Mais de 150 Óbitos de Botos e Tucuxis no Lago Tefé em Setembro Levam à Investigação Acelerada
A equipe de pesquisa da operação Emergência Botos Tefé espera anunciar, dentro de uma semana, esclarecimentos mais concretos sobre as causas das mortes em massa de mais de 150 botos e tucuxis, registradas a partir de 28 de setembro no Lago Tefé, localizado no Médio Solimões, Amazonas.
O grupo científico aguarda ansiosamente os resultados de análises feitas nos restos mortais dos animais, com um foco particular nos tecidos cerebrais. O objetivo é determinar se as altas temperaturas do lago, que chegaram a ultrapassar 39°C, podem ter sido a causa principal das fatalidades.
“São análises complexas de laboratório e que o pessoal está correndo contra o tempo para fazer”, disse Ayan Fleischmann, coordenador da Comissão Técnica Águas da Amazônia da ABRHidro e pesquisador do Instituto Mamirauá, à Agência Brasil.
A pesquisa não exclui a possibilidade de outros fatores contribuintes, como doenças ou toxinas produzidas por fitoplânctons, também poderem ter desempenhado um papel nas mortes dos animais.
De acordo com o último boletim do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 153 botos já foram registrados mortos até a última terça-feira (17). Deste total, 130 são botos vermelhos e 23 tucuxis.
Para evitar mais fatalidades, a equipe está implementando barreiras físicas para direcionar os botos para áreas mais profundas e mais frescas do lago, minimizando o contato humano para evitar estresse adicional nos animais.