O primeiro debate entre os presidenciáveis na Band foi previsível e deu o tom que pautará toda a campanha. Fora o aspecto folclórico, o debate programático ficou entre Alckmin e Ciro: de um lado a defesa das reformas e do outro o desenvolvimentismo de traço populista.
É importante ressaltar que esse foi o primeiro debate, desde a redemocratização, sem a presença de um representante do Partido dos Trabalhadores (PT). Os únicos petistas presentes na plateiaforam o tesoureiro do PT, Emídio Souza, e o advogado Marco Aurélio Carvalho.
Morno e sem grandes momentos de polarização direta, o primeiro debate presidencial na TV das eleições 2018, na Band, evidenciou o tucano Geraldo Alckmin, dono do maior tempo na propaganda eleitoral gratuita na TV, como o alvo preferencial dos adversários.
Além de lançar o candidato nanico Cabo Daciolo, do Patriota, ao estrelato nas redes e nos memes por causa de sua participação histriônica, o programa também deixou claro os problemas da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e virtualmente impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa. Em pouco mais de três horas de exposição dos postulantes da TV aberta, o petista, que aparece como o líder das pesquisas de intenção de voto, foi citado apenas uma vez, e no começo – ainda que a memória da era de ouro do lulismo, antes de o país amargar a recessão, tenha sido evocada algumas vezes.
Aborto
Com exceção de Boulos, todos os candidatos exploraram as citações a Deus flertando com o eleitorado cristão. Violência, desemprego e crise do Estado foram os temas mais recorrentes – aborto e desigualdade de gênero também foram mencionados. Só dois candidatos, Marina e o próprio psolista, acabaram tendo que responder uma pergunta de uma jornalista sobre a questão da interrupção da gravidez
Pouca chance
A saga da ex-senadora Fatima Cleide: Em 2002, na onda Lula, Fátima Cleide foi eleita senadora. Em 2006, candidata ao governo, não foi ao segundo turno. Em 2010, candidata à reeleição, não conseguiu. Em 2012 candidata a prefeita de Porto Velho, ficou em quinto lugar na disputa. Em 2014, candidata a deputada federal, não foi eleita. Com este histórico, você acha que ela pode ser eleita senadora agora?
Acidental
As chapas puro-sangue não dão certo, ao menos em Rondônia. Se analisarmos no contexto da história das campanhas eleitorais desde o fim dos anos 80, em Rondônia as candidaturas que tiveram êxito necessitaram aglutinarem-se. Apenas em 2002 que Ivo Cassol (PSDB) conseguiu êxito numa chapa puro-sangue com Odaisa Fernandes. Porém, o então prefeito de Rolim de Moura à época estava em quarto posição nas pesquisas. Acir Gurgacz (PDT) e José Bianco (PFL) estavam tecnicamente empatados para caminharem para o segundo turno. O PT de Fátima Cleide não deu o apoio político necessário ao candidato Acir Gurgacz. O momento era do lulismo e do petismo em todo o Brasil em 2002, e não fizeram a lição de casa. Deu Cassol por acidente de percurso.
Sem efeito
Quanto à conduta vedada do candidato a vice governador na chapa encabeçada pelo PDT de Acir Gurgacz, o ex-presidente da ALE, Neodi Carlos; creio que não houve. Analisando a legislação eleitoral vigente, Neodi Carlos não pode ser alcançado quanto ao fato de ter apresentado programa dominical em Rádio de Machadinho de Oeste, pois ele não estava declarado candidato oficialmente. Não se pode retroagir nesse ínterim.