11 de dezembro de 2024

Operação Temporã reduz queimadas em áreas de preservação ambiental em Rondônia

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Ação rigorosa do Ministério Público combate incêndios criminosos no estado, com grande redução nas queimadas

As queimadas devastadoras que atingiam o Parque Estadual Guajará-Mirim, em Nova Mamoré (RO), foram drasticamente reduzidas após a Operação Temporã, lançada pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO). A ação, deflagrada após o aumento dos focos de incêndio, conseguiu reduzir as queimadas em 80% em apenas cinco dias, trazendo alívio para a fauna, flora e população afetadas pela fumaça e destruição.

Além disso, a segunda fase da operação focou na Estação Ecológica Soldado da Borracha, entre Cujubim e Porto Velho, outra área de grande preocupação devido ao aumento dos incêndios.

“O aumento no índice de focos de incêndio na região da Estação Ecológica Soldado da Borracha nos levou a lançar a Operação Temporã, fase 2, focada nessa área, mas também atuando em outras regiões, como a Resex Rio Preto Jacundá”, explicou o promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, coordenador do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente), em coletiva de imprensa.

Operação Temporã: uma força-tarefa contra as queimadas

A Operação Temporã é uma ação integrada entre diversos órgãos estaduais e federais, incluindo as polícias, secretarias ambientais e até o Exército Brasileiro, com o objetivo de combater os incêndios e identificar os responsáveis pelos crimes ambientais.

A primeira fase da operação, iniciada em 1º de setembro, focou no Parque Estadual Guajará-Mirim, onde os incêndios cresciam a uma taxa alarmante. Em julho, foram registrados 246 focos de calor na região, número que saltou para 464 em agosto, um aumento de 88,62%. Com o início da operação, os focos caíram drasticamente, passando para apenas quatro em menos de uma semana.

Na segunda fase, iniciada em setembro, o foco foi a Estação Ecológica Soldado da Borracha, onde os incêndios também preocupavam. Em poucos dias, os focos de incêndio caíram de 34 para 17, uma redução de quase 47%, com números cada vez mais próximos de zero conforme as operações avançavam.

Compromisso com o meio ambiente

O Ministério Público, cumprindo seu papel constitucional de zelar pelo meio ambiente, liderou a organização e execução da Operação Temporã. Além de combater os incêndios, a operação visa responsabilizar civil e criminalmente os responsáveis pelos crimes ambientais.

Para isso, a Polícia Técnico-Científica (Politec) envia peritos especializados às áreas afetadas para investigar as causas dos incêndios. A Polícia Civil, com apoio das delegacias locais, realiza investigações e colhe depoimentos de testemunhas para identificar os criminosos.

Uma resposta firme aos crimes ambientais

O promotor Pablo Hernandez Viscardi destacou a seriedade da operação, afirmando que o objetivo não é apenas apagar os incêndios, mas também garantir a punição dos responsáveis. “Nossa meta é identificar cada criminoso que está colocando fogo no nosso estado de forma criminosa. Não vamos tolerar essas práticas”, afirmou.

Com a participação de mais de 300 agentes em suas duas fases, a operação tem obtido resultados expressivos. Entre 1º e 15 de setembro, foram realizadas mais de 2.600 abordagens, com fiscalização de veículos, apreensões e a aplicação de multas superiores a R$ 700 mil. Três pessoas foram presas, suspeitas de envolvimento nos incêndios.

Visita técnica e ações futuras

No dia 25 de setembro, o Ministério Público realizou uma visita técnica à base operacional montada na Estação Ecológica Soldado da Borracha. O local serve como base para as equipes de combate às queimadas e fiscalização da área, com o objetivo de impedir novas destruições ambientais.

O promotor Pablo Hernandez Viscardi ressaltou que, até pouco tempo atrás, bombeiros que atuavam na região eram ameaçados, mas esse cenário mudou. “Agora, estamos presentes na região e não vamos tolerar crimes ambientais. Quem insistir, vai enfrentar uma resposta à altura”, garantiu.

Como denunciar crimes ambientais

A população pode ajudar a combater os incêndios e denunciar atividades criminosas por meio dos seguintes canais:

  • Bombeiros Militar: 193 (combate a incêndios);
  • Polícia Militar: 190 (denúncia);
  • Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam): 0800 666 1150 (fiscalização e orientação).