Vestidos de gladiadores, os professores de história João Herbety e Lourismar Barroso fizeram referência ao torneios de luta que aconteciam na Roma Antiga ao mesmo tempo que explicavam ao público da 7ª edição da Rondônia Rural Show o diferencial das aulas realizadas pelo Projeto de Mediação Tecnológica voltado para alunos do Ensino Médio em áreas de difícil acesso.
Os estudos para filhos de agricultores, ribeirinhos, quilombolas e indígenas, principal público do projeto, sempre foi um desafio, mas em Rondônia isso é gradativamente superado. O projeto teve início em 2016 direcionado para o 1° ano do Ensino Médio, em 2017 se estendeu também para o 2° ano e chegou ao 3° ano em 2018.
A iniciativa é considerada exitosa e é exposta pela primeira vez na feira de agronegócios do Estado que segue até sábado (27), em Ji-Paraná. ‘‘Essa é a ferramenta do futuro em termo de educação e qualificação. A gente não pode ter medo de usar a tecnologia’’, avalia o governador de Rondônia, Daniel Pereira, em visita ao stand do projeto.
As aulas são transmitidas ao vivo de um estúdio (Cedido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia – Ifro) em Porto Velho para cerca de 5 mil alunos de 118 escolas em 60 localidades. Cada aluno tem um netbook para acompanhar as aulas que funcionam em escolas municipais ou em salas móveis.A iniciativa tem como resultados a garantia de cerca de 80% de aprovação dos alunos e a redução do número de reprovados e da evasão escolar.
‘‘Esse ano vamos formar a primeira turma. É mais que dá acesso ao Ensino Médio, são alunos que contam com a melhor qualidade de ensino. Além de fazer um trabalho de inclusão, são quase 300 indígenas que estão inseridos nesse processo, temos filhos de colonos também. É um projeto fantástico e que veio para ficar’’, considera o governador.
O projeto conta com 26 professores. São dois professores por área. Todos os professores são formados nas áreas que atuam, muitos inclusive com pós-graduação. ‘‘São dois professores por área, um fica ministrado a aula e outro fica no chat tirando a dúvida dos alunos em tempo real’’, disse a gerente da Central de Mídia, Giovana da Silva. As aulas também ficam disponíveis no YouTube, que serve como arquivo para pesquisas. Além disso, cada turma tem um professor mediador e há interprete para alunos surdos.
‘‘São 13 componentes curriculares e temos uma metodologia diferenciada. A aulas são temáticas e os professores se vestem de acordo com o tema para prender a atenção dos alunos’’, conta Giovana. Os estudantes aprendem inclusive conteúdos relacionados a realidade que vivem na área rural como melhoramento genético e vegetal, o passo a passo de como fazer iogurte e a fabricação de queijo. ‘‘O governo investiu na tecnologia para melhorar a aprendizagem’’ avalia a gerente.
A projeção é que o projeto avance ainda mais em Rondônia com a aquisição de novos equipamentos tecnológicos que devem ser entregue em 30 dias e também com a criação de um estúdio próprio do Estado que deve servir não só para as aulas do Ensino Médio, mas ainda como espaço para treinamento de servidores.