Porto Velho (RO) vive momentos de caos desde a última segunda-feira (13). A cidade, palco de uma série de ataques violentos, enfrenta um cenário de tensão e medo. Na quarta-feira (15), as ações criminosas escalaram, resultando em incêndios, mortes e intensos confrontos entre facções e a polícia.
Incêndios deixam rastro de destruição
Na madrugada de quarta-feira, seis ônibus de uma empresa de turismo foram incendiados no bairro Aeroclube, zona Sul da capital. Os veículos, estacionados na garagem da empresa, foram completamente destruídos pelas chamas. A ação foi atribuída a facções criminosas que vêm promovendo ataques nos últimos dias.
Ainda na mesma madrugada, criminosos tentaram incendiar viaturas da Polícia Militar, estacionadas em uma oficina no bairro Nova Porto Velho. O vigilante do local reagiu, disparando contra os suspeitos, que fugiram e deixaram para trás uma motocicleta, apreendida pela polícia.
Os ataques não pararam por aí. Durante a noite, dois criminosos dispararam contra um totem de segurança localizado na Avenida Campos Sales, bairro Novo Horizonte. Apesar da rápida resposta da polícia, os suspeitos conseguiram escapar.
Operações policiais e prisões
Em meio à onda de violência, a polícia intensificou as operações e realizou prisões importantes.
- Natália C., conhecida como “Nati do CV”, foi detida no residencial Orgulho do Madeira, zona Leste da cidade. Ela é apontada como uma das líderes dos ataques, e sua prisão foi conduzida por equipes do BOPE e do BPTAR.
- Gabriel C., de 24 anos, confessou sua participação nos incêndios. Ele revelou que estava seguindo ordens do Comando Vermelho, facção responsável pelas ações criminosas. Gabriel foi encaminhado ao Departamento de Flagrantes e permanece à disposição da Justiça.
Confrontos e mortes
Os confrontos entre criminosos e a polícia resultaram em mortes. Na região da Linha 27, zona rural de Porto Velho, dois suspeitos foram baleados durante um embate com policiais militares. Ambos foram levados em estado grave ao hospital João Paulo II, mas não resistiram.
Além disso, no bairro Ulisses Guimarães, criminosos encapuzados em um Gol branco abriram fogo contra um grupo de pessoas. Fábio Mendes D.C., de 41 anos, morreu no local, enquanto outras vítimas foram socorridas e transferidas para hospitais da região.
Outro ataque semelhante aconteceu na Rua Frei Caneca, no bairro Socialista, onde criminosos em um Gol branco assassinaram um homem a tiros. A polícia segue investigando os casos, mas ainda não identificou os responsáveis.
Governo reage para conter a violência
Diante da escalada de ataques, o Governo de Rondônia adotou medidas emergenciais. Um decreto foi publicado proibindo a venda de combustíveis em recipientes avulsos por 90 dias.
Principais pontos do decreto:
- Postos devem informar vendas suspeitas à Polícia Civil pelo telefone 197.
- Consumidores devem apresentar documentos como CNH, CPF e CRLV para abastecer veículos.
- Funcionários de postos precisam preencher formulários detalhados, enviando cópias às autoridades competentes.
Essas medidas têm como objetivo dificultar o acesso a substâncias inflamáveis usadas nos ataques.
Tensão e incerteza
A sequência de ataques em Porto Velho expõe a fragilidade na segurança pública e o avanço do crime organizado na região. Enquanto a polícia segue com operações para identificar os envolvidos e conter a violência, moradores vivem com medo e incerteza sobre o futuro da cidade.
Com informações do SGC