O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou como “ato hostil” as novas sanções impostas pelos Estados Unidos a seu país. A declaração foi feita nesta quinta-feira (23) em coletiva de imprensa em Moscou.
Putin argumentou que a decisão do governo de Donald Trump é uma “tentativa de pressionar a Rússia”, mas ressaltou que “nenhum país que se respeite faz algo sob pressão”. Ele minimizou o impacto das sanções na economia russa, afirmando que elas não a afetarão significativamente.
Sanções e Setor Energético
As sanções americanas atingem as petrolíferas russas Lukoil e Rosneft, as maiores do país. O Tesouro dos EUA alertou para o risco de “sanções secundárias”. Apesar de prever algumas perdas financeiras, Putin expressou confiança no setor energético russo.
“Rússia e Arábia Saudita vendem mais petróleo do que consomem, ao contrário dos EUA. A contribuição da Rússia para o balanço energético global é muito significativa e substituir o petróleo russo no mercado levará tempo. Uma queda forte nessa oferta levará a aumento de preços”, declarou o presidente russo.
Diálogo e Relações com os EUA
Apesar da retórica firme, Putin sinalizou o desejo de continuar o diálogo com os Estados Unidos, afirmando que ele é “sempre melhor que a guerra”. Ele também destacou áreas de cooperação entre os dois países e indicou que a cúpula com Trump, originalmente prevista para Budapeste, “provavelmente” foi apenas adiada.
Em contraste com a postura de Putin, Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e aliado próximo, acusou os EUA de terem “entrado de vez no caminho da guerra” contra a Rússia, em resposta às sanções e ao cancelamento da cúpula.
Ameaças e Exercícios Militares
Putin garantiu que a resposta russa a eventuais ataques no interior do país será “muito séria e avassaladora”. A Rússia realizou recentemente um exercício militar com o lançamento de mísseis balísticos com capacidade nuclear, alguns com alcance para atingir os EUA.
As sanções econômicas impostas pelo governo americano incluem o bloqueio de bens e a proibição de transações das empresas Lukoil e Rosneft e suas subsidiárias. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, incentivou aliados a aderirem às sanções, visando pressionar a Rússia a encerrar o conflito na Ucrânia.
A União Europeia (UE) também aprovou um novo pacote de sanções contra Moscou, incluindo a proibição de importações de gás natural liquefeito russo. O Reino Unido já havia sancionado as petrolíferas Lukoil e Rosneft.









