Preparatórios Para o Enem Ampliam Acolhida a Indígenas e Quilombolas

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Preparatórios Para o Enem Ampliam Acolhida a Indígenas e Quilombolas

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Iniciativas de apoio estendem-se do período pré-exame até a adaptação universitária pós-aprovação

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com 25 anos de aplicação, continua sendo um importante passaporte para o ensino superior no Brasil. Ao longo dos anos, os cursinhos preparatórios têm se transformado, adotando novas estratégias para acolher a diversidade de estudantes que buscam uma vaga nas universidades. Uma dessas mudanças notáveis é a inclusão mais assertiva de alunos indígenas e quilombolas, com o objetivo de proporcionar uma preparação adequada para os desafios do exame, que acontecerá nos dias 5 e 12 de novembro.

Iniciativa Colmeia

Um exemplo de tal inclusão é o cursinho Colmeia, originado na Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Limeira, São Paulo, no ano de 2010. Sob a liderança da professora Josely Rimoli, o projeto evoluiu e, recentemente, foi incorporado como um programa oficial da universidade, garantindo assim maior apoio institucional.

O Colmeia oferece aulas noturnas e, desde 2019, conta também com a modalidade online. A equipe de 17 professores, composta por graduandos e pós-graduandos da Unicamp, oferece aulas nas áreas de linguagem, exatas, biologia e ciências humanas.

Em conversa com a Agência Brasil, Josely Rimoli enfatizou que o papel do cursinho vai além da preparação para o exame, estendendo-se ao suporte ao aluno após a aprovação, facilitando sua integração na comunidade acadêmica e garantindo que possa concluir o curso com êxito.

Ensino Básico e Conexão à Internet

Josely também destaca as dificuldades enfrentadas pelos alunos, muitas vezes decorrentes de falhas no ensino básico. Além disso, um desafio recorrente é o acesso à internet, especialmente para aqueles que dependem de pacotes de dados móveis, que se esgotam rapidamente durante as aulas online.

Pertencimento e Apoio

No Jenipapo Urucum, cursinho da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), o sentido de pertencimento e o suporte contínuo são pontos centrais. Além da preparação para o Enem, o cursinho busca arrecadar tablets, computadores e celulares para facilitar o acesso dos alunos ao conteúdo das aulas.

Política de Cotas

Narrary Lucília, jovem pataxó hã-hã-hãe e ex-aluna do Jenipapo Urucum, reitera a importância de melhorias no ensino básico e a implementação de políticas afirmativas, como cotas, para ampliar a presença de indígenas no ensino superior.

A preparação adequada para o Enem e o apoio contínuo aos alunos, antes e após a aprovação no exame, são etapas cruciais para garantir uma representatividade significativa de indígenas e quilombolas nas instituições de ensino superior.