ser mantidos, então não haverá pausa. A meta é manter os índices baixos e melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou Trindade.










