Agricultores do Amazonas agora têm acesso a uma nova variedade de mandioca, desenvolvida especialmente para as condições do estado. A BRS Jacundá, criada pela Embrapa Amazônia Ocidental, promete um salto na produção, com uma produtividade mais de 300% superior à média atual do Amazonas.
A nova cultivar não só aumenta a quantidade colhida, mas também é mais resistente a pragas e doenças, e possui características que agradam ao consumidor local, como a polpa amarela – ideal para a produção da tradicional farinha de mesa.
Apresentação em dia de campo
A BRS Jacundá foi apresentada ao setor produtivo durante um dia de campo na sede da Embrapa em Manaus. O evento reuniu produtores rurais, técnicos, representantes da agroindústria e parceiros, que puderam conhecer os resultados dos testes realizados em diferentes plantios.
Segundo o pesquisador da Embrapa, Ferdinando Barreto, a nova mandioca é adaptada ao ambiente de terra firme e tem grande potencial para impulsionar a cadeia produtiva, especialmente em regiões como o Médio Solimões, onde a mandioca é a base da economia agrícola.
A produtividade da BRS Jacundá pode chegar a mais de 30 mil quilos por hectare, enquanto a média estadual atual é de 10.560 kg/ha. Com o manejo correto, a cultivar também se destaca pela qualidade das raízes e pela resistência a problemas comuns na cultura.
“Isso deve contribuir para a segurança alimentar e para o fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca no estado”, acredita Barreto.
Mandioca: importância para o Amazonas
A mandioca desempenha um papel fundamental na alimentação da população amazônica, especialmente das áreas rurais de baixa renda. Além de garantir o sustento, a cultura gera trabalho e renda através da venda dos produtos e seus derivados.
A Embrapa Amazônia Ocidental, em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, tem investido em pesquisas para desenvolver cultivares com características superiores, atendendo às necessidades dos produtores locais.
Polpa amarela: preferência local
No Amazonas, a farinha de mandioca brava com polpa amarela é a mais consumida. A BRS Jacundá atende a essa preferência, sendo uma excelente opção tanto para a produção de farinha quanto de tucupi.
A alta produtividade, a disponibilidade de manivas-sementes, o alto teor de amido e a tolerância a pragas e doenças são outros fatores que devem favorecer a adoção da nova cultivar no estado.
Como plantar a BRS Jacundá
Para o plantio da BRS Jacundá, recomenda-se espaçamento de 1m x 1m em sistemas de plantio solteiro na terra firme, com densidade de 10 mil plantas por hectare. É importante evitar plantios sucessivos na mesma área para evitar o aumento de podridões nas raízes. A mandioca se beneficia de rotação com gramíneas (milho e sorgo) e leguminosas (feijão-caupi, mucuna, tephrosia e flemingia).
O plantio ideal ocorre no início do período chuvoso (novembro e dezembro), e a colheita pode ser feita entre oito e doze meses após o plantio.
*Com informações da Embrapa Amazônia Ocidental