Estudo inédito encomendado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) à Ecconit Consultoria Econômica, mostra que o déficit habitacional da região Norte é de 844.342 moradias. Desse total, 98,3% estão concentrados na parcela da população com renda familiar de até 5 salários mínimos (851.568 mil residências).
O presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, observa que o déficit seria maior caso o país não tivesse programas de habitação para atender a população de baixa renda. “É preciso reforçar e ampliar essas políticas para zerar o déficit habitacional brasileiro, bem como focar na redução dos juros do financiamento imobiliário para permitir que os mais pobres realizem o sonho da casa própria”, afirma.
Análise
O estudo foi elaborado com base em dados do IBGE reunidos e analisados pela equipe da Ecconit, que é formadas pelos economistas Robson Gonçalves, Marco Capraro Brancher e Ana Maria Castelo.
Ônus excessivo
Em 2019, a dimensão absoluta do déficit alcançou 7,797 milhões de unidades. Isso corresponde a 9,6% do total de domicílios existentes no país no ano. Desse universo, 3.345.809 unidades compõem o chamado ônus excessivo com aluguel (pelo menos 30% da renda familiar comprometida com locação).
O ônus excessivo no país saltou de 18,9% do total do déficit em 2004 para 42,9%, em 2019, puxado pela perda de renda pelo brasileiro – especialmente a partir de 2014.
Precária
A região Norte tem 162.118 moradias na categoria do ônus. Esse montante é menor que o total de unidades do déficit restrito (habitação precária, coabitação familiar e adensamento excessivo), que é de 682.223 residências faltantes na região.