O advogado e empresário Ricardo Magro, à frente do Grupo Refit, proprietário da Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, teve sua empresa no centro de uma megaoperação contra sonegação de impostos e lavagem de dinheiro nesta quinta-feira (27). A Refit e outras empresas do setor de combustíveis são investigadas por supostamente causar prejuízo bilionário aos cofres estaduais e federais.
Investigações e Dívidas
A empresa de Magro é apontada como a maior devedora de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em São Paulo e uma das maiores no Rio de Janeiro e perante a União. As investigações buscam esclarecer a atuação da Refit em relação à sonegação fiscal e à movimentação de recursos ilícitos.
Magro já esteve envolvido em outros escândalos e disputas no setor. Em agosto, seu nome foi citado na Operação Carbono Oculto, que investigou a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no mercado de combustíveis. Apesar de menções à empresa em documentos oficiais, a Refit não foi alvo de buscas pela Polícia Federal naquela ocasião.
Quem é Ricardo Magro?
Ricardo Magro, de 51 anos, é um empresário com longa trajetória no mercado de combustíveis. Formado em Direito pela Universidade Paulista (Unip) e com pós-graduação em direito tributário, ele comanda o Grupo Refit desde 2008. Atualmente, reside em Miami, nos Estados Unidos.
O empresário alega que o rótulo de “maior devedor de ICMS do país” é resultado de perseguição institucional por parte de grandes empresas do setor, como a Cosan, dona da Shell no Brasil. Em entrevistas, também afirmou ser alvo de ameaças do PCC.
Operações e Interdições
Magro foi alvo da Operação Recomeço em 2016, que investigou desvio de recursos de fundos de pensão da Petrobras e dos Correios. Anteriormente, atuou como advogado de Eduardo Cunha, então presidente afastado da Câmara dos Deputados, e foi sócio do Grupo Galileo, envolvido em investigações sobre a Universidade Gama Filho.
A Refinaria de Manguinhos já foi interditada diversas vezes pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A agência questionou a capacidade da empresa de realizar o refino do petróleo, levantando suspeitas de que estaria importando combustíveis já prontos. A refinaria chegou a ser reaberta por decisão judicial, mas foi novamente interditada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em julho de 2024, o Ministério Público de São Paulo apontou a Refit como uma das empresas envolvidas em esquemas de sonegação e adulteração de bombas de combustíveis.
Apesar das controvérsias, a Refit investiu em marketing, patrocinando a NFL (liga de futebol americano) e a UFC (organização de lutas de MMA).








