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19 de novembro de 2025

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Pesquisadores do Inpa alertam para risco de colapso na Amazônia

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A crise climática deixou de ser uma previsão para se tornar realidade, e a Amazônia está na linha de frente. Durante a 30ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) estão levantando um alerta urgente sobre os riscos de um colapso climático na região.

O desmatamento, a pressão sobre os biomas e o aumento da temperatura global aceleram a alteração dos ciclos naturais, intensificam eventos climáticos extremos como secas e enchentes, e aumentam os riscos associados ao aquecimento do planeta.

Philip Fearnside, pesquisador do Inpa e ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2007, reforça que estamos nos aproximando de pontos de não retorno, tanto na Amazônia quanto no clima global. Segundo ele, o colapso da floresta liberaria gases de efeito estufa em um volume tão grande que o clima planetário sairia do controle, levando a um aquecimento ainda mais rápido e ao aumento de incêndios.

“Mesmo que zeremos todas as nossas emissões intencionais, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, o processo ainda seria irreversível”, alerta Fearnside. “Seria uma catástrofe para o Brasil, pois perderíamos a maior parte da Floresta Amazônica, sua capacidade de reciclar água – essencial para a agricultura – e a rica biodiversidade que ela abriga.”.

O pesquisador exemplifica com a recente mortalidade em massa de botos no lago Tefé (AM), em 2023 e 2024, devido às altas temperaturas. Ele explica que temperaturas extremas, acima dos 50 graus, podem ser fatais para os seres humanos, assim como foram para os botos.

Adalberto Val, também pesquisador do Inpa, destaca a necessidade de uma articulação global para lidar com os impactos das mudanças climáticas na Amazônia, que afetam a segurança alimentar, a saúde e os transportes. Ele ressalta que a ciência já antecipou essas mudanças e oferece caminhos para mitigá-las.

União de saberes: ciência e conhecimento tradicional

Diante desse cenário, a integração entre o conhecimento científico e os saberes tradicionais das comunidades locais surge como uma alternativa promissora. O ativista amazônico Matheus Azevedo, coordenador de juventude do Conselho Nacional dos Seringueiros e Populações Extrativistas do Pará (CNS/PA), defende que as soluções devem ser construídas a partir da articulação entre diferentes campos de saber.

“Estamos alinhando o conhecimento tradicional, o conhecimento científico e a luta dos movimentos sociais para debater, com um pé no território e outro na academia, construindo caminhos e soluções possíveis a partir de quem vive e sofre os efeitos da crise climática”, afirma Azevedo. Ele ressalta que as comunidades tradicionais vivem em harmonia com a natureza há séculos, mantendo seus modos de vida e produzindo resiliência.

A pesquisadora do Inpa e secretária nacional de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Rita Mesquita, também enfatiza a importância do conhecimento tradicional para a restauração dos ecossistemas e o enfrentamento da crise climática. Segundo ela, a combinação do conhecimento científico com o tradicional é fundamental para encontrar as melhores soluções para uma restauração eficiente, considerando como diferentes espécies respondem às mudanças climáticas.