Rondônia promove seminário para fortalecer o cuidado obstétrico e salvar vidas
Com o propósito de discutir estratégias para a redução da mortalidade materna, o governo de Rondônia realizou o seminário estadual sobre a implantação dos 10 passos do cuidado obstétrico, na terça-feira (1º). A programação contou com a participação de representantes dos 52 municípios de Rondônia, totalizando 90 participantes na modalidade virtual, e teve como objetivo capacitar profissionais e aprimorar o atendimento hospitalar às gestantes de alto risco.
O evento visa qualificar profissionais para o atendimento de urgência e emergência obstétrica, reduzindo os óbitos maternos, como também a redução do número de partos prematuros, frequentemente decorrentes de complicações gestacionais não tratadas adequadamente.
A iniciativa já está em fase de diagnóstico em Porto velho, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), que implementa as estratégias para o atendimento às gestantes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), e na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que aplica as diretrizes no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, unidade de referência que recebe gestantes com gravidez de alto risco de todo o estado.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, afirma que a gestão está comprometida com políticas públicas inovadoras que visam a redução da mortalidade materna. “Estamos investindo na qualificação dos profissionais de saúde de todo o estado, e na modernização das unidades de atendimento, com foco na segurança das gestantes e no combate às principais causas de óbitos maternos, assegurando saúde de qualidade para essas mulheres.”
CAUSAS DA MORTALIDADE
Dra. Maria Esther destacou a importância da atenção básica para prevenir complicações na gestação
No seminário, representando o Ministério da Saúde, a dra. Maria Esther, médica ginecologista e obstetra, referência da Coordenação de Ações Nacionais e de Cooperação Técnica da IFF/Fiocruz/MS, explicou que, as principais causas da mortalidade materna ainda são: hipertensão arterial, diabetes mellitus, infecção do trato urinário persistente e hemorragias obstétricas.
A médica ressaltou a importância de fortalecer as unidades básicas de saúde, garantindo que possuam profissionais capacitados para identificar e tratar precocemente condições que possam evoluir para complicações graves. A especialista enfatizou a necessidade de preparar os profissionais das unidades de saúde especializadas para que também possam atuar de forma eficiente no atendimento às gestantes de alto risco, especialmente em situações de emergência e urgência. “Ao prevenir o agravamento de pequenas alterações no corpo da gestante, é possível evitar que essas condições se tornem doenças de risco, protegendo assim, a saúde da mãe e do bebê.”
OS 10 PASSOS
A coordenadora da Atenção Materno-Infantil, Wanessa Carvalho Prado Ida, destaca que a estratégia é gradual, com foco no diagnóstico inicial e na coleta de dados sobre os casos de mortalidade materna para, a partir disso, aprimorar o atendimento. “A principal meta dos ’10 Passos’ é a prevenção de óbitos maternos que podem ser evitados com um atendimento qualificado, por meio da implementação de protocolos de urgência, que exigem uma resposta rápida e especializada. Muitas mortes podem ser prevenidas com o devido acompanhamento durante a gestação, e a identificação precoce de fatores de risco”, explicou.
O titular da Sesau, Jefferson Rocha, salienta que, o objetivo desta ação é qualificar os profissionais de saúde e garantir que a mulher receba o atendimento adequado no momento mais crítico, salvando vidas e garantindo a saúde dos bebês. “A implantação dessa estratégia no estado é um compromisso da gestão em melhorar a qualidade do atendimento obstétrico. Estamos atuando de forma integrada com todos os 52 municípios para inserir boas práticas no cuidado à saúde da mulher, especialmente em gestantes de alto risco. A prevenção de complicações como hipertensão, diabetes e infecções urinárias é fundamental para evitar desfechos trágicos.”
Os 10 Passos do cuidado obstétrico receberam o apoio do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e da Fiocruz Nacional, com a participação dos 52 municípios e do apoio institucional do Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por meio do promotor Leandro Gandolfo.
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