Sam Altman, CEO da OpenAI, não hesita em revelar a magnitude dos investimentos planejados pela sua empresa na busca pela inteligência artificial (IA). “Você deve esperar que a OpenAI gaste trilhões de dólares em coisas como a construção de centros de dados em um futuro não muito distante”, declarou Altman recentemente, referindo-se às instalações de computação essenciais para as tecnologias de IA.
A declaração provocou reações, com alguns economistas questionando a prudência desses gastos. No entanto, Altman respondeu com confiança: “Quer saber? Deixe a gente fazer o nosso trabalho”. Mas o que está por trás dessa corrida bilionária?
A promessa: um mecanismo de busca aprimorado
Chatbots como o ChatGPT funcionam de forma semelhante aos mecanismos de busca, porém, em vez de listar links, geram respostas em linguagem natural. Essa abordagem pode ser mais rápida e intuitiva, embora, por vezes, apresente erros e informações inventadas. A aposta é que uma busca mais eficiente pode conquistar um mercado de bilhões de usuários, desafiando o domínio do Google.
No entanto, monetizar essa tecnologia é um desafio. Operar chatbots é mais caro que manter sites tradicionais, e a publicidade digital, modelo de receita do Google (que fatura US$ 54 bilhões por trimestre com anúncios), nem sempre se encaixa nesse formato.
Ferramentas para aumentar a produtividade
A tecnologia por trás do ChatGPT vai além de responder perguntas. Ela pode auxiliar em diversas tarefas, como gerar código de computador, resumir documentos, redigir e-mails e automatizar processos. Empresas como Microsoft e OpenAI já lucram com sistemas de IA que auxiliam programadores.
Amazon, Google, Meta, Microsoft e OpenAI planejam investir mais de US$ 325 bilhões em centros de dados este ano, um valor superior ao orçamento anual da Bélgica. Uma parcela significativa dessa infraestrutura será dedicada à IA, com o restante para atender à demanda geral por serviços de computação em nuvem.
Assistentes digitais e a busca pela onipresença
A IA também está sendo integrada a produtos e serviços de consumo, com o objetivo de criar assistentes digitais sempre disponíveis. A Meta está adicionando a tecnologia aos seus óculos inteligentes, a Amazon à Alexa, e assim por diante. A ideia é controlar a forma como os usuários interagem com a internet e, consequentemente, aumentar as oportunidades de venda de produtos e serviços.
A IA como companhia: amigos virtuais
Empresas como Meta e Character.AI estão experimentando com bots de IA que oferecem companhia virtual. Essa abordagem pode gerar novas fontes de receita, mas também levanta preocupações sobre o impacto nas relações humanas e o potencial para comportamentos problemáticos.
Avanços científicos e o futuro da IA
Alguns especialistas acreditam que a IA tem o potencial de resolver problemas científicos complexos, como a cura do câncer e o fim da pobreza. Outros vislumbram o desenvolvimento da inteligência artificial geral (AGI), uma máquina capaz de igualar ou superar a inteligência humana. No entanto, o caminho para esses avanços é incerto e repleto de desafios.
A aplicação da IA pode ser explorada em áreas como o monitoramento ambiental da Amazônia, otimização da produção agrícola, melhoria dos serviços de saúde e educação à distância. O investimento em infraestrutura de dados e capacitação de profissionais locais seria fundamental para aproveitar o potencial da IA na região.
A corrida pela IA é impulsionada por uma combinação de ganância, ego e medo de ficar para trás. O resultado dessa disputa moldará o futuro da tecnologia e da sociedade.