Comunidades indígenas nos estados do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso vão receber um projeto para melhorar o acesso à água potável. A iniciativa, resultado de uma parceria entre o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), deve beneficiar mais de 1,2 mil indígenas até 2027.
O projeto prevê a realização de estudos detalhados do solo e do subsolo – levantamentos hidrogeológicos e geofísicos – para identificar os melhores locais para a perfuração de poços artesianos. A ideia é garantir fontes de água seguras e duradouras para essas comunidades.
De acordo com a diretora-presidente do SGB, Sabrina Góis, a ação demonstra como a ciência pode melhorar a qualidade de vida das pessoas. “Nosso papel é apoiar o governo federal com conhecimento técnico de qualidade”, afirma.
Ter acesso à água potável é fundamental para a saúde e o bem-estar das populações indígenas, ajudando a prevenir doenças e reduzir a mortalidade infantil. O projeto faz parte do Programa Nacional de Saneamento Indígena (PNSI).
Alice Castilho, diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, ressalta que a iniciativa busca integrar diferentes conhecimentos para gerar um impacto positivo nas comunidades. Rodrigo Tokuta, geólogo do Distrito Sanitário Indígena Porto Velho, destaca a importância da parceria com o SGB para o desenvolvimento de soluções eficientes e definitivas para o saneamento.
Até o momento, três etapas de campo já foram concluídas, abrangendo 18 comunidades indígenas. No Amazonas, os trabalhos ocorreram em Humaitá. Em Mato Grosso e Rondônia, as equipes do projeto estiveram em diversas aldeias, realizando os levantamentos necessários.
Os estudos utilizam uma técnica chamada eletrorresistividade, que permite identificar a presença de água subterrânea sem a necessidade de muitas perfurações, diminuindo o impacto ambiental e economizando recursos. Por exemplo, na Aldeia Caracol (RO), os resultados indicaram um bom potencial para a instalação de poços a partir de 15 metros de profundidade.
As próximas etapas incluem a continuação dos levantamentos em outras aldeias até 2027. Após a coleta dos dados, os técnicos do SGB vão analisar as informações e preparar relatórios detalhados para cada comunidade, que servirão de base para a implementação de sistemas de abastecimento de água.










