O prefeito de Monte Negro, Evandro Marques (DEM), participou, na quinta-feira, de audiência pública, proposta pelo deputado Ismael Crispim, do PSB, na Assembleia Legislativa, onde foi tratado o fortalecimento das agroindústrias em Rondônia.
Ao “Madeirão”, o prefeito de Monte Negro, município do Vale do Jamari, disse que “o município é formado especialmente por produtores rurais. Tanto na agricultura quanto na pecuária. Queremos é que nossa produção tenha valor agregado. Que vá direto do produtor ao consumidor final”.
O gestor salienta ainda que “dessa forma aumenta-se os ganhos para os produtores e também para o município, através da arrecadação de impostos e até o turismo de negócios”, finaliza.
A audiência pública caminhou a passos largos nesse sentido. “Nosso desejo é que possamos sair com encaminhamentos resolutivos, para que o setor possa ser fortalecido, gerando mais empregos, mais renda e oportunidades para os homens e mulheres do campo, em especial”, disse o deputado Crispin ao abrir a audiência.
Segundo Crispin, a celeridade na regularização e certificação das agroindústrias já existentes, a reformulação do Programa de Verticalização da Pequena Produção Agropecuária (Prove), e ações que potencializem a construção ou ampliação das agroindústrias, são os desafios para o segmento.
“Em 2018, o levantamento apontou que operavam 494 agroindústrias em Rondônia, com cerca de 21% delas pendentes de regularização. A agropecuária é a nossa grande força econômica e a agricultura familiar é responsável por abastecer o mercado, mas os produtos in natura não atendem mais os anseios dos consumidores, daí a necessidade do beneficiamento dos produtos, através das agroindústrias”, reforçou Crispin.
Grandes empresas
O superintendente do Sebrae, o ex-governador Daniel Pereira, disse que o evento é oportuno para reflexão: “Muito se fala em atrair grandes empresas para Rondônia. Mas, não podemos esquecer que as grandes empresas, em sua maioria, começaram pequenas. O desafio de montar e gerenciar uma empresa é enorme e há muita falência empresarial”.
Ele disse ainda que, enquanto vice-governador e depois governador, buscou contribuir com o segmento produtivo. “Hoje, já é mais rápido abrir uma empresa em Rondônia do que em São Paulo. O Banco do Povo saiu de um investimento de R$ 10 mil, para até R$ 30 mil.
Ele sugeriu uma articulação para que as redes de supermercados em Rondônia possam destinar um espaço para a comercialização de produtos da agroindústria local.
A engenheira agrônoma da Emater e Seagri, Monalisa Pereira, apresentou dados e números sobre a situação das agroindústrias em Rondônia. Mostrou, em gráficos, o crescimento do setor, o repasse de equipamentos, os projetos arquitetônicos das agroindústrias, somando 795 em todo Estado, as competências do Prove e perspectivas para o setor. Dentre as metas estão a publicação da Instrução Normativa, aprovação da nova lei do Prove, publicação do novo Manual Operacional da Agroindústria Familiar.
Para a Assembleia, foi pedido apoio na alteração do anexo 1 da Lei Estadual 4,130, referente às taxas de agroindústrias de pequeno porte, apoio junto ao Programa Estadual de Incentivo de Inclusão Produtiva e Segurança Sanitária de Rondônia, apoio as prefeituras para regularização da inspeção de produtos de origem animal entre outras.
Bancos
Manoel Serra, do Banco do Povo, falou sobre as linhas de financiamento para as agroindústrias, destacando a Lei 1.040 aprovada pela Assembleia Legislativa que regulamenta a utilização desses recursos, enfatizou outra atuação dos parlamentares que aumentou o limite de R$ 10 para R$ 30 mil os valores a serem liberados para financiamento.
Já o superintendente regional do BASA falou sobre os prazos que são compatíveis com o desejo do produtor, as taxas de juros, que segundo ele, são as mais atrativas, porém afirmou que a maior preocupação é com a rentabilidade das agroindústrias.
Ao discursar, o superintendente do Banco do Brasil, Edson Silva Lemos, enfatizou o crescimento dos pequenos negócios com a participação do banco. “Temos uma atuação muito forte na agricultura familiar. Hoje um produtor chega no escritório e já sobe para análise, volta com o gerente só para despachar e assinar o contrato. Vemos nisso a diminuição na parte burocrática, avançamos e superamos essas dificuldades com o uso das tecnologias que facilitam as análises de forma célere”, pontuou.
Crispin sugeriu que a minuta do projeto criando o Sistema Unificado Estadual de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), seja agilizada, além das mudanças no programa Prove, ambos sob a responsabilidade do Governo.
O evento reuniu ainda os deputados estaduais Chiquinho da Emater (PSB), que preside a Comissão de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, e Cirone Deiró (Podemos), que preside a Comissão de Agropecuária e Política Rural, e Dr. Neidson (PMN).
Outras autoridades, como o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Walter Waltenberg; o superintendente do Basa, Wilson Evaristo; o presidente do Banco do Povo, Manoel Serra; o superintendente comercial do Banco do Brasil, Edson Lemos; o secretário adjunto da Sedam, Edgar Menezes; o superintendente do Sebrae, Daniel Pereira; o secretário executivo da Seagri, Paulo Haddad; o presidente da Agência Idaron, Júlio César Rocha, o diretor presidente da Emater, Luciano Brandão, também marcaram presença.










