O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira (18), que seu governo está trabalhando para apresentar uma “saída” para as eleições deste ano.

“Queremos, obviamente, estamos lutando, para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro”, afirmou Bolsonaro, em evento com chefes de missões diplomáticas no Brasil sobre o processo eleitoral.
Segundo o presidente, o governo trabalha para “corrigir falhas” no pleito eleitoral. “Nós queremos corrigir falhas. Queremos transparência. Nós queremos democracia de verdade”, disse. Não foram divulgados os nomes dos embaixadores que compareceram à solenidade.
Em nota à imprensa, o Palácio do Planalto ressaltou que o evento teve o objetivo de “aprimorar os padrões de transparência e segurança” das eleições.
“O presidente sublinhou aos titulares e representantes diplomáticos presentes seu desejo de aprimorar os padrões de transparência e segurança do processo eleitoral brasileiro. Enfatizou que a prioridade é assegurar que prevaleça, de modo inquestionável, a vontade do povo brasileiro nas eleições que se realizarão em 2 de outubro próximo”, diz a nota.
Ainda durante o evento, Bolsonaro criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Na avaliação de Bolsonaro, os ministros dão declarações lamentáveis.
“O senhor Barroso, também como o senhor Fachin, começou a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe por ocasião das eleições. É o contrário o que está acontecendo. O Barroso, nos Estados Unidos, fez uma palestra de como se livrar de um presidente. Ele era do TSE e do STF. Você não tem ciência de pessoas que ocupam os mesmos cargos em outros países que fiquem falando, dando entrevistas e palestras sobre opiniões pessoais sobre o governo? Lamentável a opinião do ministro Barroso, isso atrapalha o Brasil.”
Fragilidade
As críticas que o presidente Jair Bolsonaro faz às urnas eletrônicas não é novidade, nem no Brasil, nem no mundo. Nos Estados Unidos e na Venezuela, por exemplo, a falta de registro impresso nas urnas eletrônicas já foi causa de profundos debates desde o início dos anos 2000. Especialistas em tecnologia de vários pontos do mundo já apontaram a necessidade de haver um registro que possa ser auditável.
A possibilidade de auditoria das urnas eletrônicas brasileiras, tão defendida pelo TSE, não passa de uma contagem prévia de uma pequena quantidade de votos. Tal medida tem como intenção mostrar que os votos nas eleições seriam tão corretos quanto na prévia. No entanto, esse sistema não protege o resultado das eleições por desconsiderar a possibilidade de erro ou fraude proposital.
No final das contas, as ameaças de invasão das urnas por hackers seria a menor das preocupações. O que preocupa o presidente Jair Bolsonaro e tantos outros críticos do sistema de urna eletrônica, desde sua adoção, no século passado, é a possibilidade de venda de resultados envolvendo pessoas e grupos que possam agir à margem da lei.
Na história recente do Brasil ficou comprovado, com a operação Lava Jato, o quanto a corrupção pode estar incrustada no Poder Público, envolvendo os mais diversos atores políticos espalhados dentro dos 3 Poderes.
Com informações da EBC











