O Banco Central (BC) informou nesta segunda-feira (17) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,9% no terceiro trimestre deste ano. O resultado, calculado após ajuste sazonal, representa a primeira contração da economia trimestral em dois anos.
Desempenho setorial
A última queda do indicador de atividade do BC havia sido registrada no terceiro trimestre de 2023, com recuo de 0,5%. A contração atual ocorre em um contexto de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, medida adotada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para conter as pressões inflacionárias. Analistas do mercado financeiro projetam o início de um ciclo de queda da Selic em janeiro de 2026.
Os dados do BC apontam para uma contração da atividade nos três setores da economia no terceiro trimestre:
- Agropecuária: -4,5%
- Indústria: -1%
- Serviços: -0,3%
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial do período, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será divulgado em 4 de dezembro.
Projeções e contexto
O mercado financeiro estima uma taxa de crescimento do PIB de 2,16% em 2025, contra 3,4% no ano passado. O BC projeta uma expansão de 2% para este ano. A desaceleração da atividade econômica é uma estratégia do Banco Central para controlar a inflação e aproximá-la da meta de 3% ao ano.
Na ata da última reunião do Copom, o BC informou que o “hiato do produto” permanece positivo, indicando que a economia opera acima de seu potencial de crescimento sem gerar pressões inflacionárias.
Dados de setembro
Em setembro, o IBC-Br registrou uma contração de 0,2% em relação ao mês anterior, revertendo o crescimento de 0,4% observado em agosto. Na comparação com setembro de 2024, a prévia do PIB do BC teve alta de 2% (sem ajuste sazonal). Nos nove primeiros meses deste ano, o IBC-Br apresentou crescimento de 2,6% e, em 12 meses até setembro, a expansão foi de 3%.
IBC-Br e PIB: diferenças
Embora o IBC-Br seja considerado a “prévia do PIB”, seu cálculo difere do realizado pelo IBGE. O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda, que é incorporado no cálculo do PIB do IBGE. O IBC-Br é uma ferramenta utilizada pelo BC para definir a taxa básica de juros do país.










