O Ministério da Fazenda revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, estimando uma desaceleração para 2,2%, conforme divulgado no Boletim Macrofiscal desta quinta-feira (13). A projeção anterior, de setembro deste ano, era de 2,3%. Apesar da redução, a expectativa é de que a inflação continue acima do teto do sistema de metas.
O crescimento projetado para 2025 representa uma desaceleração significativa em relação ao desempenho de 2024, que registrou um crescimento de 3,4%. Será o menor ritmo de expansão desde 2020, ano marcado pela retração de 3,3% devido à pandemia da Covid-19.
Projeções e cenário econômico
Para 2026, o Ministério da Fazenda manteve a previsão de crescimento em 2,4%. Essa estimativa é mais otimista do que as projeções do Banco Central (1,5%) e do mercado financeiro (1,78%).
O governo espera que a política monetária se torne menos restritiva em 2026, com a possível queda da taxa Selic, o que contribuiria para um mercado de crédito menos restrito, impulsionado também por políticas de crédito habitacional e ao trabalhador.
A projeção do PIB serve como base para as discussões do Orçamento de 2026 no Congresso Nacional. O projeto de lei orçamentária, enviado em agosto, previa um crescimento de 2,44% para o próximo ano. Uma projeção menor para o PIB pode levar a uma redução na arrecadação e, consequentemente, a bloqueios de despesas, especialmente em um ano eleitoral.
Inflação e taxa de juros
O Ministério da Fazenda também revisou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, para 4,6% em 2025, ainda acima do teto de 4,5%. Em 2024, a inflação somou 4,83%.
Apesar da desaceleração econômica, a previsão é de que a inflação retorne ao intervalo do sistema de metas em 2026, com uma projeção de 3,6%. O sistema de meta contínua de inflação tem como objetivo central 3%, com uma margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
A manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, definida pelo Banco Central, foi defendida pelo ex-presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e criticada pelo atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Banco Central argumenta que a desaceleração econômica é parte da estratégia para controlar a inflação, reduzindo as pressões inflacionárias, especialmente no setor de serviços.
O Banco Central estima que a inflação volte a ficar abaixo do teto de 4,5% somente no início de 2026, e não espera atingir o centro da meta de 3% até o primeiro trimestre de 2027.











