18 de outubro de 2024

Operação Temporã reduz queimadas em áreas de preservação ambiental em Rondônia

Ação rigorosa do Ministério Público combate incêndios criminosos no estado, com grande redução nas queimadas

As queimadas devastadoras que atingiam o Parque Estadual Guajará-Mirim, em Nova Mamoré (RO), foram drasticamente reduzidas após a Operação Temporã, lançada pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO). A ação, deflagrada após o aumento dos focos de incêndio, conseguiu reduzir as queimadas em 80% em apenas cinco dias, trazendo alívio para a fauna, flora e população afetadas pela fumaça e destruição.

Além disso, a segunda fase da operação focou na Estação Ecológica Soldado da Borracha, entre Cujubim e Porto Velho, outra área de grande preocupação devido ao aumento dos incêndios.

“O aumento no índice de focos de incêndio na região da Estação Ecológica Soldado da Borracha nos levou a lançar a Operação Temporã, fase 2, focada nessa área, mas também atuando em outras regiões, como a Resex Rio Preto Jacundá”, explicou o promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, coordenador do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente), em coletiva de imprensa.

Operação Temporã: uma força-tarefa contra as queimadas

A Operação Temporã é uma ação integrada entre diversos órgãos estaduais e federais, incluindo as polícias, secretarias ambientais e até o Exército Brasileiro, com o objetivo de combater os incêndios e identificar os responsáveis pelos crimes ambientais.

A primeira fase da operação, iniciada em 1º de setembro, focou no Parque Estadual Guajará-Mirim, onde os incêndios cresciam a uma taxa alarmante. Em julho, foram registrados 246 focos de calor na região, número que saltou para 464 em agosto, um aumento de 88,62%. Com o início da operação, os focos caíram drasticamente, passando para apenas quatro em menos de uma semana.

Na segunda fase, iniciada em setembro, o foco foi a Estação Ecológica Soldado da Borracha, onde os incêndios também preocupavam. Em poucos dias, os focos de incêndio caíram de 34 para 17, uma redução de quase 47%, com números cada vez mais próximos de zero conforme as operações avançavam.

Compromisso com o meio ambiente

O Ministério Público, cumprindo seu papel constitucional de zelar pelo meio ambiente, liderou a organização e execução da Operação Temporã. Além de combater os incêndios, a operação visa responsabilizar civil e criminalmente os responsáveis pelos crimes ambientais.

Para isso, a Polícia Técnico-Científica (Politec) envia peritos especializados às áreas afetadas para investigar as causas dos incêndios. A Polícia Civil, com apoio das delegacias locais, realiza investigações e colhe depoimentos de testemunhas para identificar os criminosos.

Uma resposta firme aos crimes ambientais

O promotor Pablo Hernandez Viscardi destacou a seriedade da operação, afirmando que o objetivo não é apenas apagar os incêndios, mas também garantir a punição dos responsáveis. “Nossa meta é identificar cada criminoso que está colocando fogo no nosso estado de forma criminosa. Não vamos tolerar essas práticas”, afirmou.

Com a participação de mais de 300 agentes em suas duas fases, a operação tem obtido resultados expressivos. Entre 1º e 15 de setembro, foram realizadas mais de 2.600 abordagens, com fiscalização de veículos, apreensões e a aplicação de multas superiores a R$ 700 mil. Três pessoas foram presas, suspeitas de envolvimento nos incêndios.

Visita técnica e ações futuras

No dia 25 de setembro, o Ministério Público realizou uma visita técnica à base operacional montada na Estação Ecológica Soldado da Borracha. O local serve como base para as equipes de combate às queimadas e fiscalização da área, com o objetivo de impedir novas destruições ambientais.

O promotor Pablo Hernandez Viscardi ressaltou que, até pouco tempo atrás, bombeiros que atuavam na região eram ameaçados, mas esse cenário mudou. “Agora, estamos presentes na região e não vamos tolerar crimes ambientais. Quem insistir, vai enfrentar uma resposta à altura”, garantiu.

Como denunciar crimes ambientais

A população pode ajudar a combater os incêndios e denunciar atividades criminosas por meio dos seguintes canais:

  • Bombeiros Militar: 193 (combate a incêndios);
  • Polícia Militar: 190 (denúncia);
  • Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam): 0800 666 1150 (fiscalização e orientação).