Informação é com a gente!

25 de dezembro de 2025

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O previsível e descarado calote das vacinas. Só não percebeu quem não queria…

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Uma operação policial deflagrada em diversos pontos do país para interromper um processo fajuto de compra de vacinas contra a covid19 teria impedido pelo menos 20 prefeituras no Brasil de cair em um calote milionário. O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, foi um dos prefeitos seduzido pela proposta de receber 400 mil doses de vacina em apenas um mês, o que colocou em risco R$ 20 milhões dos cofres públicos da prefeitura. Dinheiro do contribuinte. Chaves, por sua vez, nega esse risco. O Madeirão decidiu analisar os motivos que teriam feito tantos políticos embarcarem numa canoa furada em tempos de pandemia.

 

Assim que a notícia da operação policial ganhou as telas de TV e internet país afora, a prefeitura de Porto Velho anunciou à imprensa uma coletiva na qual pouco foi explicado sobre a negociata que já vinha sendo feita desde março sob a promessa do município receber 400 mil doses de vacina contra covid19 ainda em abril. O prefeito Hildon Chaves falou praticamente a mesma coisa que já havia sido dita em três releases anteriores. Esses mesmos releases que já haviam deixado de orelha em pé qualquer criatura pensante do município. Os questionamentos eram simples:

  1. Se países ricos como Canadá e França, por exemplo, vinham enfrentando há meses a escassez de vacinas, que atrasaram os processos locais de imunização, por que alguma empresa teria 400 mil doses para entregar praticamente NO ATO para Porto Velho?
  2. Por que a prefeitura de Porto Velho estava negociando as vacinas com ATRAVESSADORES, ao invés  de efetuar negócio diretamente com os laboratórios?
  3. Por que tais investidores, tão poderosos a ponto de bancar a compra de milhares de doses de vacinas não negociaram com o Ministério da Saúde? Eles teriam tanta bala na agulha para bancar a compra com os laboratórios para esperarem a liberação do dinheiro pelas prefeituras? Oras, a própria Pfizer, um laboratório bilionário, quis forçar o governo brasileiro a cobrir os impostos na negociação com o Ministério da Saúde…

Diferentemente do prefeito Hildon Chaves, o prefeito de Barra do Piraí (RJ), Mário Reis Esteves (Republicanos) não demorou para perceber que não havia vacinas disponíveis no mercado. “Identificamos que não tinha vacina no mundo e encerramos o contrato”, afirmou, e logo foi denunciar os golpistas, que insistiam no negócio, à polícia.

Hildon não deve sequer ter imaginado que existiria alguma dificuldade para comprar vacinas contra covid19. Do jeito que falou na coletiva, é o tipo de pessoa que acha que dá para comprar os imunizantes da astrazeneca e da Pfizer em qualquer conveniência. No final das contas, seu argumento parece ser mais amparado em posicionamento político do que lógico mesmo, tanto que afirmou que a decisão de correr sozinho atrás das doses ocorreu depois de concluir que “o governo federal não iria comprar vacinas”.

É o tipo de lógica que a oposição ao governo Jair Bolsonaro usa para criticar o combate à pandemia no país. Mas será que isso chega perto da verdade?

Qualquer pessoa pode acessar a internet e verificar como anda o processo de imunização em todo o planeta. Vamos citar o caso do Canadá, que começou a vacinar no início de dezembro. Nesta sexta-feira, dia 23 de abril, os canadenses chegaram à marca de 10 milhões de pessoas vacinas. O Brasil, começando depois da metade de janeiro, já vacinou mais de 25 milhões de pessoas. Começamos mais tarde, mas o processo está caminhando de acordo com a disponibilidade de vacinas, assim como qualquer país do mundo.

Podemos continuar a verificar a vacinação pelo globo e descobrir que a África do Sul vacinou menos de 270 mil pessoas até agora, assim como o Japão não chegou a 1,7 milhão de pessoas de um total de cerca de 130 milhões de habitantes; a Alemanha, por sua vez, vacinou pouco mais de 18 milhões de pessoas em seu território… É possível verificar dezenas de países e perceber que a escassez de vacinas afeta o mundo todo, e que o prefeito de Barra do Piraí não estava errado quando concluiu que não tinha imunizante para comprar.

Na verdade, se Hildon ou alguma outra pessoa da prefeitura de Porto Velho procurou laboratórios antes de ir atrás de atravessadores, teria recebido a informação como do Astrazeneca, que afirmou a quem o procurou “que todas as doses em produção estão destinadas a consórcios internacionais, como o Covax Facility, e contratos com países”. A nota encerrava o assunto com um categórico “NÃO HÁ DOSES REMANESCENTES PARA SEREM COMERCIALIZADAS”.

Diante disso, o leitor deve se perguntar o motivo do Supremo Tribunal Federal (STF) ter liberado Estados e municípios brasileiros para saírem a compra de um produto que não existe. O motivo tem tudo para ser político, e não legal, nem administrativo ou sequer lógico. Afinal de contas, é de se esperar que os ministros do STF tivessem dedicado um pouquinho de tempo para avaliar se existiria ou não imunizante disponível para venda no planeta Terra, para que a medida não fosse em vão. Mas foi em vão.

Dessa forma, o cidadão comum é levado a pensar que a intenção da liberação da compra da vacina serviria apenas para deixar registrada a existência de um suposto atraso ou “má vontade” do governo federal para comprar as doses de vacina contra a Covid19.

O episódio mostra que não há vacinas, não tem solução fácil e tem gente demais querendo tirar cartola do chapéu e sair como o salvador da Pátria na Pandemia. MOstra também que a atabalhoada busca de Hildon por vacina fácil serviu apenas para deixar a população de Porto Velho mergulhada em uma expectativa falsa. Está aí, então, o prejuízo que o prefeito disse que não haveria: a decepção do cidadão portovelhense, que ficou crente que ia ser vacinada antes de todo o resto do país, com as doses que Hildon achou que existiam à venda numa conveniência qualquer de um Posto Ipiranga…

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