Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Quase metade da região da Amazônia Legal – que engloba nove estados – é protegida por unidades de conservação, terras indígenas e territórios quilombolas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados nesta quarta-feira (12), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em Belém (PA).
No total, 2,3 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal são considerados áreas protegidas, o que representa 46,6% do território. O levantamento do IBGE identificou 1.053 áreas protegidas, divididas em 430 unidades de conservação ambiental, 378 terras indígenas e 245 territórios quilombolas. Esse número corresponde a quase um quarto (27,46%) de todo o território brasileiro.
Os dados foram obtidos considerando apenas áreas únicas, evitando a contagem duplicada em casos onde uma terra indígena se sobrepõe a uma área de conservação.
Terras Indígenas: um milhão de km²
As terras indígenas na Amazônia Legal abrangem uma área de 1,15 milhão de km², um tamanho comparável ao estado do Pará. Essas terras são lar de 428 mil pessoas, sendo que 94,29% se autodeclaram indígenas, representando 62,09% de todos os indígenas que vivem em terras demarcadas no Brasil.
Além das terras demarcadas, o IBGE identificou 6,8 mil localidades indígenas em toda a Amazônia Legal, onde vivem pelo menos 15 pessoas. A grande maioria dessas localidades (78,40%) está dentro das terras indígenas.
Quilombolas e Unidades de Conservação
A região também abriga 245 territórios quilombolas oficialmente delimitados, ocupando uma área de 27,2 km². No total, existem 3,1 mil localidades quilombolas na Amazônia Legal, onde residem cerca de 92 mil pessoas, sendo que 11,49% não são quilombolas. Esses moradores representam 45,09% do total de residentes em territórios quilombolas em todo o país.
As unidades de conservação ambiental somam cerca de 1,3 milhão de km² na Amazônia Legal, um pouco mais do que a área do estado do Pará. Dessas unidades, 171 são de proteção integral (como parques e reservas biológicas), e 259 são de uso sustentável (como florestas e reservas extrativistas). Parques naturais representam 26,05% do total, seguidos por reservas extrativistas (18,37%) e áreas de proteção ambiental e florestas (13,49% cada).
População nas áreas protegidas
A população que vive nas unidades de conservação ambiental da Amazônia Legal é de 2,27 milhões de pessoas, o que corresponde a 8,51% da população total da região. O Maranhão se destaca com o maior número de residentes nessas áreas (1,28 milhão), seguido por Pará e Amazonas. Roraima, Rondônia e Mato Grosso apresentam os menores percentuais de população vivendo em unidades de conservação.
Em julho, o IBGE já havia divulgado que, em todo o Brasil, cerca de 11,8 milhões de pessoas habitam áreas de conservação ambiental.
A grande maioria dos moradores das unidades de conservação na Amazônia Legal (90,87%) vive em Áreas de Proteção Ambiental (APAs), que são áreas extensas com ocupação humana, voltadas para a proteção da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais.
*Com informações da Agência Brasil











