O Ministério do Turismo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançaram o “Projeto Tapajós – A porta de entrada do turismo na Amazônia”, durante a COP30 em Belém (PA). A iniciativa busca impulsionar o turismo sustentável na região do Baixo Tapajós, no Pará, abrangendo os municípios de Santarém e Belterra.
O projeto foi apresentado em um painel com a participação da ministra do Turismo em exercício, Ana Carla Lopes, da especialista do BID para a Amazônia, Ellen Acioli, da coordenadora-geral de Produtos e Experiências Turísticas do Ministério do Turismo, Fabiana Oliveira, e do chef paraense Saulo Jennings, embaixador gastronômico da ONU Turismo.
A proposta visa fortalecer a Amazônia como um destino turístico que une conservação ambiental, inclusão social e geração de renda. O objetivo é mostrar ao mundo que é possível desenvolver a região de forma sustentável, valorizando a cultura local e os povos da floresta.
O projeto prevê a elaboração do Plano Estratégico do Turismo Sustentável da Região do Baixo Tapajós. A área já é reconhecida por suas belezas naturais, como praias fluviais e a floresta amazônica, além de uma rica gastronomia e experiências autênticas de contato com comunidades locais.
“O Projeto Tapajós é uma demonstração concreta de que o turismo pode ser uma força motriz da bioeconomia amazônica. Estamos mostrando ao mundo que é possível gerar renda para os povos da floresta, fortalecer experiências autênticas e garantir que o desenvolvimento aconteça com a floresta em pé”, afirmou Ana Carla Lopes.
Ellen Acioli, do BID, destacou a importância da cooperação internacional para a construção de soluções sustentáveis. “O BID tem trabalhado para apoiar iniciativas que conectam desenvolvimento econômico, inclusão e conservação ambiental. O Projeto Tapajós é um exemplo de como o turismo pode transformar territórios quando envolve as comunidades desde o início”, disse.
Fabiana Oliveira ressaltou que o projeto busca aprimorar as experiências oferecidas aos turistas na região, valorizando as potencialidades do destino e respeitando a cultura e os saberes dos povos tradicionais.
O chef Saulo Jennings celebrou o protagonismo da Amazônia na COP30 e a valorização da gastronomia local, que nasce das comunidades e dos ingredientes da floresta.
Desenvolvimento
O Projeto Tapajós terá duração de 10 meses e será estruturado em seis eixos principais: infraestrutura e saneamento, ordenamento territorial, estruturação de produtos turísticos e marketing, fomento à economia criativa, atração de investimentos e concessões, e criação de linhas de crédito específicas para o setor.
A metodologia inclui visitas técnicas aos municípios e comunidades para um diagnóstico completo da situação local. Ao final, será entregue um Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) para o Polo Tapajós, acompanhado de seis planos de ação temáticos.
Comunidades tradicionais
A participação ativa das comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas é fundamental para o projeto. O plano reconhece esses grupos como protagonistas e guardiões dos valores naturais e culturais da região, buscando beneficiá-los diretamente por meio da geração de renda, da valorização de seus saberes e da melhoria das condições de infraestrutura e serviços básicos.
O projeto pode impactar positivamente 15 comunidades indígenas, mais de 30 comunidades tradicionais e ribeirinhas, 7 assentamentos e 3 comunidades quilombolas do Baixo Tapajós. A execução ficará a cargo da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Garupa, que tem experiência no fortalecimento do turismo sustentável em parceria com povos tradicionais.










