Evento aproxima docentes de especialistas em ciências espaciais
Nesta sexta-feira (14), professores da rede pública de Sorocaba, interior de São Paulo, se reúnem no 83º Encontro Regional de Ensino de Astronomia (EREA). O objetivo é capacitar educadores do ensino fundamental e médio no ensino de astronomia e ciências espaciais, além de promover a interação entre astrônomos e membros da Sociedade Astronômica Brasileira e da Agência Espacial Brasileira.
Pela primeira vez em Sorocaba, o evento ocorre no campus do Centro Universitário Facens, das 8h às 18h. Organizado pela Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), o encontro também abrange escolas particulares.
Atividades Práticas
Durante o evento, os participantes aprenderão a construir foguetes de garrafa PET e bases de lançamento, além de participarem de oficinas práticas sobre órbitas de planetas e cometas, e entenderem a diferença de tamanho entre o Sol e os planetas.
“Sempre damos muita ênfase às atividades práticas para o ensino de astronomia e astronáutica. Das 8h até o meio-dia e meia, vamos fazer com os professores a base de lançamento de foguete com garrafa PET, seguida da oficina de construção dos foguetes, quando cada um faz seu foguete e sua base, e finalizamos com a oficina de lançamento”, explicou o astrônomo e professor João Canalle, coordenador nacional da OBA.
Oficinas de Astronomia
À tarde, duas oficinas de astronomia serão realizadas, incluindo uma para o ensino fundamental, onde será feita uma maquete do sistema solar em escala proporcional. “Com isso, até mesmo um deficiente visual pode perceber pelo tato quão grande é o Sol comparado à Terra, quão grande é Júpiter comparado à Terra”, disse Canalle.
Avaliações Positivas
Segundo Canalle, os professores saem do evento confiantes e bem preparados. “Normalmente, quando pedimos uma avaliação do curso, eles elogiam, avaliam muito bem e dizem que foi a melhor formação que tiveram na vida, porque saem de lá compreendendo e entendendo perfeitamente o que foi ensinado e com materiais que permitem a abordagem com os alunos de forma prática”, destacou.
Desafios e Incentivos
O professor ressaltou que um dos maiores desafios é tirar os docentes da sala de aula para a capacitação. “Às vezes, o diretor não permite, porque os alunos vão ficar sem aula, vai virar uma confusão. Então, não são todos os secretários de Educação que têm esse empenho, mas os que têm sabem que aquele professor dará uma aula muito mais interessante depois.”
Canalle também destacou que a astronomia e a astronáutica despertam a curiosidade dos alunos, tornando as aulas mais envolventes e reduzindo o uso de celulares e conversas paralelas. “Já vimos diversos exemplos de alunos que estavam desanimados, mas que reencontraram o desejo de estudar após a participação em experimentos científicos lúdicos e olimpíadas científicas”, disse.
Apoio Institucional
Para o reitor do Centro Universitário Facens, Fabiano Marques, o desenvolvimento de alunos cidadãos preparados para a vida vai além das atividades em sala de aula, por isso a instituição apoia o projeto. “Desde 2023, valorizamos os estudantes medalhistas com a abertura das vagas olímpicas, destinadas aos que se dedicam a essas competições em todo o país. Para que eles cheguem ao pódio e à universidade, os professores do ensino médio também precisam estar preparados e incentivar o interesse na participação em olimpíadas do conhecimento nas escolas onde atuam. Por isso, o encontro é tão fundamental”, ressaltou Marques.
A OBA é realizada pela Sociedade Astronômica Brasileira, com apoio da Agência Espacial Brasileira, do CNPq, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e patrocínio da Universidade Paulista, do Centro Universitário Facens e do BTG Pactual.
