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21 de abril de 2025

g1 > Mundo As notícias internacionais mais urgentes e importantes, além de análises e contextualização dos principais assuntos da política mundial

  • Quem foi o primeiro papa do mundo? Veja a lista de todos os pontífices da história
    on 21 de abril de 2025 at 14:45

    São Pedro (33 a 67) São Lino (67 a 76) Santo Anacleto (76 a 88) São Clemente I (88 a 97) Santo Evaristo (97 a 105) Santo Alexandre I (105 a 115) São Sisto I (115 a 125) São Telésforo (125 a 136) Santo Higino (136 a 140) São Pio I (140 a 154) Santo Aniceto (155 a 166) São Sotero (166 a 174) Santo Eleutério (174 a 189) São Vitor I (189 a 199) São Zeferino (199 a 217) São Calisto I (217 a 222) Santo Urbano I (222 a 230) São Ponciano (230 a 235) Santo Antero (235 a 236) São Fabiano (236 a 250) São Cornélio (251 a 253) São Lúcio I (253 a 254) Santo Estevão I (254 a 257) São Sisto II (257 a 258) São Dionísio (259 a 268) São Félix I (269 a 274) Santo Eutiquiano (275 a 283) São Caio (283 a 296) São Marcelino (296 a 304) São Marcelo I (308 a 309) Santo Eusébio (309 a 310) São Melquíades (311 a 314) São Silvestre I (314 a 335) São Marcos (336) São Júlio I (337 a 352) Libério (352 a 366) São Dâmaso I (366 a 384) São Sirício (384 a 399) Santo Anastácio I (399 a 401) Santo Inocêncio I (401 a 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a 685) João V (685 a 686) Cônon (686 a 687) São Sérgio I (687 a 701) João VI (701 a 705) João VII (705 a 707) Sisínio (707 a 708) Constantino I (708 a 715) São Gregório II (715 a 731) São Gregório III (731 a 741) São Zacarias (741 a 752) Estevão II (752 a 757) São Paulo I (757 a 767) Estevão III (768 a 772) Adriano I (772 a 795) São Leão III (795 a 816) Estevão IV (816 a 817) São Pascoal I (817 a 824) Eugênio II (824 a 827) Valentim I (827) Gregório IV (827 a 844) Sério II (844 a 847) São Leão IV (847 a 855) Bento III (855 a 858) São Nicolau I (858 a 867) Adriano II (867 a 872) João VIII (872 a 882) Mariano I (882 a 884) Santo Adriano III (884 a 885) Estevão V (885 a 891) Formoso (891 a 896) Bonifácio VI (896) Estêvão VI (896 a 897) Romano (897) Teodoro II (897) João IX (898 a 900) Bento IV (900 a 903) Leão V (903) Sérgio III (904 a 911) Anastácio III (911 a 913) Lando (913 a 914) João X (914 a 928) Leão VI (928) Estevão VII (929 a 931) João XI (931 a 935) Leão VII (936 a 939) Estêvão VIII (939 a 942) Marino II (942 a 946) Agapito II (946 a 955) João XII (955 a 964) Leão VIII (964 a 965) Bento V (965) João XIII (965 a 972) Bento VI (973 a 974) Bento VII (974 a 983) João XIV (983 a 984) João XV (984 a 996) Gregório V (996 a 999) Silvestre II (999 a 1003) João XVII (1003) João XVIII (1003 a 1009) Sérgio IV (1009 a 1012) Bento VIII (1012 a 1024) João XIX (1024 a 1032) Bento IX (1032 a 1044) Silvestre III (1044) Bento IX (2ª vez) (1045) Gregório VI (1045 a 1046) Clemente II (1046 a 1047) Bento IX (3ª vez) (1047 a 1048) Dâmaso II (1048) São Leão IX (1049 a 1054) Vitor II (1055 a 1057) Estêvão IX (1057 a 1058) Nicolau II (1059 a 1061) Alexandre II (1061 a 1073) São Gregório VII (1073 a 1085) Beato Vitor III (1086 a 1087) Beato Urbano II (1088 a 1099) Pascoal II (1099 a 1118) Gelásio II (1118 a 1119) Calisto II (1119 a 1124) Honório II 91124 a 1130) Inocêncio II (1130 a 1143) Celestino II (1143 a 1144) Lúcio II (1144 a 1145) Beato Eugênio III (1145 a 1153) Anastácio IV (1153 a 1154) Adriano IV (1154 a 1159) Alexandre III (1159 a 1181) Lúcio III (1181 a 1185) Urbano III (1185 a 1187) Gregório VIII (1187) Clemente III (1187 a 1191) Celestino III (1191 a 1198) Inocêncio III (1198 a 1216) Honório III (1216 a 1227) Gregório IX (1227 a 1241) Celestino IV (1241) Inocêncio IV (1243 a 1254) Alexandre IV (1254 a 1261) Urbano IV (1261 a 1264) Clemente IV (1265 a 1268) Beato Gregório X (1271 a 1276) Beato Inocêncio V (1276) Adriano V (1276) João XXI (1276 a 1277) Nicolau III (1277 a 1280) Matinho IV (1281 a 1285) Honório IV (1286 a 1287) Nicolau IV (1288 a 1292) São Celestino V (1293 a 1294) Bonifácio VIII (1294 a 1303) Beato Bento XI (1303 a 1304) Clemente V (1305 a 1314) João XXII (1316 a 1334) Bento XII (1334 a 1342) Clemente VI (1342 a 1352) Inocêncio VI (1352 a 1362) Bento Urbano V (1362 a 1370) Gregório XI (1370 a 1378) Urbano VI (1378 a 1389) Bonifácio IX (1389 a 1404) Inocêncio VII (1404 a 1406) Gregório XII (1406 a 1415) Martinho V (1417 a 1431) Eugênio IV (1431 a 1447) Nicolau V (1447 a 1455) Calisto III (1455 a 1458) Pio II (1458 a 1464) Paulo II (1464 a 1471) Sisto IV (1471 a 1484) Inocêncio VIII (1484 a 1492) Alexandre VI (1492 a 1503) Pio III (1503) Júlio II (1503 a 1513) Leão X (1513 a 1521) Adriano VI (1522 a 1523) Clemente VII (1523 a 1534) Paulo III (1534 a 1549) Júlio III (1550 a 1555) Marcelo II (1555) Paulo IV (1555 a 1559) Pio IV (1559 a 1565) São Pio V (1566 a 1572) Gregório XIII (1572 a 1585) Sisto V (1585 a 1590) Urbano VII (1590) Gregório XIV (1590 a 1591) Inocêncio IX (1591) Clemente VIII (1592 a 1605) Leão XI (1605) Paulo V (1605 a 1621) Gregório XV (1621 a 1623) Urbano VIII (1623 a 1644) Inocêncio X (1644 a 1655) Alexandre VII (1655 a 1667) Clemente IX (1667 a 1669) Clemente X (1670 a 1676) Beato Inocêncio XI (1676 a 1689) Alexandre VIII (1689 a 1691) Inocêncio XII (1691 a 1700) Clemente XI (1700 a 1721) Inocêncio XIII (1721 a 1724) Bento XIII (1724 a 1730) Clemente XII (1730 a 1740) Bento XIV (1740 a 1758) Clemente XIII (1758 a 1769) Clemente XIV (1769 a 1774) Pio VI (1775 a 1799) Pio VII (1800 a 1823) Leão XII (1823 a 1829) Pio VIII (1829 a 1830) Gregório XVI (1831 a 1846) Pio IX (1846 a 1878) Leão XIII (1878 a 1903) São Pio X (1903 a 1914) Bento XV (1914 a 1922) Pio XI (1922 a 1939) Pio XII (1939 a 1958) João XXIII (1958 a 1963) Paulo VI (1963 a 1978) João Paulo I (1978) João Paulo II (1978 a 2005) Bento XVI (2005 a 2013) Francisco (2013 a 2025)

  • 'Muita cachaça, pouca oração': relembre piada do papa sobre brasileiros
    on 21 de abril de 2025 at 14:19

    Brincadeira foi relembrada por internautas nas redes sociais nesta segunda-feira (21), após a morte de Francisco, aos 88 anos. Papa faz piada sobre brasileiros: 'Não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração" Conhecido pelo seu perfil carismático, o papa Francisco fez uma piada que repercutiu entre os brasileiros em 2021. Ao caminhar pelo pátio de San Damaso, no Vaticano, o pontífice foi abordado pelo padre João Paulo Souto Victor, de Campina Grande (PB), que pediu orações para seus conterrâneos. "Santo padre, reze por nós, brasileiros", disse João Paulo. Sorrindo, Francisco respondeu com piada: "Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração". A brincadeira foi relembrada por internautas nas redes sociais nesta segunda-feira (21), após a morte de Francisco, aos 88 anos. "Ele não mentiu", disse uma usuária. "Ele era muito fofo! 🥰", comentou outra. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica Outro vídeo do papa Francisco que voltou a repercutir nesta segunda-feira é do dia em que ele se irritou ao ser puxado por uma mulher no Vaticano, em 2019. Relembre abaixo. O vídeo mostra que Francisco reagiu bruscamente ao ser puxado e bateu duas vezes na mão da mulher, visivelmente incomodado, na tentativa de se desvencilhar. No dia seguinte, ele pediu desculpas pelo "mau exemplo". Papa Francisco é puxado por mulher na Praça de São Pedro A morte de Francisco Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21) de Páscoa. O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado internado por 38 dias. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz o comunicado oficial do Vaticano. A morte do papa Francisco coloca a Igreja Católica em um período conhecido como "Sé vacante". Durante esta fase, o Vaticano dá início aos preparativos para o funeral do pontífice e para a escolha de um novo líder. Por enquanto, a Igreja terá uma espécie de governo temporário. Parte dos religiosos que compõem a cúpula do governo do Vaticano perde suas as funções, e decisões urgentes ficam a cargo de um Colégio dos Cardeais. SAIBA MAIS: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco VÍDEOS: quebras de protocolos e a descontração do papa Francisco

  • Como foi reunião do papa Francisco com J.D. Vance, vice de Trump, um dia antes de morrer
    on 21 de abril de 2025 at 13:59

    Líder da Igreja Católica criticou duramente a política migratória do governo de Donald Trump. Papa Francisco se encontra com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, no Vaticano. Foto: Vatican Media/­Handout via Reuters O papa Francisco se reuniu com o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, no domingo de Páscoa (20), um dia antes de sua morte ser anunciada. O encontro ocorreu na Casa Santa Marta, residência oficial do pontífice no Vaticano, pouco antes das celebrações de Páscoa. O vice-presidente se converteu ao catolicismo em 2019. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, J.D. Vance e Francisco se reuniram por poucos minutos, durante os quais o papa presenteou o vice-presidente americano com uma gravata com o brasão do Vaticano, um terço e ovos de Páscoa para cada um dos filhos de Vance. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica "É um prazer vê-lo em melhor estado de saúde", disse J.D. Vance ao papa argentino, em vídeo divulgado pelo Vaticano. "Obrigado por me receber. Rezo pelo senhor todos os dias. Que Deus o abençoe". Após o anúncio do falecimento do papa Francisco, o vice-presidente americano afirmou que ficou feliz em ter se reunido com Sua Santidade. "Meu coração está com os milhões de cristãos em todo o mundo que o amavam. Fiquei feliz em vê-lo ontem, embora ele estivesse obviamente muito doente", escreveu no X. Nota de pesar do presidente Lula pela morte do papa Francisco Vance também afirmou que sempre se lembrará de Francisco pela homilia que ele proferiu nos primeiros dias da pandemia de covid-19. "Foi realmente muito bonito", disse. A visita do vice-presidente a Francisco aconteceu cerca de dois meses após o líder da Igreja Católica criticar duramente a política migratória do governo de Donald Trump. Em fevereiro, o papa classificou as expulsões em massa de migrantes como uma "grande crise". Em uma carta enviada aos bispos americanos, Francisco exortou os católicos e outros "a não cederem a narrativas que discriminam e causam sofrimento desnecessário aos nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados". "O que se constrói à base de força, e não a partir da verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, mal começa e mal terminará", escreveu ainda o pontífice. Após as críticas, Vance afirmou que continuaria a defender suas opiniões. Em um evento católico em Washington DC, o vice-presidente se autodenominou um "católico bebê" e reconheceu que havia "coisas sobre a fé que eu desconhecia". J.D. Vance viajou com sua família para a Itália e chegou a Roma na sexta-feira (18). No sábado, encontrou-se com o Secretário de Estado e o Secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais do Vaticano. Durante "conversas cordiais", as partes expressaram satisfação com as "boas relações bilaterais existentes" e um "compromisso comum" com a proteção da liberdade religiosa, afirmou o Vaticano em um comunicado. "Houve uma troca de opiniões sobre a situação internacional, especialmente em relação aos países afetados por guerras, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção especial aos migrantes, refugiados e prisioneiros", completa o texto. Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco

  • Vaticano diz que causa da morte do papa Francisco deve ser divulgada às 15h
    on 21 de abril de 2025 at 13:56

    Jorge Mario Bergoglio morreu às 2h35 (no horário de Brasília).Pontífice ficou 38 dias internado com problemas respiratórios, mas causa da morte ainda não foi informada Vaticano diz que causa da morte do papa Francisco deve ser divulgada às 15h Jorge Mario Bergoglio morreu às 2h35 (no horário de Brasília).Pontífice ficou 38 dias internado com problemas respiratórios, mas causa da morte ainda não foi informada ESPECIAL g1: o legado do papa dos excluídos + ANÁLISE: as reformas na estrutura e visão da Igreja. TRAJETÓRIA: bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano. REPERCUSSÃO: Trump, Putin, Rei Charles, Milei, Macron... + LULA: 'Propagou tolerância e solidariedade'. PRÓXIMOS PASSOS: às 14h, começa a missa de sufrágio. PRÓXIMO PAPA: como funciona o conclave + quem são os 7 brasileiros a votar

  • Revista Time homenageia papa Francisco em nova capa e diz que ele foi 'pároco do mundo'
    on 21 de abril de 2025 at 13:35

    Revista americana afirma que Francisco liderou uma era de crise e destaca perfil empático e humilde. Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica A revista americana Time homenageou papa Francisco em nova capa, após a divulgação da morte do pontífice nesta segunda-feira (21). A capa é ilustrada com uma foto em preto e branco de Francisco, com o título 'Papa Francisco 1936-2025'. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa "O Papa Francisco, o líder católico romano reformista que guiou a Igreja em uma era de crise, faleceu na segunda-feira, 21 de abril, um dia após ter aparecido na Praça de São Pedro para oferecer uma bênção de Páscoa ao público. Ele tinha 88 anos", diz a reportagem. A publicação relembra que ele foi o primeiro papa das Américas e que adotou o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis. Sobre sua trajetória, a revista afirmou que ele serviu como "consciência do mundo" ao se opor à invasão da Rússia na Ucrânia e condenar ataques entre Israel e Hamas. "Francisco se destacou por exalar um certo nível de empatia, humildade e misericórdia com o qual as pessoas se sentiram conectadas de uma forma que disseram nunca ter sentido com papas anteriores", escreveu a Time. Em julho de 2013, meses após assumir o papado, o líder religioso também foi capa da Time. Na edição, o veículo destacou que ele era o "papa do povo", caracterizado por humildade e simplicidade. No final de 2013, a revista também o escolheu como personalidade do ano, e declarou que Francisco mudou o tom, percepção e o foco da Igreja Católica. Revista Time homenageia papa Francisco em nova capa nesta segunda-feira (21). Reprodução LEIA TAMBÉM: ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco Pulmão, intestino e mais: os problemas de saúde enfrentados por Francisco VÍDEOS: 9 vídeos que resumem o papado de Francisco

  • Papa Francisco simplificou rituais funerários para pontífices há 5 meses; veja o que mudou
    on 21 de abril de 2025 at 13:35

    Mudança passou a permitir que o sepultamento dos corpos seja feito fora do Vaticano e retirou a obrigação dos três caixões. O papa Francisco acena em imagem de 2 de setembro de 2023 em Ulan Bator, capital da Mongólia Alberto Pizzoli/AFP O papa Francisco aprovou uma reforma que simplificou os rituais funerários de pontífices cinco meses antes de sua morte, nesta segunda-feira (21). ➡️ A mudança passou a permitir que o sepultamento dos corpos seja feito fora do Vaticano. Como já havia revelado antes de morrer, Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não nas grutas sob a Basílica de São Pedro, onde a maioria dos papas está enterrada. A medida quebra uma tradição de mais de um século da Igreja Católica. A última vez que um papa foi sepultado fora dos portões do Vaticano foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII. O desejo de Francisco de ser enterrado em Santa Maria Maggiore reflete sua veneração por um ícone da Virgem Maria que está localizado lá, o Salus populi Romani (Salvação do povo de Roma). ➡️ A reforma aprovada pelo papa também retirou a obrigação de que pontífices fiquem sob três caixões tradicionais de chipre, chumbo e carvalho. Agora, a urna de Francisco terá apenas uma estrutura de madeira revestida por zinco. A simplificação, segundo o mestre de cerimônias litúrgicas do Vaticano, Monsenhor Diego Ravelli, visa "enfatizar ainda mais que o funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo e não de um homem poderoso deste mundo". ➡️ Além disso, também houve a eliminação da exigência de que o papa seja colocado em um caixão elevado na Basílica de São Pedro para exibição pública. Desde sua eleição em 2013, Francisco evitou a pompa frequentemente associada ao papado para enfatizar seu papel como bispo de Roma e servo da "igreja dos pobres". AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica Morte do papa Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21) de Páscoa. O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado internado por 38 dias. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz o comunicado oficial do Vaticano. A morte do papa Francisco coloca a Igreja Católica em um período conhecido como "Sé vacante". Durante esta fase, o Vaticano dá início aos preparativos para o funeral do pontífice e para a escolha de um novo líder. Por enquanto, a Igreja terá uma espécie de governo temporário. Parte dos religiosos que compõem a cúpula do governo do Vaticano perde suas as funções, e decisões urgentes ficam a cargo de um Colégio dos Cardeais. SAIBA MAIS: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco

  • VÍDEOS: morte do papa Francisco no Vaticano; repercussão
    on 21 de abril de 2025 at 13:31
  • Time do papa Francisco faz homenagem emocionante: 'sempre foi um dos nossos'
    on 21 de abril de 2025 at 13:18

    Papa Francisco morreu às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). No vídeo de despedida, o San Lorenzo compartilhou algumas imagens raras. Carteirinha de socio torcedor do Papa Francisco, torcedor do San Lorenzo Club San Lorenzo / AFP O time do coração do papa Francisco, o San Lorenzo, fez uma homenagem emocionante ao pontífice por meio das redes sociais. Ele morreu na madrugada desta segunda-feira (21), aos 88 anos. Na homenagem, o time argentino relembrou a ligação entre Francisco e o San Lorenzo, que tem um corvo como mascote. Mesmo após assumir o posto de Papa, o religioso nunca escondeu o amor pelo clube. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica No vídeo de despedida, é possível ver algumas imagens raras, como fotos antigas de Francisco com a camisa do San Lorenzo e até a carteirinha de sócio honorário do clube. Em 2013, ano em que Francisco se tornou papa, o San Lorenzo voltou a conquistar um título nacional após seis anos. Na temporada seguinte, em 2014, o clube venceu pela primeira vez a Libertadores. Por isso, muitos torcedores começaram a acreditar que os possíveis milagres do time poderiam ter ligação com o papa Francisco. "Nunca foi apenas mais um e sempre foi um dos nossos. Cuervo desde criança e como homem... Cuervo como sacerdote e cardeal... Cuervo também como Papa...Sempre transmitiu sua paixão pelo Ciclón: quando ia ao Viejo Gasómetro para ver o time de 46, quando confirmava Angelito Correa na capela da Cidade Esportiva, quando recebia as visitas azulgranas no Vaticano sempre com total felicidade... Sócio N°88235.De Jorge Mario Bergoglio a Francisco, houve algo que jamais mudou: seu amor pelo Ciclón. Envoltos em profunda dor, desde #SanLorenzo hoje dizemos a Francisco: Adeus, obrigado e até sempre! Estaremos juntos pela eternidade!", escreveu o San Lorenzo em nota. Initial plugin text Antes de se tornar pontífice, Francisco tinha uma forte ligação com o San Lorenzo e frequentemente celebrava missas na sede esportiva do clube – em especial todo dia 1º de abril, em comemoração ao aniversário do clube. No Vaticano, várias camisas do San Lorenzo ficavam expostas em uma vitrine de vidro. Dizem que o jovem Bergoglio se apaixonou pelo time em 1946, quando o clube se sagrou campeão com uma série de vitórias memoráveis contra Boca Juniors, River Plate, Racing e outros gigantes da liga argentina. Jogos adiados A Serie A, principal liga de futebol da Itália, adiou todos os jogos desta segunda-feira (21) após a morte do papa Francisco, e os quatro jogos que serão disputados na quarta-feira (23). "Após o falecimento do Santo Padre, a Liga Nacional Profissional Série A comunica que as partidas programadas para a rodada de hoje do campeonato serão adiadas para uma data a ser definida", disse a liga em comunicado. A morte de Francisco Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz comunicado oficial. Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo. Veja o momento em que o Vaticano anuncia a morte do Papa Francisco LEIA TAMBÉM: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco

  • Papa Francisco morreu em seu apartamento, e causa da morte deve ser divulgada às 15h, diz Vaticano
    on 21 de abril de 2025 at 13:16

    Segundo serviço de imprensa da Santa Sé, atestado oficial de óbito do pontífice, que morreu na residência Santa Marta nesta segunda (21), será divulgado às 15h no horário de Brasília. Personalidades e instituições goianas lamentam morte de Papa Francisco Divulgação/Vaticano News O papa Francisco morreu no apartamento em que morava na residência de Santa Marta, no Vaticano, informou o serviço de imprensa da Santa Sé nesta segunda-feira (21). O pontífice viveu no local desde sua eleição, em 2013. O Vaticano disse ainda que as causas da morte do papa argentino, que tinha 88 anos, deverão ser divulgadas nas próximas horas, após o atestado oficial de óbito, previsto para 15h no horário de Brasília (20h no horário local). AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica Francisco morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda. O anúncio foi feito pelo Vaticano em um pronunciamento em vídeo, mas ainda não deu mais detalhes sobre a causa da morte. Leia mais abaixo. Morte do papa Francisco Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Papa Francisco morreu um mês após ter alta do hospital, onde ficou internado por quase 40 dias para tratar uma pneumonia nos dois pulmões. Ele ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz comunicado oficial. As cerimônias fúnebres de Francisco seguirão uma série de ritos e começam já nas próximas horas desta segunda-feira, segundo o Vaticano. Veja mais detalhes aqui. Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro, no Vaticano. A última vez que isso aconteceu foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII. Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo.

  • Papa Francisco: relembre frases marcantes do pontífice
    on 21 de abril de 2025 at 13:16

    Pontífice, que morreu nesta segunda-feira (21), foi autor de frases engraçadas e fortes, que marcaram seus 12 anos de papado. Veja o momento em que o Vaticano anuncia a morte do Papa Francisco O papa Francisco, que morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (21), ficou conhecido por ter uma postura progressista no comando da Igreja Católica e prezar por diálogos e paz em um período em que novas guerras tomaram forma. Francisco criticava líderes que incentivavam formas de violência e o modelo econômico capitalista se mostrava tolerante com temas que são tabus entre os religiosos, como o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, e também adotava um tom divertido em entrevistas. Tais características resultaram em frases marcantes durante a trajetória de 12 anos de papado do pontífice. Relembre algumas das principais frases do papa Francisco durante o período em que comandou a igreja. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica 1- 'O papa é argentino e Deus é brasileiro' Logo no início de seu papado, Francisco viajou ao Brasil, em julho de 2013, para participar da Jornada Mundial da Juventude. Em uma entrevista, na época, o papa brincou sobre a rivalidade entre Brasil e Argentina e garantiu que esse problema já havia sido "totalmente superado". "Porque negociamos bem: o papa é argentino e Deus é brasileiro", disse. "O papa é argentino e Deus é brasileiro", brinca Francisco sobre rivalidade entre vizinhos 2- 'Com Deus a vida nunca morre' Em 27 de março de 2020, no início da pandemia de Covid-19, Francisco fez uma de suas homilias mais populares durante seus 12 anos de papado, em uma cerimônia que realizou sozinho na imensa e vazia Praça São Pedro. Ele relembrou uma passagem bastante conhecida da Bíblia, em que os discípulos de Jesus se assustam com uma tempestade no mar enquanto o líder dormia. Antes de acalmar a tempestade, Jesus questiona: "por que temeis, homens de pouca fé?". "A fé começa quando nos damos conta de que precisamos de salvação. Não somos autossuficientes; sozinhos, afundamos: precisamos do Senhor, como os antigos navegadores precisavam das estrelas", disse Francisco. "Como os discípulos, experimentaremos que com Ele a bordo não haverá naufrágio. Porque esta é a força de Deus: transformar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas más. Ele traz serenidade às nossas tempestades, porque com Deus a vida nunca morre", afirmou o papa em seu sermão. RELEMBRE: Papa Francisco rezou pela humanidade em Praça São Pedro vazia na pandemia 3- 'Não queria ser papa' Logo no início de seu papado, Francisco disse que "não queria ser papa", brincando sobre as dificuldades de assumir o cargo mais alto dentro da Igreja Católica. Perguntado sobre suas aspirações para assumir o "trono de Pedro", o pontífice disse que "uma pessoa que quer ser papa não gosta realmente de si mesma". 4- 'Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?' Também na viagem que fez para o Brasil em 2013, o papa disse uma das frases que mais repercutiu durante todo o seu papado. "Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O Catecismo da Igreja Católica explica e diz que tais pessoas não devem ser marginalizadas e devem ser integradas à sociedade", afirmou. Papa Francisco fala sobre gays durante voo de volta a Roma 5- Igreja deve 'pedir perdão' aos gays, mulheres e pobres Em junho de 2016, o papa Francisco afirmou, em uma conversa com jornalistas durante um voo, que os cristãos e a Igreja Católica deveriam se desculpar com grupos que foram tratados de uma forma negativa no passado. "Acho que a Igreja não deve apenas pedir desculpas ... a uma pessoa gay a quem ofendeu, mas também deve pedir desculpas aos pobres, bem como às mulheres que foram exploradas, às crianças que foram exploradas por trabalho (forçado). Deve pedir desculpas por ter abençoado tantas armas ". 6- 'Coroinha de Putin' Em maio de 2022, pouco depois do início da guerra entre Rússia e Ucrânia, uma frase de Francisco incomodou a Igreja Ortodoxa russa. Na ocasião, o papa disse ao jornal italiano "Corriere Della Sera" que o líder da igreja russa, o Patriarca Kirill, "não pode se tornar o coroinha de Putin". Isso porque Kirill é um forte aliado do presidente russo, Vladimir Putin, e apoiou a invasão da Rússia à Ucrânia. O Patriarca, também, já benzeu armas e mísseis russos. Após a fala de Francisco, Kirill repreendeu o papa e disse que o pontífice usou o "tom errado" para falar sobre ele. O Papa Francisco e o Patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa russa, em um encontro histórico realizado em Cuba em 2016. Francisco decidiu cancelar nova reunião dos dois pelos posicionamentos de Kirill a favor da guerra Reuters 7- 'É mais perigosa do que um câncer a doença do desinteresse nos jovens' Em um sermão sobre a importância dos cristãos estarem atentos à realidade da sociedade, o papa disse que a "doença" do desinteresse, para os jovens, pode ser mais "perigosa do que um câncer". "O cristão se interessa pela realidade social e dá sua própria contribuição. O nosso slogan não é 'estou me lixando'. Não! Mas 'me interessa!' Estejam atentos", disse. 8- Mulheres trans são 'filhas de Deus' Em agosto de 2023, Francisco rebateu críticas de membros da Igreja Católica por receber pessoas transsexuais em audiências no Vaticano e disse que as mulheres trans são "filhas de Deus". "(...) Não me preocupo que me critiquem por eu receber transsexuais na audiência geral das quartas-feiras transexuais. (....) A primeira vez que vieram e me viram, saíram chorando, dizendo que eu tinha dado uma mão, um beijo... Como se eu tivesse feito algo excepcional. Mas elas são filhas de Deus! Ele ainda te ama do jeito que você é. Jesus nos ensina a não estabelecer limites", disse o papa. 9- 'Nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados' O papa Francisco se encontrou com mais de 3 mil pessoas em Puerto Maldonado, região da Amazônia do Peru, em janeiro de 2018, para falar sobre o sofrimento dos povos e do território da Amazônia. Na ocasião, o papa disse que "provavelmente, nunca os povos originários estiveram tão ameaçados nos seus territórios como estão agora". 10- 'Peço-lhes, como irmão, que permaneçam na paz' Em abril de 2019, durante um encontro com líderes do Sudão do Sul que viviam em guerra pelo controle do país, o papa Francisco fez um gesto sem precedentes e um dos mais marcantes do Vaticano: ajoelhou-se e beijou os pés dos líderes, pedindo por humildade e paz. "A vocês três que assinaram o Acordo de Paz, peço-lhes, como irmão, que permaneçam na paz. Peco-lhes com o coração. Vamos seguir em frente. Haverá muitos problemas, mas não tenham medo, vão em frente, resolvam os problemas. Vocês iniciaram um processo: que termine bem", disse o papa. "Haverá lutas entre vocês dois, sim. Que elas ocorram dentro do escritório; diante do povo, as mãos unidas. Assim, de simples cidadãos, vocês se tornarão Pais da Nação. Permitam-me pedir isso com o coração, com os meus sentimentos mais profundos". 11- Católicos não precisam se 'reproduzir como coelhos' O papa defendeu a "paternidade responsável" em janeiro de 2025, após a história de uma mulher que teve sete filhos por cesariana e estava grávida do oitavo ganhar repercussão. Francisco disse que "algumas pessoas acreditam, e me desculpem a palavra, que para sermos bons católicos precisamos ser como coelhos. Não! Paternidade responsável". 12- 'É uma questão de transformar a economia que mata em uma economia de vida' Em uma mensagem em evento com a instituição "a Economia de Francisco", que é inspirada pelos ideais do santo São Francisco de Assis e busca promover uma economia mais sustentável e responsável social e ambientalmente, o papa Francisco defendeu os valores econômicos do grupo. "Hoje, uma nova economia inspirada por Francisco de Assis pode e deve se tornar uma economia de amizade com a Terra e uma economia da paz. É É uma questão de transformar a economia que mata em uma economia de vida, em todos os aspectos", disse o pontífice. 13- 'O dinheiro deve servir, não governar' Em outro evento voltado para as finanças, o "Diálogos por uma Finança Integralmente Sustentável", o papa Francisco disse que "o dinheiro deve servir, não governar", referindo-se aos países que são governados por interesses financeiros, e não sociais. "Uma reforma financeira que não ignore a ética exigiria uma vigorosa mudança de atitude por parte dos líderes políticos", afirmou. A morte do papa Francisco O Papa Francisco acenando depois de aparecer inesperadamente durante a missa do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, no Vaticano REUTERS/Yara Nardi Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda. As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz comunicado oficial. Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo. LEIA MAIS Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco VÍDEOS: o resumo do papado de Francisco Morre Francisco, o papa de hábitos simples que lutou para mudar a Igreja Alta após quadro de bronquite Francisco ficou internado por cerca de 40 dias com um quadro de bronquite. A primeira hospitalização foi no início de fevereiro. Nos dias seguintes, o papa começou a ter dificuldades para discursar durante audiências religiosas. Ele admitiu publicamente que estava com dificuldades respiratórias e chegou a pedir para um auxiliar fazer a leitura do sermão. No dia 14 de fevereiro, o papa foi internado no hospital Agostino Gemelli para fazer exames e tratar a bronquite. Mesmo hospitalizado, ele continuou participando de algumas atividades religiosas. No domingo (16), ele pediu desculpas por faltar à oração semanal com fiéis na Praça de São Pedro. Já na segunda-feira (17), o Vaticano informou que Francisco estava com uma infecção polimicrobiana — causada por um ou mais microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos. O quadro de saúde do papa foi descrito como "complexo". No dia seguinte, em um novo boletim, o Vaticano anunciou que o pontífice estava com uma pneumonia bilateral. A infecção é mais grave do que uma pneumonia comum, já que pode prejudicar a respiração e a circulação de oxigênio pelo organismo de uma forma geral. O Papa teve alta do hospital após ficar cerca de 40 dias internado. Até a publicação desta reportagem, o Vaticano não havia dado detalhes sobre o funeral do papa Francisco. A Igreja Católica deve se reunir nas próximas semanas para decidir quem será o novo papa. Os desafios do papado de Francisco Papa Francisco acena para fiéis na Praça São Pedro durante celebração da Páscoa, neste domingo (21). Reuters Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos. Seu perfil jovial e descontraído — ele gostava de fazer piadas e brincadeiras — o tornou uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha antes de mais nada conjuntural. A Igreja Católica vivia então um de seus momentos mais delicados. A popularidade em baixa e os escândalos de pedofilia envolvendo padres em todo o mundo são apenas alguns dos desafios que o pontífice enfrentaria durante seu papado. A modernidade também levou Francisco a lidar com outros assuntos delicados para a Igreja, como os direitos LGBTQIA+ e o sexismo. Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos — a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos. Mas também foi criticado por não avançar menos do que o esperado na questão feminina. Francisco terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas. O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos. Discursos políticos e combate à pobreza O pontífice também ficou marcado por discursos políticos durantes sermões. Não poupou críticas a líderes de países em guerra, como o russo Vladimir Putin e o israelense Benjamin Netanyahu. Ele também apontou o dedo para a União Europeia ao citar a crise dos refugiados, que começou durante seu papado, em 2015. Em uma das imagens mais impressionantes e sem precedentes na Igreja Católica, rezou sozinho na sempre lotada Praça São Pedro, no Vaticano, quando a Covid-19 se espalhou pelo mundo e fez vários países decretarem quarentena. Mas o combate à pobreza sempre foi sua prioridade. Ao ser apontado como o novo papa, ele escolheu o nome de seu novo título em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos pobres. O lema de seu papado foi "Miserando atque eligendo" — "Olhou-o com misericórdia e o escolheu", em português. As reformas da Igreja Católica também foram outra marca do papado de Francisco. Ele iniciou um processo de reforma das estruturas da Cúria, que é o governo do Vaticano, com atenção especial para a parte econômica e financeira. GIF mostra momentos marcantes do papa Francisco durante os 12 anos de seu papado g1 Francisco, ‘um grande reformador’ Aos 80 anos, com dores no quadril que, por vezes, o faziam perder o equilíbrio, ele não falava de renúncia, como seu predecessor Bento XVI teve a audácia de fazer. "Estou indo em frente", disse ele na ocasião, contrariando declarações mais melancólicas feitas antes disso, em março de 2015: "Tenho a sensação de que meu pontificado será breve, quatro ou cinco anos". Francisco parecia impulsionado por uma missão urgente: incentivar uma Igreja desertada em alguns países a acompanhar com misericórdia os católicos em situações irregulares. "Podemos falar de uma revolução, nos passos do Concílio Vaticano II" (1962-1965), que abriu a Igreja ao mundo moderno, disse à AFP o especialista em Vaticano Marco Politi, em 2016. Politi classifica Francisco como "um grande reformador” que tentou fazer “com que a Igreja abandonasse a sua obsessão histórica em tabus sexuais". Ele foi o primeiro papa a ter convidado um transexual ao Vaticano e se recusou a julgar os homossexuais. Para Francisco, a Igreja era um “hospital de campanha, não um posto alfandegário", que separa os bons e maus cristãos, disse Politi. O argentino foi eleito, entre outros, para continuar a reestruturação econômica da Santa Sé iniciada sob Bento XVI com, por exemplo, o fechamento de contas suspeitas no banco do Vaticano, por muito tempo acusado de lavagem de dinheiro. "Em termos de doutrina, ela [papa Francisco] não mudou nada. Neste sentido, nunca fez parte dos progressistas", afirmou Politi. Segundo o especialista, o papa não tinha a intenção de ordenar padres casados ou mulheres, e se mostrou horrorizado com o aborto. Ele gostaria que seu trabalho reformista tivesse "uma continuidade". O papa tinha um forte consenso entre os fiéis e, também, entre alguns agnósticos e não-crentes. Mas ele não agradava aos ultraconservadores, que tentavam desacreditá-lo. Bergoglio antes de ser papa O cardeal Jorge Mario Bergoglio em fevereiro de 2013 na Argentina Juan Mabromata/AFP Francisco nasceu em Buenos Aires, em 1936. Seus pais, ambos italianos, chegaram à Argentina em 1929, junto de uma leva de imigrantes europeus em busca de oportunidades de trabalho na América. Arcebispo da capital argentina, ele era considerado um homem tímido e de poucas palavras, mas com grande prestígio entre seus seguidores. O religioso era admirado pela sua total disponibilidade e seu estilo de vida sem ostentação. O argentino também era reconhecido por seus dotes intelectuais, por ser considerado dialogante e moderado, além de ter paixões pelo tango e pelo time de futebol San Lorenzo. Antes de seguir carreira religiosa, Bergoglio formou-se técnico químico. Depois, ingressou em um seminário no bairro de Villa Devoto. Em março de 1958, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, congregação religiosa dos jesuítas, fundada no século 16. Em 1963, Bergoglio estudou humanidades no Chile e voltou à Argentina no ano seguinte para ser professor de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de Santa Fé. Entre 1967 e 1970, foi estudar teologia e acabou sendo ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969. Em menos de quatro anos chegou a liderar a congregação jesuíta local, um cargo que exerceu de 1973 a 1979. Foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, entre 1980 e 1986, e, depois de completar sua tese de doutorado na Alemanha, serviu como confessor e diretor espiritual em Córdoba. Em 1992, Bergoglio foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Em 1997, ele virou arcebispo titular de Buenos Aires. Em 2001, foi nomeado cardeal e primaz da Argentina pelo papa João Paulo II. Entre 2005 e 2011, ocupou a presidência da Conferência Episcopal do país durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar. Na Santa Sé, Bergoglio foi membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina. VÍDEOS: Papa Francisco e o Brasil

  • Papado inclusivo de Francisco atiçou a ira de conservadores católicos
    on 21 de abril de 2025 at 13:06

    Boa parte da resistência veio da direita religiosa dos EUA, que desafiou o Pontífice e condenou sua flexibilização aos homossexuais e divorciados. Papa Francisco morre aos 88 anos O papado transformador de Francisco, englobando a defesa do planeta face à emergência climática, dos imigrantes, de uma Igreja mais humilde e inclusiva e da comunhão aos homossexuais e divorciados, atiçou também a resistência a ele. Boa parte da oposição veio da direita católica dos EUA, que o apelidava de anticristo e espalhava teorias da conspiração e desinformação sobre o Papa. Nos 12 anos de pontificado, Francisco se manteve firme em suas convicções e não recuou. "Rezo para que não haja cismas, mas não tenho medo", afirmou em 2019. O papa criticava o atraso de conservadores católicos americanos, dizendo que haviam substituído a fé pela ideologia política, como fez em 2023 num encontro durante a Jornada da Juventude em Lisboa. Era o reconhecimento de que havia “uma atitude muito forte, organizada e reacionária” na Igreja dos EUA, que chamava de retrógada. "Há até padres que fazem comentários maldosos sobre mim", disse ele em 2021. "Às vezes perco a paciência, principalmente quando fazem julgamentos sem entrar em um diálogo real. Não dá para fazer nada com isso.” LEIA MAIS: Morre o papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, aos 88 anos em Roma VÍDEO: veja momento que sino da Basílica de São Pedro tocou para anunciar morte do papa Francisco Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do Papa Francisco Pulmão, intestino e mais: os problemas de saúde enfrentados por Francisco O cardeal ultraconservador americano Raymond Burke, de 76 anos, personificou a resistência a Francisco: entrou em frequentes confrontos com ele, desafiando-o contra a flexibilização da Igreja em relação à comunidade LGBTQIA+, ao divórcio e ao papel das mulheres na instituição — que resumia como a agenda “woke” do Papa. O cardeal considerava que a desorientação e o erro ingressaram “de forma diabólica” na Igreja e chegou a ameaçar emitir um ato de correção contra o Pontífice. Com outros três cardeais aposentados, enviou um documento com cinco dúvidas, retratado como desafio público à autoridade papal. Francisco não respondeu às questões, mas Burke foi removido do cargo de líder da Suprema Corte da Igreja, de seu apartamento no Vaticano e perdeu o salário de 5 mil euros. Não surpreende o fato de o clérigo ser o preferido de Donald Trump como sucessor de Francisco. O presidente e Burke comungam de princípios em comum. Em outubro passado, pouco antes das eleições presidenciais nos EUA, o cardeal conclamou os católicos americanos a enfatizarem a vida humana, o casamento, a família e a liberdade religiosa como aspectos essenciais a serem considerados no voto. Eleito, Trump indicou o ativista católico de direita Brian Burch, um forte apoiador de Burke e crítico contumaz do Papa, para embaixador americano na Santa Sé. Ironicamente, a última autoridade a ser recebida por Francisco foi o vice-presidente americano, JD Vance, que se converteu católico há cinco anos. Era visível o desconforto de Francisco na visita de 17 minutos no Domingo de Páscoa, em sua residência no Vaticano. Antes de ser hospitalizado, o Papa criticou duramente a política de deportação de imigrantes do governo Trump e, particularmente, o vice-presidente por justificá-las como católico. Vance ainda teve a chance de ouvir a última mensagem de Páscoa do Pontífice ao mundo, lida por um assessor, com a condenação fervorosa às políticas anti-imigração. “Quanto desprezo é despertado às vezes em relação aos vulneráveis, aos marginalizados e aos migrantes!.”

  • VÍDEO: relembre quando o papa Francisco se irritou ao ser puxado por mulher no Vaticano
    on 21 de abril de 2025 at 12:50

    Cena de 2019 voltou a viralizar nas redes sociais nesta segunda-feira (21) após a morte do pontífice, aos 88 anos. Papa Francisco é puxado por mulher na Praça de São Pedro Após a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), internautas relembraram nas redes sociais o dia em que o pontífice se irritou ao ser puxado por uma mulher no Vaticano, em 2019. O vídeo mostra que o papa cumprimentava fiéis na Praça de São Pedro e foi puxado pelo braço por uma mulher, vestida de preto, no momento em que começava a se afastar da multidão. Veja acima. Francisco reagiu bruscamente, exclamou algo e bateu duas vezes na mão da mulher, visivelmente incomodado, na tentativa de se desvencilhar. No dia seguinte, o papa admitiu ter perdido a paciência e pediu desculpas "pelo mau exemplo". "Muitas vezes nós perdemos a paciência. Acontece comigo também. Eu me desculpo pelo mau exemplo dado ontem", disse Francisco na primeira missa de 2020. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica Outro vídeo do papa Francisco que voltou a repercutir nesta segunda-feira é de uma piada que ele fez sobre brasileiros em 2021. Relembre abaixo. Ao caminhar pelo pátio de San Damaso, no Vaticano, o pontífice foi abordado pelo padre João Paulo Souto Victor, de Campina Grande (PB), que pediu orações para seus conterrâneos. "Santo padre, reze por nós, brasileiros", disse João Paulo. Sorrindo, Francisco respondeu com piada: "Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração". Papa faz piada sobre brasileiros: 'Não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração" A morte de Francisco Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21) de Páscoa. O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado internado por 38 dias. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz o comunicado oficial do Vaticano. A morte do papa Francisco coloca a Igreja Católica em um período conhecido como "Sé vacante". Durante esta fase, o Vaticano dá início aos preparativos para o funeral do pontífice e para a escolha de um novo líder. Por enquanto, a Igreja terá uma espécie de governo temporário. Parte dos religiosos que compõem a cúpula do governo do Vaticano perde suas as funções, e decisões urgentes ficam a cargo de um Colégio dos Cardeais. SAIBA MAIS: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco VÍDEOS: quebras de protocolos e a descontração do papa Francisco Papa Francisco é puxado por mulher na Praça de São Pedro, em 2019 Reuters/Reprodução

  • Última homenagem ao papa: corpo de Francisco será levado para Basílica de São Pedro, na quarta-feira
    on 21 de abril de 2025 at 12:32

    Francisco morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos. Fiéis poderão prestar última homenagem ao papa em Roma, na manhã de quarta-feira (23). Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco O Vaticano anunciou que o corpo do papa Francisco será levado para a Basílica de São Pedro, em Roma, na manhã de quarta-feira (23) para que fiéis possam prestar a última homenagem ao papa. Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (21). Ele será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro. A última vez que isso aconteceu foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII. Francisco tinha 88 anos e ficou 12 anos à frente da Igreja Católica. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa A morte de Francisco coloca a Igreja Católica em um período conhecido como "Sé vacante". Durante esta fase, o Vaticano dá início aos preparativos para o funeral do pontífice e para a escolha de um novo líder. Com a morte do papa, agora a Igreja passa a ter uma espécie de governo temporário. Parte dos religiosos que compõem a cúpula do governo do Vaticano perde suas as funções, e decisões urgentes ficam a cargo de um Colégio dos Cardeais. Durante a Sé vacante, que é o período em que os católicos ficam sem um papa, o camerlengo conduz os trabalhos da Igreja e prepara a transição de governo. Ele também ajuda a organizar o Conclave, que elegerá um novo líder. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell. Antes disso, no entanto, a Igreja seguirá uma série de ritos, com destaque para as cerimônias fúnebres de Francisco. As cerimônias começam já nas próximas horas desta segunda-feira, segundo anunciado pelo Vaticano. Os horários a seguir estão no horário de Brasília: 14h: missa de sufrágio do papa Francisco. Cerimônia ocorrerá na Basílica de São João de Latrão, em Roma, e será realizada pelo cardeal Baldo Reina. 15h: ritos de constatação da morte e deposição do corpo de Francisco no caixão. A cerimônia ocorrerá na capela privada do papa, na Capela de Santa Marta, e será presidida pelo camerlengo Farrell. Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Veja mais abaixo um detalhamento dos próximos passos, do funeral de Francisco ao Conclave: Como é feito o funeral? Quando começa a escolha para o novo papa? Quem governa a Igreja neste período? Como funciona o Conclave? Quais os significados das fumaças? 1. Como é feito o funeral? Cardeal Giovani Battista benze o caixão de Bento XVI durante o funeral do papa emérito, em 5 de janeiro de 2023. Guglielmo Mangiapane/ Reuters Após a morte do papa, o funeral é feito seguindo a "Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice", que é um livro litúrgico que determina como serão as cerimônias fúnebres do pontífice. As normas foram aprovadas por Francisco em abril de 2024 e publicadas em novembro do mesmo ano. O primeiro rito é a confirmação da morte, realizada pelo camerlengo —o cardeal responsável por administrar a Igreja durante o período de Sé Vacante. Ele chamará o papa pelo nome três vezes. Se não houver resposta, o óbito será oficialmente declarado. Antigamente, esse rito era feito com o uso de um martelo de prata, com o qual o camerlengo batia suavemente na testa do pontífice. A prática, porém, caiu em desuso. Depois da confirmação do óbito, o camerlengo retira o "Anel do Pescador" da mão do papa, que é destruído com um martelo. O procedimento simboliza o fim do papado. O quarto do papa também é fechado e selado. O corpo do pontífice é colocado em um caixão de madeira com revestimento de zinco e levado para a Basílica de São Pedro, onde será velado. Antes, havia uma passagem pelo Palácio Apostólico, mas essa etapa foi eliminada pelas novas regras. Na Basílica, o corpo do papa será exposto diretamente no caixão, e não mais de um alto esquife — que é uma espécie de estrado elevado. Francisco também determinou que o próprio caixão fosse mais simples. Antigamente, o papa era colocado em três caixões, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. Agora, a urna terá apenas uma estrutura de madeira revestida por zinco. Pelas regras da Igreja, o enterro do papa deve ocorrer entre quatro e seis dias após a morte. Ao contrário de outros pontífices, Francisco pediu para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro. Missas serão celebradas por nove dias consecutivos, seguindo a tradição dos "novendiales", que é um período de luto e oração pela alma do papa. LEIA TAMBÉM: ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco Pulmão, intestino e mais: os problemas de saúde enfrentados por Francisco 2. Quando começa a escolha para o novo papa? Cardeal coloca sua mitra durante a missa do início do conclave Andrew Medichini/AP A escolha do novo líder da Igreja Católica começa entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Durante esse período, o Vaticano convoca o chamado Colégio dos Cardeais, com religiosos do mundo inteiro. Atualmente, 252 cardeais integram esse grupo, incluindo oito brasileiros. E, desse grupo, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição do novo papa, sendo sete brasileiros. Antes do início da votação para eleger um novo papa, chamada de Conclave, o Colégio dos Cardeais participa de reuniões chamadas "Congregações Gerais". Nesses encontros, os religiosos votam para decidir questões governamentais da Igreja. As congregações ocorrem diariamente e começam antes mesmo do fim dos "novendiales", período de nove dias de missas em memória do papa falecido. Uma das primeiras decisões tomadas nesses encontros é o estabelecimento do dia, da hora e do modo como o corpo do papa será levado para a Basílica de São Pedro para ser exposto aos fiéis. Os cardeais também organizam os detalhes do Conclave e auxiliam na preparação dos ambientes de votação e dos aposentos para acomodar os religiosos, além de definir a data para o início da eleição. 3. Quem governa a Igreja neste período? Novos cardeais participam de cerimônia na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 7 de dezembro de 2024 Guglielmo Mangiapane/Reuters Após a morte do papa, o governo fica confiado ao camerlengo, que é responsável pela administração dos bens e do Tesouro do Vaticano. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell. Entre as funções do camerlengo está a organização da transição durante a Sé Vacante, o período em que a Igreja Católica fica sem um pontífice. Ele também é responsável por atestar a morte do papa e assumirá temporariamente o Palácio Apostólico, residência oficial do papa. Enquanto o camerlengo mantém a autoridade administrativa, cabe ao Colégio dos Cardeais discutir assuntos comuns ou inadiáveis da Igreja. O Colégio dos Cardeais fica impedido de fazer mudanças profundas na estrutura da Igreja Católica, como a alteração ou correção de leis determinadas pelos papas. Além disso, quando o papa morre, quase todos os religiosos que ocupam cargos na cúpula do Vaticano deixam suas funções, como o Cardeal Secretário de Estado e os responsáveis pelos departamentos do governo, chamados de Dicastérios da Cúria Romana. Continuam no cargo, além do camerlengo: O Penitenciário-Mor, responsável pelo Supremo Tribunal; O Cardeal Vigário-Geral para a Diocese de Roma, responsável por administrar a diocese do papa; O Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano, responsável pelo templo; O Vigário-Geral para a Cidade do Vaticano, que supervisiona a assistência pastoral dentro do território vaticano. O Esmoleiro Apostólico, que exerce a caridade para os pobres em nome do papa. 4. Como funciona o Conclave? Capela Sistina, antes da chegada dos cardeais para o conclave Reuters/Osservatore Romano A palavra "conclave" vem do latim cum clavis e significa "fechado à chave". É por meio dele que a Igreja Católica elege o novo papa. Durante os dias de eleição, cardeais do mundo todo ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área conhecida como "zona de Conclave". Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo. Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição, sendo sete brasileiros. Veja a seguir: Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos. João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos. Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos. Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos. Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos. Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos. Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos. Todos os cardeais que participam da eleição ficam impedidos de utilizar qualquer meio de comunicação com o exterior. Ou seja, eles não podem usar telefones, ler jornais ou conversar com pessoas de fora do Vaticano. Essas medidas foram adotadas para evitar que a votação seja influenciada. As votações acontecem dentro da famosa Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos que — são secretos e queimados após a contagem. Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito. Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de "segundo turno". Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito. Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como "Sala das Lágrimas", onde veste as vestes papais. Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente da sacada da Basílica, onde é proclamada a famosa frase "Habemus Papam" ("Temos um Papa"). 5. Quais os significados das fumaças? Fumaça preta sai da chaminé atrás da estátua de São Pedro, no Vaticano Dmitry Lovetsky/AP Uma maneira tradicional de anunciar a escolha de um novo papa é por meio da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Se for branca, significa que a Igreja tem um novo pontífice. Por outro lado, se for escura, uma nova votação será realizada. A fumaça é resultado da queima dos votos dos cardeais reunidos no Conclave. Para garantir a cor correta, substâncias químicas são adicionadas à combustão. Em 2013, o Vaticano esclareceu que a fumaça escura era produzida por uma mistura de clorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto a branca é resultado da queima de clorato de potássio, lactose e colofônio. A chaminé responsável pela liberação da fumaça funciona por meio de um sistema eletrônico, e os compostos químicos ficam armazenados em cartuchos específicos. Além da fumaça branca, a eleição do novo papa é confirmada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro. Papa Francisco celebra missa para marcar o Dia Mundial da Paz na Basílica de São Pedro no Vaticano neste sábado (1º) Guglielmo Mangiapane/Reuters VÍDEOS: 9 vídeos que resumem o papado de Francisco:

  • VÍDEO: veja momento em que sino da Basílica de São Pedro tocou para anunciar morte do papa Francisco
    on 21 de abril de 2025 at 12:31

    Pontífice morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, após 12 anos de papado. Basílica de São Pedro é a principal do Vaticano. Veja momento em que sino tocou na praça São Pedro para anunciar morte de papa Francisco O sino da Basílica de São Pedro, no Vaticano, tocou na manhã desta segunda-feira (21) para anunciar a morte do papa Francisco. Veja no vídeo acima. O pontífice morreu, aos 88 anos, às 2h35 pelo horário de Brasília (7h35 pelo horário local). As informações foram confirmadas pelo Vaticano, que ainda não deu detalhes sobre a causa da morte. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa Análise: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica As batidas do sino soaram na Praça de São Pedro diante de turistas e peregrinos que expressavam choque e tristeza no feriado da Páscoa, segundo a agência de notícias Reuters. O sino fica na fachada da Basílica, onde Francisco fez uma aparição e acenou para os fiéis durante a bênção Urbis et Orbi no Domingo de Páscoa. Foi aí que ele deu suas últimas palavras públicas, que ecoaram nos quatro cantos da Praça de São Pedro: "Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!", disse Francisco, com a voz fraca. LEIA TAMBÉM: Bem-humorado, fã de futebol, 1º papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Do funeral ao conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco Quem pode substituir Francisco? Veja nomes cotados Vídeos: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco Pulmão, intestino e mais: os problemas de saúde enfrentados por Francisco Morte do papa Francisco As cerimônias fúnebres de Francisco seguirão uma série de ritos e começam já nas próximas horas desta segunda-feira, segundo o Vaticano. Os horários a seguir estão no horário de Brasília: 14h: missa de sufrágio do papa Francisco. Cerimônia ocorrerá na Basílica de São João de Latrão, em Roma, e será realizada pelo cardeal Baldo Reina. 15h: ritos de constatação da morte e deposição do corpo de Francisco no caixão. A cerimônia ocorrerá na capela privada do papa, na Capela de Santa Marta, e será presidida pelo camerlengo Farrell. Na manhã de quarta-feira (23), o corpo do papa será levado para a Basílica de São Pedro, em Roma, para que fiéis possam prestar a última homenagem ao papa. Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro, no Vaticano. A última vez que isso aconteceu foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII. Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo.

  • Conheça a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde papa Francisco será enterrado
    on 21 de abril de 2025 at 12:18

    Pontífice pediu em 2023 para ser enterrado na basílica, fora dos muros do Vaticano. Francisco morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (21). Fachada da Basílica de Santa Maria Maggiore, onde papa Francisco será enterrado. Divulgação O corpo do papa Francisco, que morreu na manhã desta segunda-feira (21) aos 88 anos, será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, no centro de Roma. O sepultamento fora dos portões do Vaticano, a pedido do próprio papa, quebra uma tradição de mais de um século da Igreja Católica. A Basílica papal de Santa Maria Maggiore é uma imponente igreja do século V localizada no centro de Roma, onde sete pontífices já foram sepultados. Francisco declarou no final de 2023 que queria ser enterrado neste local, e não na cripta da Basílica de São Pedro, como acontece há mais de três séculos. A última vez que um papa foi enterrado fora dos portões do Vaticano foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica "Logo após a escultura da Rainha da Paz (Virgem Maria), há um pequeno recinto, uma porta que leva a uma sala que usavam para guardar os candelabros. Eu vi e pensei: 'É esse o lugar'. E o local do sepultamento já está preparado lá. Eles me confirmaram que está pronto", disse Francisco ao vaticanista espanhol Javier Martinez-Brocal em seu livro "El Sucesor". Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Sete papas já foram enterrados nesta basílica, o último deles Clemente IX, em 1669, além de outras personalidades, como o arquiteto e escultor Bernini, autor da colunata da Praça de São Pedro. Jorge Bergoglio, muito ligado ao culto da Virgem Maria, costumava rezar neste templo, que oficialmente faz parte do território do Vaticano, na véspera ou no retorno de cada uma de suas viagens ao exterior. O interior mantém uma estrutura semelhante à original: a nave central é cercada por 40 colunas jônicas e mosaicos excepcionais. Segundo a tradição, a Virgem Maria fez uma aparição a um rico patrício romano, Giovanni, e ao papa Libério (352-366), e pediu que uma igreja fosse construída em sua homenagem, marcando o local escolhido com uma queda de neve em 5 de agosto. De acordo com o Vaticano, não há restos desta primeira igreja, financiada por Giovanni. Altar da Basílica de Santa Maria Maggiore, no centro de Roma, onde o papa Francisco será enterrado. Alberto Pizzoli/AFP O templo atual, uma das quatro basílicas papais de Roma, foi construído por volta de 432, a pedido do Papa Sisto III, no Monte Esquilino. Ele abriga algumas das relíquias mais conhecidas do catolicismo, como um ícone atribuído a São Lucas que retrata a Virgem Maria com o menino Jesus em seus braços. Os fragmentos de madeira do berço do menino Jesus também são mantidos neste local. Estudos recentes permitiram datá-los cientificamente do período de nascimento de Jesus, de acordo com o site da basílica. Eles são mantidos em um relicário de cristal de rocha no formato de um berço. LEIA TAMBÉM: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco

  • Lula decreta luto oficial de sete dias pela morte de Papa Francisco
    on 21 de abril de 2025 at 12:15

    Jorge Bergoglio morreu nesta segunda no Vaticano aos 88 anos. Primeiro pontífice latino-americano deixa legado de tolerância e diálogo; promoveu reformas importantes, acolheu minorias e priorizou os pobres. Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou nesta segunda-feira (21) luto oficial de sete dias no Brasil pela morte do papa Francisco. "É declarado luto oficial em todo o País, pelo período de sete dias, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento de Jorge Mario Bergoglio, Sua Santidade o Papa Francisco, a quem serão tributadas honras fúnebres de Chefe de Estado", diz o decreto. Por volta das 10h, as bandeiras em frente ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal já eram hasteadas a meio-mastro – símbolo do luto nos prédios públicos. Jorge Mario Bergoglio morreu aos 88 anos às 7h35 desta segunda no horário do Vaticano (2h35, no horário de Brasília). O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. "A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos", escreveu Lula em uma nota oficial. "Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados", seguiu. "Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito." Bandeiras a meio-mastro no Palácio do Planalto em luto oficial pelo papa Francisco Gioconda Brasil/TV Globo "Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará", continuou Lula. "Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil. O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações." Veja o momento em que o Vaticano anuncia a morte do Papa Francisco Repercussão Veja abaixo as mensagens divulgadas por autoridades e políticos brasileiros: Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República "A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos. Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados. Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito. Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará. Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações." Geraldo Alckmin, vice-presidente da República "É com grande tristeza que o mundo recebe hoje a notícia do falecimento do Papa Francisco. Sua simplicidade e seu humanismo são legados marcantes de um sacerdócio vivido como vocação para a universalidade cristã, que nos inspira a encontrar convergências, onde quer que se insista em divisões. Primeiro pontífice latino-americano, primeiro jesuíta a se tornar papa e primeiro papa a se chamar Francisco, evocando o que de mais precioso existe na cristandade - a humildade, a compaixão e a fraternidade - fez história ao inaugurar um novo tempo para a Igreja e ao apontar a perseverança pela igualdade, por meio da convivência harmoniosa do diálogo, como o caminho para a humanidade." Janja da Silva, primeira-dama "Acordamos com a triste notícia da partida do nosso amado Papa Francisco. Ele, que diariamente viveu para pregar a palavra da fraternidade, da solidariedade e da paz entre os povos nos deixa hoje, mas seus ensinamentos seguem em nossos corações para sempre. Um Papa latino que, com sua simplicidade e com o verdadeiro amor ao próximo, sempre esteve ao lado dos mais pobres, vulneráveis e marginalizados e que em sua última aparição pública, tão simbólica no domingo de Páscoa, dirigiu suas palavras ao povo de Gaza, ressaltando a situação humanitária dramática vivida pelos palestinos, e reforçando que não é possível haver paz no mundo sem um verdadeiro desarmamento. Levo diariamente comigo as palavras que me disse em nosso último encontro, em fevereiro deste ano, quando me entregou uma imagem dizendo: “Não deveria haver diferença entre os homens, todos devem se olhar nos olhos. O único momento em que devemos olhar para alguém de cima para baixo é para dar a mão e ajudar a essa pessoa a se reerguer”. A partida de Papa Francisco nos deixa um enorme vazio. Digo sempre que Francisco era uma grande fortaleza, um farol no meio de tantas trevas. Seguiremos vivendo o que ele sempre pregou, com muita fé, devoção e amor no coração. Descanse em paz! 🤍🙏" Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal A espiritualidade verdadeira é a expressão do bem, do amor e da paz, com sabedoria, tolerância e compaixão. O Papa Francisco encarnou essas virtudes como poucas lideranças nos dias de hoje. E a elas acrescentou o carisma e a empatia. A compreensão em lugar dos dogmas. Num tempo em que há muita escuridão, foi uma luz iluminando a humanidade. A história o reconhecerá como um dos maiores. Paulo Gonet, procurador-geral da República É com profunda tristeza que nos despedimos hoje do Papa Francisco. Líder de inestimável grandeza, mostrou a todos o poder da fé inabalável e da importância da defesa da dignidade humana. Sua Santidade deixa um legado de amor, humildade e esperança. A passagem de Mario Bergoglio por este mundo foi marcada por gestos de compaixão, palavras de sabedoria e um compromisso irrenunciável com os mais vulneráveis. O Papa Francisco sempre demonstrou coragem, guiando milhões de fiéis com ternura e firmeza. Que seu exemplo continue a inspirar gerações na trilha da justiça, da misericórdia e da paz." Jair Bolsonaro, ex-presidente "O mundo e os católicos se despedem daquele que ocupava uma das figuras mais simbólicas da fé cristã: o Papa. Mais que um líder religioso, o papado representa a continuidade de uma tradição milenar, guardiã de valores espirituais que moldaram civilizações. Para o Brasil e o mundo, a figura do Papa sempre foi sinal de unidade, esperança e orientação moral. Sua partida nos convida à reflexão e à renovação da fé, lembrando-nos da força da espiritualidade como guia para tempos de incerteza." Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal O Papa Francisco integra, com destaque eterno, a história da nossa Igreja Católica. Foi um exemplar Cristão latino-americano. Lembro suas tão necessárias palavras: “ 1. «FRATELLI TUTTI»:[1] escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si».[2] Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita. 2. Este Santo do amor fraterno, da simplicidade e da alegria, que me inspirou a escrever a encíclica Laudato si’, volta a inspirar-me para dedicar esta nova encíclica à fraternidade e à amizade social. Com efeito, São Francisco, que se sentia irmão do sol, do mar e do vento, sentia-se ainda mais unido aos que eram da sua própria carne. Semeou paz por toda a parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, dos últimos. “ Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal "Diante de um mundo de intolerância e ódio, Francisco nos deixou lições que transcendem a fé: acolher o próximo, semear a inclusão e combater a desigualdade. Seu legado na defesa dos mais vulneráveis o tornou um farol de paz e fraternidade mesmo nos momentos mais difíceis." Morre o Papa Francisco Davi Alcolumbre, presidente do Senado (União-AP) "É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco. Neste momento de luto e tristeza, o Congresso Nacional do Brasil une-se em solidariedade à comunidade católica em todo o mundo, à Santa Sé e a todos aqueles que tiveram suas vidas tocadas pelo papado de Francisco. Como Presidente do Senado e do Congresso Nacional e, como judeu, expresso a minha mais profunda admiração e respeito pela vida e obra do Papa. Em 2019 tive a honra de assistir a uma missa celebrada pelo Papa Francisco, e essa experiência me deixou uma marca profunda. Sua presença, sua palavra e sua benção ficarão para sempre em minha memória. Papa Francisco foi um líder espiritual de grande coragem, que pregou o respeito, o perdão e a caridade. Sua luta e seu serviço aos mais necessitados em todos os cantos do planeta inspirou milhões de pessoas. Que sua herança espiritual permaneça como seu maior legado e que o amor que tanto pregou influencie o mundo a trabalhar pela justiça, pela paz e respeito entre os povos. Que Jorge Mario Bergoglio,o Papa Francisco, descanse em paz." Hugo Motta, presidente da Câmara (Republicanos-PB) "Poucos líderes foram tão marcantes para mim como o Jorge Mário Bergoglio. Papa Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino a ocupar o posto mais alto da Igreja. Porém, para mim, o que mais marcou sua passagem foram as transformações que ele promoveu. Francisco foi o símbolo do diálogo, do acolhimento, da compreensão e, principalmente, da inclusão. Foi o papa que abriu a Igreja e a colocou no século XXI. Um líder que ficará na história pela força dos seus gestos. Eu e minha família seguiremos em oração por este líder que foi símbolo de esperança e justiça. Sem dúvida um exemplo de vida e luta para todos nós." Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais Com o coração apertado, nos despedimos do Papa Francisco. Liderou a Igreja com coragem, humildade e amor pelos que mais sofrem. Sua fé caminhava junto com a justiça, resgatando a esperança ao redor do mundo. Seus ensinamentos e posições permanecerāo entre nós. Siga em paz Francisco. Rui Costa, ministro da Casa Civil "Hoje, todo o mundo chora a morte do Papa Francisco. Tive a alegria de conhecer este homem simples e de gestos grandiosos que liderou a Igreja Católica com humildade, resiliência e amor. Que seja eterna sua memória e contribuição para um mundo mais justo e fraterno." Camilo Santana, ministro da Educação "Obrigado por tanto, Papa Francisco. Que Deus te receba em sua infinita misericórdia. O mundo, pelo qual o senhor lutou para deixar mais humano e justo, fica com seus ensinamentos sobre fé e amor aos que mais precisam." Fernando Haddad, ministro da Fazenda "O Papa que apontou um caminho para uma sociedade mais tolerante, justa, fraterna e solidária. Deixa um valoroso exemplo de vida." Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Luciana Santos, ministra de Ciência e Tecnologia "Lamentamos a perda do Papa Francisco, que morreu nesta segunda, aos 88 anos. Primeiro Pontífice latino-americano e jesuíta, Francisco buscou trazer uma mensagem de simplicidade, defesa dos mais humildes e marginalizados, e de luta pelas causas climáticas e humanitárias." Simone Tebet, ministra de Planejamento e Orçamento "Setembro de 2017, fomos a Cartagena. Ruas repletas, orações, louvores. De repente, acenando e nos abençoando, Papa Francisco. Aquele tempo medido pelo ponteiro dos segundos foi suficiente para inundar minha alma por um profundo sentimento de paz e sem que me desse conta meu rosto estava molhado por lágrimas que sequer percebi caindo. Hoje, o Papa Francisco desfila no infinito do céu, não antes de pedir, em sua última oração, por paz. Que os senhores da guerra se sensibilizem ante o aceno pacificador do Papa Francisco; que de todos os telhados do poder saia uma fumaça branca e que à janela anunciem, finalmente: HABEMUS PAZ! Amém." Alexandre Padilha, ministro da Saúde "Papa Francisco, luz eterna. O Papa Francisco foi um grande defensor do acesso gratuito à saúde, durante toda a pandemia ergueu sua voz em favor da vacina contra o negacionismo, orou pelos doentes, pelos médicos e por todos os profissionais da saúde. Tive a graça de conhecer pessoalmente o Papa Francisco durante sua visita ao Rio de Janeiro. Francisco fez questão de visitar o nosso querido SUS — estivemos juntos em uma unidade de saúde que implantamos durante minha primeira gestão no Ministério da Saúde. Hoje nos despedimos de Francisco, que, como São Francisco de Assis, pregou o Evangelho com a própria vida. Que sua luz continue a iluminar os caminhos da Igreja. Descanse em paz, Papa Francisco." Renato Casagrande, governador do Espírito Santo "Recebo com muita tristeza a notícia da partida do Santo Padre, Papa Francisco. Ele nos deixa um legado de simplicidade, compaixão e coragem, uma Igreja próxima dos mais vulneráveis e firmemente posicionada diante dos grandes desafios da política mundial. Gratidão eterna, Papa". Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso Nacional (PT-AP) É com o coração profundamente entristecido e a alma em oração que recebo a notícia do falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco, ocorrido nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano. Como senador da República e, acima de tudo, como cristão, uno-me à dor da Igreja e de todos os fiéis ao redor do mundo. O Papa Francisco foi um verdadeiro pastor, cuja vida foi dedicada à promoção da paz, da justiça social e da dignidade humana. Sua liderança espiritual transcendeu fronteiras, tocando corações e inspirando ações em prol dos mais necessitados. Recordo com emoção suas palavras e gestos de humildade, que nos ensinaram o verdadeiro significado do amor cristão. Seu compromisso com os marginalizados e sua incansável luta por um mundo mais justo permanecerão como legado eterno. Neste momento de luto, elevo minhas preces para que Deus, em Sua infinita misericórdia, acolha o Papa Francisco em Seu Reino Celestial. Que o Espírito Santo conforte os corações enlutados e guie a igreja na escolha de um novo sucessor de Pedro, que continue a missão de amor e serviço iniciada por Francisco. Descanse em paz, Santo Padre. Seu exemplo permanecerá vivo em nossos corações e ações." José Guimarães, líder do governo na Câmara (PT-CE) "Um líder humanista que cuidou da Igreja católica como nenhum outro. Nos deixa muita saudade, mas sobretudo referência de vida e de amor ao próximo. Descanse em paz, Papa Francisco." Arthur Lira, deputado federal (PP-AL) "O Brasil e o mundo amanheceram tristes com a notícia da morte do Papa Francisco. Líder da Igreja Católica, Francisco nos deixa um legado de amor ao próximo, de determinação na luta pelo fim dos conflitos, de preocupação com o planeta." Duda Salabert, deputada federal (PDT-MG) "Perdemos hoje uma das vozes mais humanas da fé. Papa Francisco foi uma luz progressista que criticou o fascismo, defendeu os pobres, acolheu minorias e denunciou a destruição do planeta. Hoje, o mundo perde mais que um líder religioso. Perde um símbolo de coragem." Frente Parlamentar Católica da Câmara "Com profunda dor e tristeza, a Frente Parlamentar Católica da Câmara dos Deputados se une à Igreja em todo o mundo pela Páscoa de Sua Santidade, o Papa Francisco, que acaba de ser chamado à eternidade. Em tempos confusos, Francisco resplandece como um testemunho de caridade pastoral, de serviço humilde e de firmeza na fé. Herdando o peso das chaves e a cruz da barca de Pedro, ele soube, com coragem, guiar a Igreja pelas águas revoltas de uma era desorientada, não pelo brilho fugaz dos discursos ou pela aprovação dos homens, mas pelo exemplo de suas atitudes e fidelidade ao chamado do Céu. Homem de oração e de gestos marcantes, Francisco compreendeu que a autoridade reside na coerência de uma vida ofertada. Seu pontificado, marcado por um zelo incansável pelos pobres, pelos descartados, pelos menores — ícones do próprio Cristo sofredor — foi expressão viva da misericórdia que não contradiz a verdade. Ainda que o mundo o tenha muitas vezes compreendido mal — ora exaltando-o por motivos terrenos, ora atacando-o por não ceder às pressões do espírito do tempo — os que veem com os olhos da fé reconhecem em seu pastoreio uma alma unida à Cruz, um coração consagrado à vontade do Pai e um olhar sempre voltado ao Alto, guiado por São José. Que Sua Santidade, após ter combatido o bom combate, possa descansar no Senhor, pois deixa na Igreja e em suas ovelhas a marca de um amor que ardeu até o fim. A Frente Parlamentar Católica, em espírito de oração, esperança e fé rende graças a Deus pelo dom da vida de Francisco e se compromete a continuar promovendo, na vida pública, os valores que ele incansavelmente reiterou: a dignidade inviolável da vida humana, o clamor da justiça e do bem comum, a sacralidade do matrimônio e da família, a Igreja em saída, o primado absoluto de Deus em todas as coisas. Papa Francisco, com seu coração rico em Misericórdia, rogai por nós neste Ano Jubilar da Esperança! Deputado Federal Luiz Gastão (PSD/CE) Presidente da Frente Parlamentar Católica na Câmara" LEIA TAMBÉM: Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco Pulmão, intestino e mais: os problemas de saúde enfrentados por Francisco VÍDEOS: 9 vídeos que resumem o papado de Francisco

  • Donald Trump lamenta morte do papa Francisco: 'que Deus o abençoe e a todos que o amavam'
    on 21 de abril de 2025 at 12:11

    Papa Francisco, morreu às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, esteve com o pontífice no domingo (20). Papa Francisco recebeu presidente americano, Donald Trump, e primeira-dama, Melania, em audiência no Vaticano. Evan Vucci / AFP O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lamentou a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), por meio do Truth Social. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica "Descanse em paz, Papa Francisco! Que Deus o abençoe e a todos que o amavam!", escreveu Trump na rede social. O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, também prestou suas homenagens e comentou sobre o estado dele em seu último dia. Vance esteve com o pontífice no domingo (20), antes das celebrações de páscoa. "Acabei de saber do falecimento do papa francisco. meu coração está com os milhões de cristãos ao redor do mundo que o amavam", afirmou. "Fiquei feliz de ver o papa ontem, apesar de ele estar claramente muito doente". A perfil da Casa Branca no X também postou uma foto em homenagem ao pontífice. Initial plugin text A morte de Francisco Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz comunicado oficial. Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo. LEIA TAMBÉM: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco

  • INFOGRÁFICO: Conclave, como a Igreja Católica escolhe um novo papa
    on 21 de abril de 2025 at 12:09

    Após a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica iniciará o processo de escolha do novo pontífice. A palavra "conclave" vem do latim cum clavis e significa "fechado à chave". É por meio dele que a Igreja Católica elegerá o novo papa em 2025. Durante os dias de eleição, cardeais do mundo todo ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área conhecida como "zona de Conclave". Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo. Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição, sendo sete brasileiros. Veja a seguir: Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos. João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos. Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos. Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos. Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos. Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos. Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos. Todos os cardeais que participam da eleição ficam impedidos de utilizar qualquer meio de comunicação com o exterior. Ou seja, eles não podem usar telefones, ler jornais ou conversar com pessoas de fora do Vaticano. Essas medidas foram adotadas para evitar que a votação seja influenciada. As votações acontecem dentro da famosa Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos que — são secretos e queimados após a contagem. Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito. Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de "segundo turno". Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito. Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como "Sala das Lágrimas", onde veste as vestes papais. Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente da sacada da Basílica, onde é proclamada a famosa frase "Habemus Papam" ("Temos um Papa"). AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco

  • Papa Francisco rezou pela humanidade em Praça São Pedro vazia na pandemia; relembre
    on 21 de abril de 2025 at 12:05

    O pontífice morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. No início da pandemia, o papa concedeu indulgência plenária aos mais de 1,3 bilhão de católicos de todo o mundo. Papa faz missa sozinho na Praça São Pedro vazia nesta sexta (27) Alessandra Tarantino/AP O papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), às 7h35 no horário de Vaticano, ou 2h35 pelo horário de Brasília. Ele tinha 88 anos e comandava a Igreja Católica desde 2013. Francisco, que foi o primeiro latino-americano a assumir o papado, ficou conhecido por suas mensagens e gestos pela paz durante todos os 12 anos em que desempenhou seu papel como pontífice. Entre as diversas imagens e palavras que marcaram seu legado como papa, uma das mais marcantes ocorreu em 27 de março de 2020, no auge da pandemia de Covid-19. Em um momento marcado pelas medidas de isolamento social e o medo generalizado pela pandemia que avançava e deixava milhares de doentes e mortos em todo o mundo, Francisco rezou pela humanidade sozinho na imensa e vazia Praça de São Pedro. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica Em Praça São Pedro vazia, Papa Francisco dá benção especial: ‘Devemos andar juntos’ Naquele momento, o papa concedeu a benção de "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo, na tradução) a todos os mais de 1,3 bilhão de católicos do mundo. Essa benção, que só costuma ser concedida no Natal e no domingo de Páscoa, as datas mais importantes para a Igreja Católica, oferece aos fieis a chamada "indulgência plenária", que concede perdão aos pecados. Na época, o Vaticano afirmou que aquele era um "evento extraordinário" que aconteceu "em um momento específico, quando o mundo cai de joelhos pela pandemia". "Um momento de graça extraordinária que nos dá a oportunidade de viver esse tempo de sofrimento e medo com fé e esperança", dizia a nota. Além do momento de oração e concessão da benção, a homilia (reflexão sobre o evangelho do dia dos religiosos que celebram missas) do papa naquele dia também repercutiu na época e voltou a ganhar destaque nesta segunda, com o falecimento do pontífice. Na ocasião, Francisco relembrou uma passagem bastante conhecida da Bíblia, em que os discípulos de Jesus se assustam com uma tempestade no mar enquanto o líder dormia. Antes de acalmar a tempestade, Jesus questiona: "por que temeis, homens de pouca fé?". "A fé começa quando nos damos conta de que precisamos de salvação. Não somos autossuficientes; sozinhos, afundamos: precisamos do Senhor, como os antigos navegadores precisavam das estrelas", disse Francisco. "Como os discípulos, experimentaremos que com Ele a bordo não haverá naufrágio. Porque esta é a força de Deus: transformar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas más. Ele traz serenidade às nossas tempestades, porque com Deus a vida nunca morre", afirmou o papa em seu sermão. Essa foi uma das homilias mais populares de Francisco durante seus 12 anos de papado. Nesta segunda, após o anúncio da morte do pontífice, o vídeo do papa na Praça de São Pedro vazia e suas palavras naquele momento são algumas das lembranças mais compartilhadas nas redes sociais. O vice-presidente dos Estados Unidos, James David Vance, escreveu em suas redes sociais que sempre se lembrará do Papa por essa homilia: "aquilo foi muito bonito". LEIA TAMBÉM BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco Relembre a homilia do papa Francisco em 27 de março de 2020, data da benção de 'Urbi et Orbi' pela pandemia "Ao entardecer…" (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados "vamos perecer" (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos. Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro... E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: "Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" (4, 40). Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: "Mestre, não Te importas que pereçamos?" (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: "Não te importas de mim". É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De fato, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados. A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de "empacotar" e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente "salvadores", incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades. Com a tempestade, caiu a maquiagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso "eu" sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos. "Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: "Acorda, Senhor!" "Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: "Convertei-vos…". "Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração" (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: "Que todos sejam um só" (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras. "Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais. O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança. Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de onipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança. "Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: "Não tenhais medo!" (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, "confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós" (cf. 1 Ped 5, 7).

  • 7 frases do papa Francisco que ajudam a explicar sua vida e papado
    on 21 de abril de 2025 at 11:52

    O pontífice recentemente falecido era conhecido por seus comentários que rompiam com o protocolo seguido por seus antecessores. Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica "Eu não queria ser papa." Foi assim que o papa Francisco respondeu em junho de 2013, logo após sua eleição no conclave, durante uma audiência com alunos de escolas jesuítas em Roma. A pergunta foi feita por uma criança que queria saber o que o levou a se tornar o sucessor de Pedro. Uma das características distintivas do pontificado argentino foram suas declarações, muitas delas revolucionárias para a estrutura da Igreja Católica e que, em alguns momentos, marcaram uma ruptura com seus antecessores. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica No entanto, muitos analistas também apontaram que, apesar de suas ideias progressistas, nem tudo o que Francisco expressou em suas palavras poderia ser colocado em prática para forjar uma nova realidade no catolicismo. Confira algumas de suas citações mais notáveis ​​de seu pontificado de 12 anos. 1. "Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?" Essa é, talvez, uma das frases que mais reações gerou durante seu pontificado. A frase foi dita pelo papa Francisco no voo que o trouxe do Rio de Janeiro para Roma, após viagem ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude em julho de 2013. "Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O Catecismo da Igreja Católica explica e diz que tais pessoas não devem ser marginalizadas e devem ser integradas à sociedade", disse Francisco aos jornalistas que o acompanhavam. Papa Francisco foi o primeiro pontífice sul-americano. Getty Images via BBC A frase, que foi ecoada por veículos de comunicação do mundo todo, não foi a única na qual ele se referiu ao tema da homossexualidade. Em 2016, por exemplo, ele disse que a Igreja deveria pedir perdão aos homossexuais por tê-los "marginalizado". Mas, embora talvez um de seus maiores legados seja ter autorizado a bênção de casais do mesmo sexo em dezembro de 2023, ele também foi enfático ao salientar que essa bênção não deve ser confundida com o sacramento do matrimônio e ao insistir que a homossexualidade é "um pecado". 2. "Como eu gostaria de uma Igreja pobre... e para os pobres." Quando o cardeal Bergoglio foi eleito papa, ele pretendia desde o início enviar uma mensagem clara ao mundo de que queria uma Igreja mais austera, que servisse aos mais necessitados. Por isso, ele escolheu seu nome como pontífice em homenagem a Francisco de Assis, fundador da ordem franciscana e um homem que defendia a pobreza e a austeridade como modos de vida. Em sua primeira coletiva de imprensa após sua eleição, em março de 2013, ele enfatizou essa mensagem. "Francisco era um homem pobre. Como eu gostaria que a Igreja fosse pobre... e para os pobres", disse ele no Auditório Paulo 6º, no Vaticano. Nesse sentido, ele também deixou claro que essa era a mensagem que todos os pastores da Igreja deveriam replicar. "Dói ver um padre ou uma freira com um carro de último modelo. Eles precisam cumprir seu voto de pobreza", disse ele em outra coletiva de imprensa em julho de 2013. 3. "Algumas pessoas acreditam que para sermos bons católicos temos que nos reproduzir como coelhos, mas não." Em janeiro de 2015, o próprio Francisco divulgou a história de uma mulher em uma paróquia de Roma que estava sendo repreendida por estar grávida de seu oitavo filho, depois de ter tido sete filhos por cesariana. O padre disse que isso era tentar a Deus, que a mulher poderia morrer naquela gravidez e deixar sete filhos órfãos, ao que ela respondeu que "confiava em Deus". Questionado por jornalistas sobre a posição da Igreja sobre o assunto, o papa adotou uma abordagem diferente da tradicional de "sede fecundos e multiplicai-vos" atribuída ao catolicismo. "Deus lhe dá os meios, seja responsável. Algumas pessoas acreditam, e me desculpem a palavra, que para sermos bons católicos precisamos ser como coelhos. Não! Paternidade responsável", respondeu ele. Ele até se aventurou a dar números. "Acho que o número de três por família é o que os técnicos dizem ser importante para manter a população", acrescentou. Apesar disso, ele manteve a posição da Igreja contra métodos contraceptivos, com algumas exceções específicas, como o uso de preservativos para evitar a disseminação de doenças como zika. No entanto, ele apoiou métodos naturais para prevenir a gravidez, como a abstinência. LEIA TAMBÉM: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco 4. "O abuso infantil é uma doença" O escândalo em torno do acobertamento de abusos infantis na Igreja Católica marcou o pontificado de Francisco tanto quanto o de seus antecessores, João Paulo 2º e Bento 16º. No caso do Papa argentino, ele promoveu uma série de reformas, não apenas para evitar que os abusos voltassem a ocorrer, mas também para adiantar as reparações às vítimas. Em fevereiro de 2017, foi publicada uma entrevista na revista La Civilta Cattolica, na qual Francisco abordou vários tópicos, incluindo o tratamento de casos de pedofilia dentro da Igreja. "O abuso infantil é uma doença. E precisamos nos esforçar mais para selecionar candidatos que queiram ser padres", declarou. A questão até o levou a emitir um pedido público de desculpas. "Infelizmente, há um número considerável de vítimas. Gostaria de expressar minha tristeza e dor pelo trauma que sofreram", disse ele durante uma audiência papal em outubro de 2021. "Essa também é a minha vergonha, a nossa vergonha, a minha vergonha, pelo fracasso da Igreja por tanto tempo em colocá-los no centro de suas preocupações", acrescentou. Entre suas medidas concretas está a abolição, em 2019, do chamado "segredo pontifício" em casos de violência ou abuso sexual cometidos por clérigos, permitindo que a Igreja Católica compartilhe "queixas, testemunhos e documentos processuais" com as autoridades civis que os investigam. 5. "Em vez de justiça social, spray de pimenta." Francisco, que nunca viajou à Argentina durante seu papado, sempre deixou claro que estava ciente do que estava acontecendo em seu país de origem. Com o atual presidente, Javier Milei, houve vários momentos tensos. Uma delas foi quando Milei, no meio de sua campanha presidencial, chamou o Sumo Pontífice de "enviado do diabo na Terra". Pouco depois, Milei pediu desculpas ao papa, e Francisco recebeu o presidente argentino em seu escritório no Vaticano. Outro momento ocorreu durante a repressão a uma mobilização realizada pelo governo argentino em setembro de 2024. A manifestação foi liderada por aposentados que reivindicavam um aumento em suas pensões, que foram afetadas pela crise econômica do país. Um dos incidentes que chamou a atenção do papa foi quando um policial lançou spray de pimenta em uma menina que estava com a mãe no protesto. "Trabalhadores, pessoas reivindicando seus direitos nas ruas. E a polícia os repeliu com a coisa mais cara que existe, aquele spray de pimenta de primeira qualidade", disse o pontífice em um discurso público. "O governo se manteve firme e, em vez de gastar com justiça social, gastaram com spray de pimenta", acrescentou. Embora o governo de Milei tenha declarado que "não compartilhava" das críticas de Francisco, observou na época que as relações com o papa "eram fantásticas". 6. "Quem pensa em construir muros e não em construir pontes não é cristão." Quando Donald Trump iniciou sua primeira campanha presidencial, ele prometeu construir um muro na fronteira entre os EUA e o México para impedir que migrantes cruzassem o país vindos do sul. Isso fez com que muitos líderes mundiais se manifestassem. Francisco estava entre eles. Ao comentar a proposta, ele apelou para o lado religioso do presidente dos EUA, que é um cristão declarado. "Quem pensa em construir muros, quaisquer muros, e não em construir pontes, não é cristão. Isso não está nos Evangelhos", disse o papa em 2016. Agora, diante do novo mandato e da radicalização das políticas de imigração, Francisco apelou a Trump e seu governo. "Não devemos ceder a narrativas que discriminam e causam sofrimento desnecessário entre nossos irmãos e irmãs imigrantes e refugiados", disse o papa em uma mensagem aos bispos e padres que cumprem sua missão pastoral nos EUA. A resposta da Casa Branca também foi categórica. "Quero que ele se concentre na Igreja Católica e deixe a fiscalização das fronteiras conosco", disse o czar da imigração do governo Trump, Tom Homan, aos repórteres. 7. "Ontem, crianças foram bombardeadas. Isto não é uma guerra. É crueldade." A guerra em Gaza, que deixou mais de 60 mil mortos desde que começou com a incursão do Hamas no sul de Israel em outubro de 2023, também chamou a atenção do papa Francisco. Em diversas ocasiões, o pontífice pediu uma solução negociada para todos os conflitos ao redor do mundo e pediu especificamente que o governo israelense e a Autoridade Palestina se sentassem e conversassem para chegar a um acordo pacífico. No entanto, as mortes de crianças, principalmente na Faixa de Gaza, provocaram vários pedidos de atenção do papa. "Ontem, crianças foram bombardeadas. Isto não é uma guerra. É crueldade", disse Francisco em 21 de dezembro de 2024, em resposta ao bombardeio israelense que causou a morte de 25 crianças em Gaza. "Quero dizer isso porque toca meu coração", acrescentou. Francisco também foi um dos líderes mundiais que pediu uma investigação para saber se Israel cometeu atos de genocídio durante este conflito.

  • Próximo papa 'tende a ser de centro à direita’, diz Frei Betto
    on 21 de abril de 2025 at 11:51

    Frade dominicano analisou legado e trajetória do papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21). Para ele, safra de sacerdotes no Vaticano é mais conservadora. Frei Betto fala sobre a morte de Papa Francisco O frade dominicano Frei Betto falou à Globo News sobre o legado e a sucessão do papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21). AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa Para ele, Francisco governou uma Igreja "com a cabeça progressista, mas um pouco conservadora", precedido por 34 anos dos pontificados conservadores de João Paulo II e Bento XVI. "Então, hoje em dia, a safra que temos hoje de sacerdotes, cardeais e bispos, tende a ser de centro à direita. De uma tendência de moderados a conservadores", analisou. "Aqueles progressistas que tanto se destacaram nos anos 60, 70, até 80... aqui no Brasil tivemos muitos, como Dom Helder Câmara, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Paulo Evaristo Arns e tantos outros, essa safra praticamente já não existe". O frade acrescentou que foi recebido duas vezes pelo papa Francisco e eles eram "muito amigos". "Peço a Deus que nos dê um padre que possa dar continuidade à linha dele", completou. ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco O Papa Francisco acena ao aparecer inesperadamente durante a missa do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, no Vaticano REUTERS/Yara Nardi ‘Nenhum chefe de Estado na Europa era tão respeitado’ Para o frade, Francisco fez uma "opção radical pelos mais pobres, marginalizados e vulneráveis", defendendo os imigrantes e o meio ambiente. "[Francisco] se tornou na Europa, talvez em todo o mundo, a figura mais proeminente em defesa dos direitos humanos. Nenhum chefe de Estado na Europa era uma figura tão respeitada quanto Francisco", avaliou. Frei Betto também afirmou que Francisco aproximou religiões, criando diálogo entre o papa de Roma e o líder da igreja ortodoxa. Para ele, a postura conciliadora do papa se manteve até o final. "O papa discordava totalmente dessa atual política das grandes nações, de buscar a paz pelo equilíbrio de armas, e retomava o que o profeta Isaías proclamou 700 anos antes de Cristo: a paz só virá como filha da justiça". VÍDEOS: 9 vídeos que resumem o papado de Francisco

  • Vladimir Putin elogia Papa Francisco e envia condolências; relembre último encontro
    on 21 de abril de 2025 at 11:37

    Papa Francisco, morreu às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). O último encontro com presidente russo Vladimir Putin ocorreu em julho de 2019 no Vaticano. Presidente russo, Vladimir Putin, encontrou-se com o Papa Francisco no Vaticano. Vatican Media/ Reuters O presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou suas condolências após falecimento do papa Francisco, informou o Kremlin nesta segunda-feira (21). AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica "Por favor, aceite minhas mais sinceras condolências pelo falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco", disse Putin em uma mensagem ao cardeal Kevin Joseph Farrell, Camerlengo da Santa Igreja Romana. "Ao longo dos anos de seu pontificado, ele promoveu ativamente o desenvolvimento do diálogo entre as Igrejas Ortodoxa Russa e Católica Romana, bem como a cooperação construtiva entre a Rússia e a Santa Sé", afirma o presidente da Rússia. "Nesta hora triste, gostaria de transmitir a você e a todo o clero católico minhas palavras de simpatia e apoio", disse Putin na mensagem. Veja o momento em que o Vaticano anuncia a morte do Papa Francisco O último encontro O último encontro entre o Papa Francisco e o presidente russo Vladimir Putin ocorreu em julho de 2019 no Vaticano. Esse foi o terceiro encontro entre os dois, que na época discustiram questões relevantes sobre a Igreja Católica na Rússia. O conselheiro do Kremlin Yuri Ushakov afirmou, antes do encontro, que eles discutiriam "a preservação de locais sagrados cristãos na Síria", mas descartou que eles fossem negociar uma viagem do pontífice à Rússia. Em maio de 2022, o Papa Francisco pediu uma reunião, em Moscou, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para tentar parar a guerra na Ucrânia. Na época, o pontífice informou que não recebeu resposta do russo. O papa também disse ao jornal italiano "Corriere Della Sera" que o patriarca Kirill, da Igreja Ortodoxa russa, que deu à guerra seu apoio total, "não pode se tornar o coroinha de Putin". Francisco, que fez uma visita sem precedentes à embaixada russa quando a guerra começou, disse ao jornal que, cerca de três semanas após o início do conflito, pediu ao principal diplomata do Vaticano que enviasse uma mensagem a Putin. Ele disse que a mensagem era "que estava disposto a ir a Moscou". "Certamente, era necessário que o líder do Kremlin permitisse uma abertura. Ainda não recebemos uma resposta e continuamos insistindo", afirmou Francisco. "Temo que Putin não possa e não queira ter esta reunião neste momento. Mas como você pode não parar com tanta brutalidade?" No dia seguinte, o governo da Rússia afirmou que não iria acontecer um encontro entre o Papa Francisco e o presidente do país, Vladimir Putin, como havia sido solicitado pelo pontífice. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alegou que Moscou e o Vaticano "não alcançaram um acordo" para uma possível audiência de Putin com o Papa para falar sobre a guerra na Ucrânia. Francisco foi um duro crítico aos ataques das tropas russas na Ucrânia. A maioria de seus discursos e sermões feitos desde o início da invasão da Rússia ao país vizinho, em 24 de fevereiro, mencionam a guerra atual. Em um deles, o pontífice criticou diretamente o presidente russo (relembre abaixo). Papa critica Rússia em discurso de domingo de Páscoa A morte de Francisco Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz comunicado oficial. Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo. LEIA TAMBÉM: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco QUEM PODE SUBSTITUIR FRANCISCO? Veja nomes cotados VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco

  • Quem pode substituir Francisco? Veja nomes cotados
    on 21 de abril de 2025 at 11:27

    Papa morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, deixando um legado de tolerância e diálogo. Votação para eleger sucessor deve começar entre 15 e 20 dias. Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Com a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), o Vaticano vai começar os preparativos para escolher um novo líder da Igreja Católica. Até que isso ocorra, a Igreja terá uma espécie de governo temporário, e as decisões urgentes ficarão a cargo do Colégio dos Cardeais. A votação para eleger um novo papa, chamada de Conclave, deve começar entre 15 e 20 dias. Estão aptos a participar da eleição 138 cardeais com menos de 80 anos, membros do Colégio, sendo sete brasileiros. Veja a seguir alguns nomes que estão sendo cotados para suceder Francisco. AO VIVO: acompanhe a repercussão da morte do papa ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp ANÁLISE: papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, francês, 66 anos Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, francês, 66 anos Vaticano/Divulgação Jean-Marc Aveline é conhecido em alguns círculos católicos como João XXIV, em referência à sua semelhança com o papa João XXIII, o papa reformador de rosto redondo do início dos anos 1960. Aveline é conhecido por sua natureza simples e descontraída, sua facilidade para fazer piadas e sua proximidade ideológica com Francisco, especialmente em relação à imigração e às relações com o mundo muçulmano. Ele também é um intelectual sério, com doutorado em teologia e graduação em filosofia. O arcebispo nasceu na Argélia em uma família de imigrantes espanhóis que se mudaram para a França após a independência da Argélia, e viveu a maior parte de sua vida em Marselha. Sob o comando de Francisco, Aveline fez grandes progressos na carreira, tornando-se bispo em 2013, arcebispo em 2019 e cardeal três anos depois. Sua posição foi impulsionada em setembro de 2023, quando organizou uma conferência internacional da Igreja sobre questões mediterrâneas, na qual o papa Francisco foi o convidado principal. Se assumisse o cargo máximo, Aveline se tornaria o primeiro papa francês desde o século XIV, um período turbulento em que o papado se mudou para Avignon. Ele também seria o papa mais jovem desde João Paulo II. Cardeal Peter Erdo, húngaro, 72 anos Cardeal Peter Erdo, húngaro, 72 anos Vatican News/Divulgação Erdo já era um candidato papal no último conclave em 2013, graças aos seus amplos contatos com a Igreja na Europa e na África, e por ser visto como um pioneiro do movimento da Nova Evangelização para reacender a fé católica em nações avançadas secularizadas — uma prioridade para muitos cardeais. Ele é considerado conservador em teologia e, em discursos por toda a Europa, enfatiza as raízes cristãs do continente. No entanto, também é visto como pragmático e nunca entrou em conflito abertamente com Francisco, ao contrário de outros clérigos de mentalidade tradicional. Apesar disso, Erdo causou surpresa no Vaticano durante a crise migratória de 2015, quando foi contra o apelo do papa Francisco para que as igrejas acolhessem refugiados, dizendo que isso equivaleria a tráfico de pessoas — aparentemente se alinhando com o primeiro-ministro nacionalista da Hungria, Viktor Orban. Especialista em direito canônico, Erdo teve uma trajetória acelerada durante toda a sua carreira, tornando-se bispo aos 40 anos e cardeal em 2003, quando tinha apenas 51 anos, o que o tornou o membro mais jovem do Colégio dos Cardeais até 2010. LEIA TAMBÉM: BEM-HUMORADO, FÃ DE FUTEBOL, 1º PAPA LATINO-AMERICANO: conheça a trajetória de Francisco DO FUNERAL AO CONCLAVE: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco SÉ VACANTE, CAMERLENGO E COLÉGIO DOS CARDEAIS: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco PULMÃO, INTESTINO E MAIS: os problemas de saúde enfrentados por Francisco Cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, maltês, 68 anos Cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, maltês, 68 anos Arquidiocese de Braga/Divulgação Grech vem de Gozo, uma pequena ilha que faz parte de Malta, o menor país da União Europeia. Partindo de um começo modesto, Grech evoluiu para grandes feitos, sendo nomeado pelo papa Francisco para ser secretário-geral do Sínodo dos Bispos — um cargo de peso dentro do Vaticano. Inicialmente visto como conservador, Grech se tornou um porta-voz das reformas de Francisco dentro da Igreja durante anos, evoluindo rapidamente com os tempos. Em 2008, vários cidadãos gays malteses declararam que estavam deixando a Igreja em protesto contra o que viam como uma postura anti-LGBT do então pontífice, o Papa Bento XVI. Grech demonstrou pouca simpatia na época, mas, falando no Vaticano em 2014, ele pediu que a Igreja fosse mais receptiva aos seus membros LGBT e criativa para encontrar novas maneiras de abordar situações familiares contemporâneas. No dia seguinte, o papa Francisco deu um tapinha em seu ombro durante o café da manhã e o elogiou pelo discurso, indicando-o para uma futura promoção. Cardeal Juan Jose Omella, arcebispo de Barcelona, ​​espanhol, 79 anos Cardeal Juan Jose Omella, arcebispo de Barcelona, ​​espanhol, 79 anos Vatican News/Divulgação Modesto e bem-humorado, Omella vive uma vida humilde apesar de seu título elevado, dedicando sua carreira na Igreja ao cuidado pastoral, à promoção da justiça social e à personificação de uma visão compassiva e inclusiva do catolicismo. "Não devemos ver a realidade apenas pelos olhos daqueles que mais têm, mas também pelos olhos dos pobres", disse ele ao site de notícias Crux em abril de 2022, em palavras que refletiam a visão de mundo de Francisco. Nasceu em 1946 na vila de Cretas, no nordeste da Espanha. Após ser ordenado em 1970, serviu como padre em várias paróquias espanholas e também passou um ano como missionário no Zaire, hoje República Democrática do Congo. Ressaltando sua dedicação a causas sociais, de 1999 a 2015 ele trabalhou em estreita colaboração com a instituição de caridade espanhola Manos Unidas, que combate a fome, as doenças e a pobreza nos países em desenvolvimento. Ele se tornou bispo em 1996 e foi promovido a arcebispo de Barcelona em 2015. Apenas um ano depois, Francisco lhe deu um barrete cardinalício vermelho — uma atitude vista como um claro endosso às tendências progressistas de Omella, que contrastam com os elementos mais conservadores que antes dominavam a Igreja espanhola. Cardeal Pietro Parolin, italiano, diplomata do Vaticano, 70 anos Cardeal Pietro Parolin, italiano, diplomata do Vaticano, 70 anos Vatican News/Divulgação Favorito dos apostadores, Parolin foi diplomata da Igreja durante a maior parte de sua vida e serviu como secretário de Estado do papa desde 2013, ano em que Francisco foi eleito. O cargo é semelhante ao de um primeiro-ministro, e os secretários de Estado são frequentemente chamados de "vice-papas" porque estão em segundo lugar, depois do pontífice, na hierarquia do Vaticano. Parolin atuou anteriormente como vice-ministro das Relações Exteriores do Papa Bento XVI, que em 2009 o nomeou embaixador do Vaticano na Venezuela, onde defendeu a Igreja contra as iniciativas do então presidente Hugo Chávez para enfraquecê-la. Ele também foi o principal arquiteto da reaproximação do Vaticano com a China e o Vietnã. Conservadores o atacaram por um acordo sobre a nomeação de bispos na China comunista. Ele defendeu o acordo, afirmando que, embora não fosse perfeito, evitou um cisma e proporcionou alguma forma de comunicação com o governo de Pequim. Parolin nunca foi um ativista de linha de frente ou barulhento nas chamadas Guerras Culturais da Igreja, que se concentravam em questões como aborto e direitos gays, embora ele tenha condenado a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em muitos países como "uma derrota para a humanidade". Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle, filipino Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle, filipino Vatican News/Divulgação Tagle é frequentemente chamado de "Francisco Asiático" devido ao seu comprometimento semelhante com a justiça social e, se eleito, seria o primeiro pontífice da Ásia. No papel, Tagle, que geralmente prefere ser chamado pelo apelido "Chito", parece ter todos os requisitos para ser um papa. Ele tem décadas de experiência pastoral desde sua ordenação sacerdotal em 1982. Depois, adquiriu experiência administrativa, primeiro como bispo de Imus e depois como arcebispo de Manila. O Papa Bento XVI o nomeou cardeal em 2012. Em uma ação vista por alguns como uma estratégia de Francisco para dar a Tagle alguma experiência no Vaticano, o papa o transferiu de Manila em 2019 e o nomeou chefe do braço missionário da Igreja, formalmente conhecido como Dicastério para a Evangelização. Ele vem do que alguns chamam de "pulmão católico da Ásia", já que as Filipinas têm a maior população católica da região. Sua mãe era filipina de origem chinesa. Cardeal Joseph Tobin, arcebispo de Newark, NJ, americano, 72 anos Cardeal Joseph Tobin, arcebispo de Newark, NJ, americano, 72 anos Vaticano/Divulgação É improvável que os cardeais do mundo escolhessem o primeiro papa dos EUA, mas se estivessem dispostos a isso, Tobin pareceria a possibilidade mais provável. Tobin serviu como segundo em comando de um escritório do Vaticano de 2009 a 2012 e foi então nomeado pelo Papa Bento XVI arcebispo de Indianápolis, Indiana. Francisco o promoveu a cardeal em 2016 e, posteriormente, o nomeou arcebispo de Newark. Nesta última função, Tobin, um homem grandalhão conhecido por sua rotina de exercícios de levantamento de peso, lidou com um dos escândalos católicos de maior repercussão dos últimos anos. Em 2018, o então Cardeal Theodore McCarrick , um dos antecessores de Tobin em Newark, foi afastado do ministério por acusações de má conduta sexual com seminaristas. McCarrick, que nega qualquer irregularidade, renunciou ao cargo de cardeal e mais tarde foi considerado culpado por um tribunal do Vaticano e removido do sacerdócio. Tobin recebeu elogios por sua condução do escândalo, incluindo a decisão de tornar públicos acordos anteriormente confidenciais feitos entre a arquidiocese e as supostas vítimas de McCarrick. Tobin é o mais velho de 13 irmãos e afirmou ser um alcoólatra em recuperação. Ele é conhecido por sua atitude de abertura em relação às pessoas LGBTQIA+, tendo escrito em 2017 que "em muitas partes da nossa igreja, pessoas LGBTQIA+ foram levadas a se sentirem indesejadas, excluídas e até mesmo envergonhadas". Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, ganês, funcionário do Vaticano, 76 anos Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, ganês, funcionário do Vaticano, 76 anos Vatican News/Divulgação De origens humildes em uma pequena cidade africana, o Cardeal Peter Turkson alcançou grandes feitos na Igreja, o que o tornou um candidato a se tornar o primeiro papa da África Subsaariana. Ele combina uma longa experiência pastoral cuidando de congregações em Gana com experiência prática na liderança de vários escritórios do Vaticano, bem como fortes habilidades de comunicação. O fato de ele vir de uma das regiões mais dinâmicas para a Igreja, que está lutando contra as forças do secularismo em suas terras centrais europeias, também deve reforçar sua posição. Quarto filho de uma família de 10 filhos, Turkson nasceu em Wassaw Nsuta, na então chamada Costa do Ouro, no Império Britânico. Seu pai trabalhava em uma mina próxima e também era carpinteiro, enquanto sua mãe vendia vegetais no mercado. Ele estudou em seminários em Gana e Nova York, foi ordenado em 1975 e depois lecionou em seu antigo seminário ganês e fez estudos bíblicos avançados em Roma. O papa João Paulo II o nomeou arcebispo de Cape Coast em 1992 e 11 anos depois o tornou o primeiro cardeal na história do estado da África Ocidental. As promoções continuaram sob o sucessor de João Paulo II, Bento XVI, que o levou ao Vaticano em 2009 e o tornou chefe do Pontifício Conselho Justiça e Paz — o órgão que promove a justiça social, os direitos humanos e a paz mundial. Nessa função, ele foi um dos conselheiros mais próximos do papa em questões como as mudanças climáticas e atraiu muita atenção ao participar de conferências como o fórum econômico de Davos. Matteo Maria Zuppi, italiano, arcebispo de Bolonha, 69 anos Matteo Maria Zuppi, italiano, arcebispo de Bolonha, 69 anos Vatican News/Divulgação Quando Zuppi foi promovido em 2015 e se tornou arcebispo de Bolonha, a mídia nacional se referiu a ele como o "Bergoglio italiano", devido à sua afinidade com Francisco, o papa argentino que nasceu Jorge Mario Bergoglio. Zuppi seria o primeiro papa italiano desde 1978. Assim como o papa Francisco quando morava em Buenos Aires, Zuppi é conhecido como um "padre de rua" que se concentra nos migrantes e nos pobres, e pouco se importa com pompa e protocolo. Ele atende pelo nome de "Padre Matteo" e, em Bolonha, às vezes usa uma bicicleta em vez de um carro oficial. Se ele fosse eleito papa, os conservadores provavelmente o veriam com desconfiança. Vítimas de abuso sexual na Igreja também poderiam se opor a ele, já que a Igreja Católica Italiana, que ele lidera desde 2022, tem sido lenta em investigar e confrontar a questão.

  • Canonização de Carlo Acutis, o 'padroeiro da internet', é suspensa após morte do papa Francisco
    on 21 de abril de 2025 at 10:51

    Carlo Acutis seria canonizado no próximo domingo (27), na Praça São Pedro. O corpo de Carlo Acutis, menino italiano que morreu de leucemia em 2006, em seu túmulo em Assis, Itália Tiziana FABI / AFP A canonização de Carlo Acutis, conhecido como o primeiro santo da geração millenial e "padroeiro da internet", foi suspensa por conta do falecimento do papa Francisco, informou o Vaticano nesta segunda-feira (21). Carlo Acutis seria canonizado no próximo domingo (27), em uma cerimônia na Praça São Pedro. O Vaticano ainda não deu informações sobre quando o processo deve ser retomado. O papa Francisco morreu nesta segunda, às 7h35 do horário do Vaticano (2h35 do horário de Brasília). O pontífice, que tinha 88 anos, foi o líder da Igreja Católica durante 12 anos. Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Quem é Carlo Acutis Carlo morreu de leucemia, em 2006, aos 15 anos. Com talento na área de tecnologia, o adolescente divulgava conteúdo cristão na internet e criou um site para catalogar milagres. A Igreja Católica o apelidou de "influencer da santidade". Em 2019, o Vaticano reconheceu e creditou a Carlo um milagre que aconteceu no Mato Grosso do Sul. Segundo a Igreja Católica, uma criança que estava doente foi curada após tocar uma roupa que tinha o sangue do italiano. Relembre a história mais abaixo. O milagre no Brasil aconteceu no dia 12 de outubro de 2010, exatamente quatro anos após a morte de Carlo Acutis. Em 2020, Francisco declarou o italiano beato. Neste ano, o papa reconheceu um segundo milagre atribuído ao "padroeiro da internet". Segundo o Vaticano, Carlo curou uma jovem da Costa Rica que sofreu um acidente. Milagre no Brasil Depois da morte de Carlo Acutis, o padre Marcelo Tenório, da Paróquia São Sebastião, em Campo Grande, passou a realizar a missa anual de Nossa Senhora Aparecida com a exposição de uma roupa que teria o sangue do italiano. Em uma dessas celebrações, em 2010, um avô desesperado com o diagnóstico do neto doente o levou até a paróquia. Segundo a família, o garoto foi curado após tocar a vestimenta. "A criança, me lembro bem, estava raquítica e tinha problemas de pâncreas anular. Ela não comia nada, não ingeria nem sólido nem líquido e teve a cura logo depois", afirmou o padre Marcelo Tenório, em entrevista ao g1 MS em 2019. Após a reconhecer o milagre brasileiro, o Vaticano realizou uma cerimônia para a beatificação de Carlo Acutis, em outubro de 2020. O corpo do italiano está no Santuário do Despojamento em Assis, no centro da Itália, em bom estado de conservação. A morte do Papa Francisco Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local. As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz comunicado oficial. Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo. LEIA MAIS Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco Alta após quadro de bronquite Francisco ficou internado por cerca de 40 dias com um quadro de bronquite. A primeira hospitalização foi no início de fevereiro. Nos dias seguintes, o papa começou a ter dificuldades para discursar durante audiências religiosas. Ele admitiu publicamente que estava com dificuldades respiratórias e chegou a pedir para um auxiliar fazer a leitura do sermão. No dia 14 de fevereiro, o papa foi internado no hospital Agostino Gemelli para fazer exames e tratar a bronquite. Mesmo hospitalizado, ele continuou participando de algumas atividades religiosas. No domingo (16), ele pediu desculpas por faltar à oração semanal com fiéis na Praça de São Pedro. Já na segunda-feira (17), o Vaticano informou que Francisco estava com uma infecção polimicrobiana — causada por um ou mais microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos. O quadro de saúde do papa foi descrito como "complexo". No dia seguinte, em um novo boletim, o Vaticano anunciou que o pontífice estava com uma pneumonia bilateral. A infecção é mais grave do que uma pneumonia comum, já que pode prejudicar a respiração e a circulação de oxigênio pelo organismo de uma forma geral. O Papa teve alta do hospital após ficar cerca de 40 dias internado. Até a publicação desta reportagem, o Vaticano não havia dado detalhes sobre o funeral do papa Francisco. A Igreja Católica deve se reunir nas próximas semanas para decidir quem será o novo papa. Os desafios do papado de Francisco Papa Francisco acena para fiéis na Praça São Pedro durante celebração da Páscoa, neste domingo (21). Reuters Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos. Seu perfil jovial e descontraído — ele gostava de fazer piadas e brincadeiras — o tornou uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha antes de mais nada conjuntural. A Igreja Católica vivia então um de seus momentos mais delicados. A popularidade em baixa e os escândalos de pedofilia envolvendo padres em todo o mundo são apenas alguns dos desafios que o pontífice enfrentaria durante seu papado. A modernidade também levou Francisco a lidar com outros assuntos delicados para a Igreja, como os direitos LGBTQIA+ e o sexismo. Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos — a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos. Mas também foi criticado por não avançar menos do que o esperado na questão feminina. Francisco terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas. O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos. Discursos políticos e combate à pobreza O pontífice também ficou marcado por discursos políticos durantes sermões. Não poupou críticas a líderes de países em guerra, como o russo Vladimir Putin e o israelense Benjamin Netanyahu. Ele também apontou o dedo para a União Europeia ao citar a crise dos refugiados, que começou durante seu papado, em 2015. Em uma das imagens mais impressionantes e sem precedentes na Igreja Católica, rezou sozinho na sempre lotada Praça São Pedro, no Vaticano, quando a Covid-19 se espalhou pelo mundo e fez vários países decretarem quarentena. Mas o combate à pobreza sempre foi sua prioridade. Ao ser apontado como o novo papa, ele escolheu o nome de seu novo título em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos pobres. O lema de seu papado foi "Miserando atque eligendo" — "Olhou-o com misericórdia e o escolheu", em português. As reformas da Igreja Católica também foram outra marca do papado de Francisco. Ele iniciou um processo de reforma das estruturas da Cúria, que é o governo do Vaticano, com atenção especial para a parte econômica e financeira. Francisco, ‘um grande reformador’ Aos 80 anos, com dores no quadril que, por vezes, o faziam perder o equilíbrio, ele não falava de renúncia, como seu predecessor Bento XVI teve a audácia de fazer. "Estou indo em frente", disse ele na ocasião, contrariando declarações mais melancólicas feitas antes disso, em março de 2015: "Tenho a sensação de que meu pontificado será breve, quatro ou cinco anos". Francisco parecia impulsionado por uma missão urgente: incentivar uma Igreja desertada em alguns países a acompanhar com misericórdia os católicos em situações irregulares. "Podemos falar de uma revolução, nos passos do Concílio Vaticano II" (1962-1965), que abriu a Igreja ao mundo moderno, disse à AFP o especialista em Vaticano Marco Politi, em 2016. Politi classifica Francisco como "um grande reformador” que tentou fazer “com que a Igreja abandonasse a sua obsessão histórica em tabus sexuais". Ele foi o primeiro papa a ter convidado um transexual ao Vaticano e se recusou a julgar os homossexuais. Para Francisco, a Igreja era um “hospital de campanha, não um posto alfandegário", que separa os bons e maus cristãos, disse Politi. O argentino foi eleito, entre outros, para continuar a reestruturação econômica da Santa Sé iniciada sob Bento XVI com, por exemplo, o fechamento de contas suspeitas no banco do Vaticano, por muito tempo acusado de lavagem de dinheiro. "Em termos de doutrina, ela [papa Francisco] não mudou nada. Neste sentido, nunca fez parte dos progressistas", afirmou Politi. Segundo o especialista, o papa não tinha a intenção de ordenar padres casados ou mulheres, e se mostrou horrorizado com o aborto. Ele gostaria que seu trabalho reformista tivesse "uma continuidade". O papa tinha um forte consenso entre os fiéis e, também, entre alguns agnósticos e não-crentes. Mas ele não agradava aos ultraconservadores, que tentavam desacreditá-lo. Bergoglio antes de ser papa O cardeal Jorge Mario Bergoglio em fevereiro de 2013 na Argentina Juan Mabromata/AFP Francisco nasceu em Buenos Aires, em 1936. Seus pais, ambos italianos, chegaram à Argentina em 1929, junto de uma leva de imigrantes europeus em busca de oportunidades de trabalho na América. Arcebispo da capital argentina, ele era considerado um homem tímido e de poucas palavras, mas com grande prestígio entre seus seguidores. O religioso era admirado pela sua total disponibilidade e seu estilo de vida sem ostentação. O argentino também era reconhecido por seus dotes intelectuais, por ser considerado dialogante e moderado, além de ter paixões pelo tango e pelo time de futebol San Lorenzo. Antes de seguir carreira religiosa, Bergoglio formou-se técnico químico. Depois, ingressou em um seminário no bairro de Villa Devoto. Em março de 1958, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, congregação religiosa dos jesuítas, fundada no século 16. Em 1963, Bergoglio estudou humanidades no Chile e voltou à Argentina no ano seguinte para ser professor de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de Santa Fé. Entre 1967 e 1970, foi estudar teologia e acabou sendo ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969. Em menos de quatro anos chegou a liderar a congregação jesuíta local, um cargo que exerceu de 1973 a 1979. Foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, entre 1980 e 1986, e, depois de completar sua tese de doutorado na Alemanha, serviu como confessor e diretor espiritual em Córdoba. Em 1992, Bergoglio foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Em 1997, ele virou arcebispo titular de Buenos Aires. Em 2001, foi nomeado cardeal e primaz da Argentina pelo papa João Paulo II. Entre 2005 e 2011, ocupou a presidência da Conferência Episcopal do país durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar. Na Santa Sé, Bergoglio foi membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina.

  • Missa de Páscoa, passeio de papamóvel, encontro com vice dos EUA: como foi último dia do papa
    on 21 de abril de 2025 at 10:47

    Francisco não celebrou a Missa de Páscoa na praça, mas fez uma aparição na varanda neste domingo (20). Ele também se encontrou com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance. Papa não sorriu em sua última aparição pública Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21), informou o Vaticano. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado 38 dias internado. No Domingo de Páscoa (20), Francisco recebeu, pouco antes das celebrações, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance. Além disso, o papa também fez uma breve aparição para a bênção Urbis et Orbi na Praça de São Pedro, arrancando aplausos e vivas da multidão. O papa acenou para os fiéis e fez um pronunciamento breve, com a voz fraca: "Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!". Milhares de pessoas presentes explodiram em aplausos quando uma banda militar deu início a uma série de hinos da Santa Sé e da Itália. Francisco acenou da varanda e pediu a um assessor que lesse a benção (veja texto completo). Após aparecer na varanda, Francisco andou no papamóvel pela multidão na praça de São Pedro. Ele não celebrou a Missa de Páscoa na praça, delegando-a ao Cardeal Angelo Comastri, arcipreste aposentado da Basílica de São Pedro, que leu seu discurso. O Papa Francisco percorre a multidão no final da missa de Páscoa na Praça de São Pedro, no Vaticano, no domingo (20). AP/Gregorio Borgia Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Encontro com o vice-presidente dos EUA A caminho da basílica, Francisco encontrou-se brevemente com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, que estava passando a Páscoa em Roma com sua família. O encontro ocorreu na Casa Santa Marta, residência oficial do pontífice no Vaticano, por volta das 11h30 no horário local (6h30 de Brasília). A visita aconteceu dois meses após o líder da Igreja Católica criticar duramente a política migratória do governo de Donald Trump. Em fevereiro, o papa classificou as expulsões em massa de migrantes como uma “grande crise” e alertou, em carta enviada aos bispos americanos: “O que se constrói à base de força, e não a partir da verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, mal começa e mal terminará” Um vídeo divulgado pela rede de notícias católica norte-americana EWTN mostrou Vance conversando com o papa, que estava sentado em uma cadeira de rodas. Papa Francisco recebe vice-presidente dos EUA, JD Vance, no Vaticano Francisco presenteou o vice-presidente americano com uma gravata com o brasão do Vaticano, um terço e ovos de Páscoa para cada um dos filhos de Vance. "É um prazer vê-lo em melhor estado de saúde", disse JD Vance ao papa argentino, em vídeo divulgado pelo Vaticano. “Obrigado por me receber. Rezo pelo senhor todos os dias. Que Deus o abençoe”. No sábado (19), Vance também foi recebido no Vaticano pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, acompanhado por dom Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais. Durante o encontro com o cardeal, foram trocadas felicitações de Páscoa. Segundo nota oficial, a reunião foi “cordial” e reafirmou a boa relação bilateral entre a Santa Sé e os Estados Unidos. “Foi renovado o compromisso conjunto de proteger a liberdade religiosa e de consciência”, afirmou o Vaticano. “Houve uma troca de opiniões sobre a situação internacional, especialmente nos países marcados por guerras, tensões políticas e crises humanitárias, com particular atenção aos migrantes, refugiados e prisioneiros.” Veja o momento em que o Vaticano anuncia a morte do papa Francisco Aparição breve na Páscoa Debilitado por conta da recuperação de uma pneumonia bilateral, Francisco não celebrou a missa, mas compareceu na sacada da basílica para a bênção Urbis et Orbi. A bênção foi lida por um cardeal. A Basílica de São Pedro estava repleta de narcisos, tulipas e outras flores doadas pela Holanda em uma manhã fria, porém ensolarada, de primavera. Francisco apareceu em público apenas algumas vezes desde que retornou ao Vaticano em 23 de março, após uma internação de 38 dias. Ele não foi aos serviços solenes da Sexta-feira Santa e do Sábado Santo, que antecederam a Páscoa, mas era esperado que comparecesse no domingo, de acordo com o livreto da missa e os planos litúrgicos divulgados pelo Vaticano. A Páscoa é o momento mais alegre do calendário litúrgico cristão, quando os fiéis celebram a ressurreição de Cristo após sua crucificação. Este ano, a Páscoa está sendo celebrada no mesmo dia por católicos e ortodoxos, e foi marcada pelo anúncio de uma trégua pascal temporária pela Rússia em guerra com a Ucrânia. A Páscoa no Vaticano tradicionalmente envolve uma missa e a bênção Urbi et Orbi (em latim, "à cidade e ao mundo") do papa, um discurso proferido na galeria sobre a entrada da basílica, que geralmente é um resumo dos pontos críticos globais e do sofrimento humano. Francisco reduziu drasticamente sua carga de trabalho, seguindo as ordens médicas de dois meses de convalescença e fisioterapia respiratória para melhorar sua função pulmonar. Na última aparição, ele ainda precisou de grande esforço para projetar sua voz, e sua respiração continuou difícil. Antes de domingo, sua maior saída havia sido uma visita à prisão no centro de Roma para passar a Quinta-feira Santa com os detentos. A visita deixou claras suas prioridades enquanto se recupera lentamente: passar tempo com as pessoas mais marginalizadas. Missa de Páscoa do Vaticano neste domingo (20) AP Photo/Gregorio Borgia A última mensagem de Francisco para o mundo – Homília de Páscoa Maria Madalena, ao ver que a pedra do sepulcro tinha sido removida, começou a correr para ir avisar Pedro e João. Também os dois discípulos, tendo recebido aquela surpreendente notícia, saíram e – diz o Evangelho – «corriam os dois juntos» (Jo 20, 4). Os protagonistas dos relatos pascais correm todos! E este “correr” exprime, por um lado, a preocupação de que tivessem levado o corpo do Senhor; mas, por outro lado, a corrida de Maria Madalena, de Pedro e de João fala do desejo, do impulso do coração, da atitude interior de quem se põe à procura de Jesus. Ele, com efeito, ressuscitou dos mortos e, portanto, já não se encontra no túmulo. É preciso procurá-lo noutro lugar. Este é o anúncio da Páscoa: é preciso procurá-lo noutro lugar. Cristo ressuscitou, está vivo! Não ficou prisioneiro da morte, já não está envolvido pelo sudário e, por isso, não podemos encerrá-lo numa bonita história para contar, não podemos fazer dele um herói do passado ou pensar nele como uma estátua colocada na sala de um museu! Pelo contrário, temos de O procurar, e, por isso, não podemos ficar parados. Temos de nos pôr em movimento, sair para O procurar: procurá-lo na vida, procurá-lo no rosto dos irmãos, procurá-lo no dia a dia, procurá-lo em todo o lado, exceto naquele túmulo. Procurá-lo sempre. Porque se Ele ressuscitou, então está presente em toda a parte, habita no meio de nós, esconde-se e revela-se ainda hoje nas irmãs e nos irmãos que encontramos pelo caminho, nas situações mais anónimas e imprevisíveis da nossa vida. Ele está vivo e permanece sempre conosco, chorando as lágrimas de quem sofre e multiplicando a beleza da vida nos pequenos gestos de amor de cada um de nós. Por isso, a fé pascal, que nos abre ao encontro com o Senhor ressuscitado e nos dispõe a acolhê-lo na nossa vida, é tudo menos uma acomodação estática ou um pacífico conformar-se numa segurança religiosa qualquer. Pelo contrário, a Páscoa põe-nos em movimento, impele-nos a correr como Maria de Magdala e como os discípulos; convida-nos a ter olhos capazes de “ver mais além”, para vislumbrar Jesus, o Vivente, como o Deus que se revela e ainda hoje se torna presente, nos fala, nos precede, nos surpreende. Como Maria Madalena, podemos fazer todos os dias a experiência de perder o Senhor, mas todos os dias podemos correr para O reencontrar, sabendo com certeza que Ele se deixa encontrar e nos ilumina com a luz da sua ressurreição. Irmãos e irmãs, aqui está a maior esperança da nossa vida: podemos viver esta existência pobre, frágil e ferida agarrados a Cristo, porque Ele venceu a morte, vence a nossa escuridão e vencerá as trevas do mundo, para nos fazer viver com Ele na alegria, para sempre. Em direção a esta meta, como diz o Apóstolo Paulo, também nós corremos, esquecendo o que fica para trás e vivendo orientados para o que está à nossa frente (cf. Fl 3, 12-14). Apressemo-nos então a ir ao encontro de Cristo, com o passo ligeiro de Maria Madalena, Pedro e João. O Jubileu convida-nos a renovar em nós mesmos o dom desta esperança, a mergulhar nela os nossos sofrimentos e as nossas inquietações, a contagiar aqueles que encontramos no caminho, a confiar a esta esperança o futuro da nossa vida e o destino da humanidade. Por isso, não podemos estacionar o nosso coração nas ilusões deste mundo, nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria. Corramos ao encontro de Jesus, redescubramos a graça inestimável de ser seus amigos. Deixemos que a sua Palavra de vida e verdade ilumine o nosso caminho. Como dizia o grande teólogo Henri de Lubac, «bastar-nos-á compreender isto: o cristianismo é Cristo. Verdadeiramente, não há nada mais do que isso. Em Cristo temos tudo» (Les responsabilités doctrinales des catholiques dans le monde d’aujourd’hui, Paris 2010, 276). E este “tudo”, que é Cristo ressuscitado, abre a nossa vida à esperança. Ele está vivo e ainda hoje quer renovar a nossa vida. A Ele, vencedor do pecado e da morte, queremos dizer: «Senhor, nesta festa, pedimos-vos este dom: que também nós sejamos novos para viver esta perene novidade. Afastai de nós, ó Deus, a poeira triste da rotina, do cansaço e do desencanto; dai-nos a alegria de acordar, a cada manhã, com os olhos maravilhados, para ver as cores inéditas daquele amanhecer, único e diferente de todos os outros. Tudo é novo, Senhor, e nada repetido, nada envelhecido» (A. Zarri, Quasi una preghiera). Irmãs, irmãos, na maravilha da fé pascal, trazendo no coração todas as expetativas de paz e libertação, podemos dizer: Convosco, Senhor, tudo é novo. Convosco, tudo recomeça. Missa de Páscoa do Vaticano neste domingo (20) AP Photo/Andrew Medichini LEIA TAMBÉM: Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco VÍDEOS: 9 vídeos que resumem o papado de Francisco

  • Veja o momento em que o Vaticano anuncia a morte do Papa Francisco
    on 21 de abril de 2025 at 10:31

    Pontífice morreu às 07h35 deste domingo (21) pelo horário local (02h35 pelo horário de Brasília), segundo Vaticano. Veja o momento em que o Vaticano anuncia a morte do Papa Francisco Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). Veja acima o momento em que a notícia foi anunciada pelo Vaticano. AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa "Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o bispo de Roma, Francisco, voltou para a casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo de verdadeiro discípulo do senhor Jesus, encomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Uno e Trino", declarou Kevin Farrell, Cardeal Carmelengo da Igreja, responsável por comunicar a notícia. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a trajetória do pontífice. Francisco se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões, quadro que o manteve internado por cerca de 40 dias. Há um mês, ele teve alta e estava sob cuidados médicos. O papa chegou a aparecer publicamente neste domingo (20) de Páscoa para abençoar milhares de pessoas na Praça de São Pedro. LEIA MAIS Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do Papa Francisco Pulmão, intestino e mais: os problemas de saúde enfrentados por Francisco VÍDEO: 9 vídeos que resumem o papado de Francisco

  • Papa Francisco: veja mensagens de autoridades sobre a morte; Lula decretou luto oficial de 7 dias
    on 21 de abril de 2025 at 10:29

    Primeiro pontífice latino-americano deixa legado de tolerância e diálogo. Promoveu reformas importantes, acolheu minorias e priorizou os pobres. Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Políticos e autoridades lamentaram nesta segunda-feira (21) a morte do papa Francisco. Jorge Mario Bergoglio morreu aos 88 anos às 7h35 desta segunda-feira (21) no horário do Vaticano (2h35, no horário de Brasília). O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Veja o momento em que o Vaticano anuncia a morte do Papa Francisco Veja abaixo as mensagens divulgadas por autoridades e políticos brasileiros: Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República "A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos. Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados. Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito. Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará. Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações." Geraldo Alckmin, vice-presidente da República "É com grande tristeza que o mundo recebe hoje a notícia do falecimento do Papa Francisco. Sua simplicidade e seu humanismo são legados marcantes de um sacerdócio vivido como vocação para a universalidade cristã, que nos inspira a encontrar convergências, onde quer que se insista em divisões. Primeiro pontífice latino-americano, primeiro jesuíta a se tornar papa e primeiro papa a se chamar Francisco, evocando o que de mais precioso existe na cristandade - a humildade, a compaixão e a fraternidade - fez história ao inaugurar um novo tempo para a Igreja e ao apontar a perseverança pela igualdade, por meio da convivência harmoniosa do diálogo, como o caminho para a humanidade." Janja da Silva, primeira-dama "Acordamos com a triste notícia da partida do nosso amado Papa Francisco. Ele, que diariamente viveu para pregar a palavra da fraternidade, da solidariedade e da paz entre os povos nos deixa hoje, mas seus ensinamentos seguem em nossos corações para sempre. Um Papa latino que, com sua simplicidade e com o verdadeiro amor ao próximo, sempre esteve ao lado dos mais pobres, vulneráveis e marginalizados e que em sua última aparição pública, tão simbólica no domingo de Páscoa, dirigiu suas palavras ao povo de Gaza, ressaltando a situação humanitária dramática vivida pelos palestinos, e reforçando que não é possível haver paz no mundo sem um verdadeiro desarmamento. Levo diariamente comigo as palavras que me disse em nosso último encontro, em fevereiro deste ano, quando me entregou uma imagem dizendo: “Não deveria haver diferença entre os homens, todos devem se olhar nos olhos. O único momento em que devemos olhar para alguém de cima para baixo é para dar a mão e ajudar a essa pessoa a se reerguer”. A partida de Papa Francisco nos deixa um enorme vazio. Digo sempre que Francisco era uma grande fortaleza, um farol no meio de tantas trevas. Seguiremos vivendo o que ele sempre pregou, com muita fé, devoção e amor no coração. Descanse em paz! 🤍🙏" Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal A espiritualidade verdadeira é a expressão do bem, do amor e da paz, com sabedoria, tolerância e compaixão. O Papa Francisco encarnou essas virtudes como poucas lideranças nos dias de hoje. E a elas acrescentou o carisma e a empatia. A compreensão em lugar dos dogmas. Num tempo em que há muita escuridão, foi uma luz iluminando a humanidade. A história o reconhecerá como um dos maiores. Jair Bolsonaro, ex-presidente "O mundo e os católicos se despedem daquele que ocupava uma das figuras mais simbólicas da fé cristã: o Papa. Mais que um líder religioso, o papado representa a continuidade de uma tradição milenar, guardiã de valores espirituais que moldaram civilizações. Para o Brasil e o mundo, a figura do Papa sempre foi sinal de unidade, esperança e orientação moral. Sua partida nos convida à reflexão e à renovação da fé, lembrando-nos da força da espiritualidade como guia para tempos de incerteza." Paulo Gonet, procurador-geral da República É com profunda tristeza que nos despedimos hoje do Papa Francisco. Líder de inestimável grandeza, mostrou a todos o poder da fé inabalável e da importância da defesa da dignidade humana. Sua Santidade deixa um legado de amor, humildade e esperança. A passagem de Mario Bergoglio por este mundo foi marcada por gestos de compaixão, palavras de sabedoria e um compromisso irrenunciável com os mais vulneráveis. O Papa Francisco sempre demonstrou coragem, guiando milhões de fiéis com ternura e firmeza. Que seu exemplo continue a inspirar gerações na trilha da justiça, da misericórdia e da paz." Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal O Papa Francisco integra, com destaque eterno, a história da nossa Igreja Católica. Foi um exemplar Cristão latino-americano. Lembro suas tão necessárias palavras: “ 1. «FRATELLI TUTTI»:[1] escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si».[2] Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita. 2. Este Santo do amor fraterno, da simplicidade e da alegria, que me inspirou a escrever a encíclica Laudato si’, volta a inspirar-me para dedicar esta nova encíclica à fraternidade e à amizade social. Com efeito, São Francisco, que se sentia irmão do sol, do mar e do vento, sentia-se ainda mais unido aos que eram da sua própria carne. Semeou paz por toda a parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, dos últimos." Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal "Diante de um mundo de intolerância e ódio, Francisco nos deixou lições que transcendem a fé: acolher o próximo, semear a inclusão e combater a desigualdade. Seu legado na defesa dos mais vulneráveis o tornou um farol de paz e fraternidade mesmo nos momentos mais difíceis." Morre o Papa Francisco Davi Alcolumbre, presidente do Senado (União-AP) "É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco. Neste momento de luto e tristeza, o Congresso Nacional do Brasil une-se em solidariedade à comunidade católica em todo o mundo, à Santa Sé e a todos aqueles que tiveram suas vidas tocadas pelo papado de Francisco. Como Presidente do Senado e do Congresso Nacional e, como judeu, expresso a minha mais profunda admiração e respeito pela vida e obra do Papa. Em 2019 tive a honra de assistir a uma missa celebrada pelo Papa Francisco, e essa experiência me deixou uma marca profunda. Sua presença, sua palavra e sua benção ficarão para sempre em minha memória. Papa Francisco foi um líder espiritual de grande coragem, que pregou o respeito, o perdão e a caridade. Sua luta e seu serviço aos mais necessitados em todos os cantos do planeta inspirou milhões de pessoas. Que sua herança espiritual permaneça como seu maior legado e que o amor que tanto pregou influencie o mundo a trabalhar pela justiça, pela paz e respeito entre os povos. Que Jorge Mario Bergoglio,o Papa Francisco, descanse em paz." Hugo Motta, presidente da Câmara (Republicanos-PB) "Poucos líderes foram tão marcantes para mim como o Jorge Mário Bergoglio. Papa Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino a ocupar o posto mais alto da Igreja. Porém, para mim, o que mais marcou sua passagem foram as transformações que ele promoveu. Francisco foi o símbolo do diálogo, do acolhimento, da compreensão e, principalmente, da inclusão. Foi o papa que abriu a Igreja e a colocou no século XXI. Um líder que ficará na história pela força dos seus gestos. Eu e minha família seguiremos em oração por este líder que foi símbolo de esperança e justiça. Sem dúvida um exemplo de vida e luta para todos nós." Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais Com o coração apertado, nos despedimos do Papa Francisco. Liderou a Igreja com coragem, humildade e amor pelos que mais sofrem. Sua fé caminhava junto com a justiça, resgatando a esperança ao redor do mundo. Seus ensinamentos e posições permanecerāo entre nós. Siga em paz Francisco. Rui Costa, ministro da Casa Civil "Hoje, todo o mundo chora a morte do Papa Francisco. Tive a alegria de conhecer este homem simples e de gestos grandiosos que liderou a Igreja Católica com humildade, resiliência e amor. Que seja eterna sua memória e contribuição para um mundo mais justo e fraterno." Camilo Santana, ministro da Educação "Obrigado por tanto, Papa Francisco. Que Deus te receba em sua infinita misericórdia. O mundo, pelo qual o senhor lutou para deixar mais humano e justo, fica com seus ensinamentos sobre fé e amor aos que mais precisam." Fernando Haddad, ministro da Fazenda "O Papa que apontou um caminho para uma sociedade mais tolerante, justa, fraterna e solidária. Deixa um valoroso exemplo de vida." Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Luciana Santos, ministra de Ciência e Tecnologia "Lamentamos a perda do Papa Francisco, que morreu nesta segunda, aos 88 anos. Primeiro Pontífice latino-americano e jesuíta, Francisco buscou trazer uma mensagem de simplicidade, defesa dos mais humildes e marginalizados, e de luta pelas causas climáticas e humanitárias." Simone Tebet, ministra de Planejamento e Orçamento "Setembro de 2017, fomos a Cartagena. Ruas repletas, orações, louvores. De repente, acenando e nos abençoando, Papa Francisco. Aquele tempo medido pelo ponteiro dos segundos foi suficiente para inundar minha alma por um profundo sentimento de paz e sem que me desse conta meu rosto estava molhado por lágrimas que sequer percebi caindo. Hoje, o Papa Francisco desfila no infinito do céu, não antes de pedir, em sua última oração, por paz. Que os senhores da guerra se sensibilizem ante o aceno pacificador do Papa Francisco; que de todos os telhados do poder saia uma fumaça branca e que à janela anunciem, finalmente: HABEMUS PAZ! Amém." Alexandre Padilha, ministro da Saúde "Papa Francisco, luz eterna. O Papa Francisco foi um grande defensor do acesso gratuito à saúde, durante toda a pandemia ergueu sua voz em favor da vacina contra o negacionismo, orou pelos doentes, pelos médicos e por todos os profissionais da saúde. Tive a graça de conhecer pessoalmente o Papa Francisco durante sua visita ao Rio de Janeiro. Francisco fez questão de visitar o nosso querido SUS — estivemos juntos em uma unidade de saúde que implantamos durante minha primeira gestão no Ministério da Saúde. Hoje nos despedimos de Francisco, que, como São Francisco de Assis, pregou o Evangelho com a própria vida. Que sua luz continue a iluminar os caminhos da Igreja. Descanse em paz, Papa Francisco." Renato Casagrande, governador do Espírito Santo "Recebo com muita tristeza a notícia da partida do Santo Padre, Papa Francisco. Ele nos deixa um legado de simplicidade, compaixão e coragem, uma Igreja próxima dos mais vulneráveis e firmemente posicionada diante dos grandes desafios da política mundial. Gratidão eterna, Papa". Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso Nacional (PT-AP) É com o coração profundamente entristecido e a alma em oração que recebo a notícia do falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco, ocorrido nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano. Como senador da República e, acima de tudo, como cristão, uno-me à dor da Igreja e de todos os fiéis ao redor do mundo. O Papa Francisco foi um verdadeiro pastor, cuja vida foi dedicada à promoção da paz, da justiça social e da dignidade humana. Sua liderança espiritual transcendeu fronteiras, tocando corações e inspirando ações em prol dos mais necessitados. Recordo com emoção suas palavras e gestos de humildade, que nos ensinaram o verdadeiro significado do amor cristão. Seu compromisso com os marginalizados e sua incansável luta por um mundo mais justo permanecerão como legado eterno. Neste momento de luto, elevo minhas preces para que Deus, em Sua infinita misericórdia, acolha o Papa Francisco em Seu Reino Celestial. Que o Espírito Santo conforte os corações enlutados e guie a igreja na escolha de um novo sucessor de Pedro, que continue a missão de amor e serviço iniciada por Francisco. Descanse em paz, Santo Padre. Seu exemplo permanecerá vivo em nossos corações e ações." José Guimarães, líder do governo na Câmara (PT-CE) "Um líder humanista que cuidou da Igreja católica como nenhum outro. Nos deixa muita saudade, mas sobretudo referência de vida e de amor ao próximo. Descanse em paz, Papa Francisco." Arthur Lira, deputado federal (PP-AL) "O Brasil e o mundo amanheceram tristes com a notícia da morte do Papa Francisco. Líder da Igreja Católica, Francisco nos deixa um legado de amor ao próximo, de determinação na luta pelo fim dos conflitos, de preocupação com o planeta." Duda Salabert, deputada federal (PDT-MG) "Perdemos hoje uma das vozes mais humanas da fé. Papa Francisco foi uma luz progressista que criticou o fascismo, defendeu os pobres, acolheu minorias e denunciou a destruição do planeta. Hoje, o mundo perde mais que um líder religioso. Perde um símbolo de coragem." Frente Parlamentar Católica da Câmara "Com profunda dor e tristeza, a Frente Parlamentar Católica da Câmara dos Deputados se une à Igreja em todo o mundo pela Páscoa de Sua Santidade, o Papa Francisco, que acaba de ser chamado à eternidade. Em tempos confusos, Francisco resplandece como um testemunho de caridade pastoral, de serviço humilde e de firmeza na fé. Herdando o peso das chaves e a cruz da barca de Pedro, ele soube, com coragem, guiar a Igreja pelas águas revoltas de uma era desorientada, não pelo brilho fugaz dos discursos ou pela aprovação dos homens, mas pelo exemplo de suas atitudes e fidelidade ao chamado do Céu. Homem de oração e de gestos marcantes, Francisco compreendeu que a autoridade reside na coerência de uma vida ofertada. Seu pontificado, marcado por um zelo incansável pelos pobres, pelos descartados, pelos menores — ícones do próprio Cristo sofredor — foi expressão viva da misericórdia que não contradiz a verdade. Ainda que o mundo o tenha muitas vezes compreendido mal — ora exaltando-o por motivos terrenos, ora atacando-o por não ceder às pressões do espírito do tempo — os que veem com os olhos da fé reconhecem em seu pastoreio uma alma unida à Cruz, um coração consagrado à vontade do Pai e um olhar sempre voltado ao Alto, guiado por São José. Que Sua Santidade, após ter combatido o bom combate, possa descansar no Senhor, pois deixa na Igreja e em suas ovelhas a marca de um amor que ardeu até o fim. A Frente Parlamentar Católica, em espírito de oração, esperança e fé rende graças a Deus pelo dom da vida de Francisco e se compromete a continuar promovendo, na vida pública, os valores que ele incansavelmente reiterou: a dignidade inviolável da vida humana, o clamor da justiça e do bem comum, a sacralidade do matrimônio e da família, a Igreja em saída, o primado absoluto de Deus em todas as coisas. Papa Francisco, com seu coração rico em Misericórdia, rogai por nós neste Ano Jubilar da Esperança! Deputado Federal Luiz Gastão (PSD/CE) Presidente da Frente Parlamentar Católica na Câmara"

  • 'Pastor com cheiro de ovelha', Papa Francisco eterniza legado de reforma e simplicidade na Igreja Católica
    on 21 de abril de 2025 at 10:27

    Em 12 anos de pontificado, Francisco promoveu reformas na estrutura, no estilo e na visão de Igreja, deixando mudanças que dificilmente serão revertidas. Papa Francisco deixa legado de transformação na Igreja Católica Francisco foi um papa eleito para reformar a Igreja e há elementos de seu legado que dificilmente serão revertidos por um sucessor imediato. Ele morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (21). AO VIVO: Acompanhe a repercussão da morte do papa Algumas das principais mudanças realizadas em seus quase 12 anos de pontificado foram de tipo estrutural e outras de conteúdo, no ensinamento ou no estilo da Igreja. Entre elas: Maior simplicidade no papado; Nomeações de bispos e cardeais com visão de mundo parecida à sua; Normas que tornam a Cúria Romana mais aberta e menos clerical; Mais autoridade e visibilidade às mulheres, postura mais acolhedora aos homossexuais e transgêneros; A “sinodalidade” como estilo de Igreja mais consultivo e participativo; Ensinamentos e gestos sobre pena de morte, meio ambiente e abusos. Papa Francisco no Teatro Municipal do Rio Divulgação Simplicidade no papado Francisco quis reforçar a identidade original do papado: o papa é um sacerdote, um pastor, o sucessor do apóstolo Pedro, e não apenas um monarca. A escolha do nome “Francisco”, em referência ao santo pobre de Assis, era já um sinal. Sua decisão de morar na Casa Santa Marta, uma hospedaria no Vaticano, em vez do suntuoso Palácio Apostólico, foi o primeiro passo. Algo parecido com a decisão do Papa Paulo VI, que, após ser entronado, deixou de usar a chamada “tiara papal”, uma coroa típica dos pontífices, e passou a aparecer publicamente somente com a “mitra”, um chapéu pontiagudo usado por todos os bispos durante as celebrações litúrgicas. Francisco andou em carros populares, com a janela aberta e no banco da frente, e sempre preferiu vestes pouco chamativas. Raramente trocava seus óculos e sapatos. Quando começou a ter dificuldades para caminhar, normalizou o uso da cadeira de rodas. Ele gostava de estar perto do povo e de tocá-lo com as próprias mãos. Importou para Roma um estilo de padre conhecido na América Latina. Desde Buenos Aires, o cardeal-arcebispo Jorge Mario Bergoglio era visto tomando o metrô, como qualquer cidadão. À época, celebrava a missa diária em uma pequena capela, aberta ao público, para estar com o povo e a “Virgem de Luján”. Nas favelas de Buenos Aires, as “villas”, encontrava a gente mais simples e parava para tomar mate. Papa Francisco mostra seu estilo simples no Vaticano Nomeações duradouras Papa Francisco quis que esse estilo de pastor “com cheiro de ovelha”, como dizia, fosse o modelo padrão. Nomeou para cargos de liderança bispos que, em sua visão, tinham uma linha de atuação mais “pastoral”, humilde, atento às devoções populares e pouco apegado a bens materiais. Ele nem sempre acertou, mas muitas dioceses importantes hoje são governadas por bispos que vieram das bases, alguns bastante jovens, e não só das universidades ou dos escritórios. São líderes que, como ele, defendem uma “Igreja saída”, convidativa e aberta a todos. Como disse Francisco na exortação apostólica Evangelii gaudium, “a Igreja ‘em saída’ é a comunidade de discípulos missionários que tomam a iniciativa, que se envolvem, que acompanham, que dão fruto e que celebram”. Ele nomeou novos cardeais em partes do mundo que antes nunca haviam tido um, como Cabo Verde, Tonga, Myanmar, Sudão do Sul, Mongólia, entre outros, e que elegerão o novo papa. Muitos têm menos de 70 anos e tendem a permanecer ativos por muito tempo. Seu sucessor será legitimado por um grupo muito mais multicultural e internacional. A capilaridade de suas nomeações reorganizou as estruturas de governo da Igreja. Nova Constituição da Cúria Romana Antes do conclave que elegeu Bergoglio, os cardeais sabiam que era preciso reformar a Cúria Romana, a sede do governo central da Igreja no Vaticano. Atendendo à demanda, Francisco criou o Conselho dos Cardeais, o “C-9”, formado por nove deles, com o dever de propor uma reestruturação. O resultado de dez anos de trabalho foi uma nova Constituição Apostólica, a Praedicate Evangelium (“Proclamem o Evangelho”, em português), promulgada em 2022. Com ela, o Vaticano adotou postura mais receptiva, atenta a ouvir os testemunhos das igrejas locais do mundo todo, e com o dever de conectá-las entre si. É uma administração menos centralizadora e mais distributiva A nova constituição permite, por exemplo, que qualquer pessoa batizada possa ser um colaborador direto do Papa – e não só os padres e bispos – inclusive em cargos de primeiro escalão no Vaticano. Em outras palavras, pode representar e auxiliar o Papa em sua missão, em qualquer nível de gestão e governo. “Todo o cristão, em virtude do Batismo, é um discípulo-missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus. Não se pode deixar de ter isso em conta na atualização da Cúria, pelo que a sua reforma deve prever o envolvimento de leigas e leigos, mesmo em funções de governo e de responsabilidade”, diz o documento. O papel das mulheres Francisco foi o Papa que mais avançou na ideia de dar às mulheres maior visibilidade e autoridade na Igreja. Nomeou uma dezena para cargos de primeiro e segundo nível no Vaticano, duas delas sucedendo cardeais – as religiosas italianas Simona Brambilla e Raffaella Petrini. Do ponto de vista da fé, ele dizia: “A Igreja é mulher, as mulheres são imagem e figura da Igreja mãe, expressam de modo especial a colaboração. Às reclamações feministas, respondo que Maria é muito mais importante que os apóstolos.” Ele também criou a festa litúrgica de Santa Maria Madalena, discípula de Cristo, colocando-a no mesmo nível dos doze apóstolos. O Papa Francisco temia, porém, a "clericalização" da mulher. Por isso, ele não priorizou medidas mais drásticas, como a possibilidade de ordenar as mulheres para o diaconado – os diáconos têm a função do serviço à caridade e, nas celebrações, cuidam da Palavra e do altar. Permitiu, isso sim, que as mulheres e meninas estejam entre os “acólitos” – no Brasil conhecidos como “coroinhas” ou “cerimoniários” – e que participem da celebração do lava-pés, na Quinta-feira Santa, como discípulas de Cristo. Papa Francisco altera regras da igreja para dar mais funções às mulheres nas missas Sinodalidade como estilo da Igreja A partir de Francisco, o Sínodo dos Bispos jamais será o mesmo. O Sínodo, criado pelo Papa Paulo VI após o Concílio Vaticano II, é um ambiente de encontro dos bispos de todo o mundo com o bispo de Roma, o Papa. Reúnem-se para analisar as necessidades da sociedade e da Igreja, com temas específicos. Mas, na prática, por décadas o Sínodo não funcionou de maneira autêntica. As assembleias eram engessadas por discursos longos, pouco interativos. Os documentos finais muitas vezes já estavam rascunhados antes mesmo da reunião ocorrer. Com Francisco, isso mudou. Para ele, a sinodalidade é o único “estilo de Igreja” possível em nossos tempos. “O mundo em que vivemos, e que somos chamados a amar e servir mesmo em suas contradições, exige que a Igreja fortaleça as sinergias em todas as áreas de sua missão”, dizia Francisco. “O que o Senhor nos pede, em certo sentido, já está todo contido na palavra ‘sínodo’. Caminhar juntos – Leigos, Pastores, Bispo de Roma – é um conceito fácil de expressar em palavras, mas não tão fácil de colocar em prática.” Não se trata de um mero instrumento de pesquisa, nem de transformar a Igreja num “parlamento”, ele insistia. O Sínodo é um modo de viver, de ouvir-se a si mesmos, uns aos outros e, juntos, a Deus, continuamente. É invocar a ação do Espírito Santo na Igreja fundada por Jesus Cristo – nisso ele acreditava. O processo sinodal faz essa dinâmica viva. Na visão do Papa Francisco, todas as pessoas têm um lugar na Igreja. Ele reorganizou o Sínodo, que, embora ainda seja “dos Bispos”, agora envolve todo tipo de gente, de dentro e de fora do catolicismo. O Sínodo sobre a Sinodalidade, que convocou entre 2021 e 2024, foi um convite aos 1,4 bilhão de católicos a pensar na Igreja: como viver melhor a “comunhão, a participação e a missão” a que ela se propõe? Ele colocou os participantes em linha horizontal, às vezes em torno de mesas redondas, e não na vertical, em linha hierárquica. Para Francisco, todos mereceriam ter voz. Pena de morte e meio ambiente É impossível definir o Papa Francisco como “progressista” ou “conservador”, pois a única mudança que ele fez na doutrina da Igreja Católica foi uma atualização no seu posicionamento oficial sobre a pena de morte. Desde João Paulo II e Bento XVI, a Igreja era, em geral, contrária à pena capital, mas havia situações abertas à interpretação. Em 2018, Francisco alterou o Catecismo, documento que resume os ensinamentos da Igreja, para dizer que, a partir de então, “a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa, e [a Igreja] se empenha com determinação a favor da sua abolição em todo o mundo”. Isso é, provavelmente, definitivo. Fora isso, Francisco adotou postura de diálogo com o mundo, com um olhar atento para fora da Igreja. Inseriu no ensinamento da Igreja – o magistério – elementos importantes. Escreveu a primeira encíclica, documento mais importante de um Papa, sobre a questão ambiental, a Laudato si’ (Louvado seja) e afirmou que os problemas sociais e os problemas ambientais têm a mesma raiz, um sistema econômico excludente, individualista e desumano. “A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22)”, escreveu. O Papa se tornou uma referência para os encontros globais sobre o clima (COP). Durante a pandemia da Covid-19, na encíclica Fratelli tutti, lembrou ao mundo que “somos todos irmãos” e “estamos todos no mesmo barco”. Papa Francisco pede proibição mundial à pena de morte Sexualidade e gênero Francisco não mexeu em normas de moral sexual nem revisou a concepção da Igreja sobre questões de gênero. Mas adotou abordagem mais acolhedora e menos normativa, insistindo que na Igreja há lugar para “todos, todos, todos”. “Você é chamado por Deus pelo nome. Você, você, você, todos nós que estamos aqui, eu, todos nós fomos chamados pelo nosso nome. Não fomos chamados automaticamente, fomos chamados pelo nome. Vamos pensar nisso: Jesus me chamou pelo meu nome”, disse ele na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, em 2023. “Fomos chamados, por quê? Porque somos amados. É lindo! Aos olhos de Deus somos filhos preciosos, a quem Ele chama todos os dias para abraçar e encorajar; para fazer de cada um de nós uma obra-prima única e original; cada um de nós é único, é original, e a beleza de tudo isso não podemos vislumbrar”, refletiu. Chamou a Igreja de um “hospital de campanha”: é preciso cuidar das feridas do mundo, e não abordar as pessoas com questionamentos ou imposição de regras. Foi um Papa inimigo da rigidez. Ele se colocou à disposição para encontrar pessoas homossexuais e transgênero, e as ouviu. O passo mais concreto e formal, nesse sentido, foi quando permitiu que todos pudessem receber bênçãos dos padres, inclusive casais em situações consideradas “irregulares”. Essas situações incluem homoafetivos, divorciados em segunda união ou pessoas em união estável, sem se casar na Igreja, por exemplo. As bênçãos são para todos, mas devem ser feitas em privado e discretamente, e não confundidas com um matrimônio, que é um sacramento para um casal formado por homem e mulher – observou a declaração Fiducia supplicans (Confiança suplicante), do Dicastério para a Doutrina da Fé. Ainda assim, “Deus nunca rejeita ninguém que se aproxima dele!”, diz o documento, aprovado pelo Papa. “Em última análise, a bênção oferece às pessoas um meio de aumentar sua confiança em Deus. Pedir uma bênção expressa e nutre a abertura à transcendência, à piedade e à proximidade de Deus em mil circunstâncias concretas da vida, e isso não é pouca coisa no mundo em que vivemos. É uma semente do Espírito Santo que precisa ser nutrida, não impedida.” Papa diz que mulheres trans são "filhas de Deus" Abusos na Igreja Em 12 anos de pontificado, Francisco também teve que lidar com as feridas abertas das vítimas de abusos sexuais, morais e de poder, ocorridos dentro da Igreja ao longo das últimas quatro ou cinco décadas. Com Bento XVI, a Igreja começou a dar os primeiros passos para expor o problema e dar resolução, a ouvir e encontrar as vítimas. Mas foi Francisco quem avançou mais em medidas estruturais. Ele foi o Papa que permitiu à Igreja a tratar abertamente do problema e deixou claro que a proteção dos menores e pessoas vulneráveis é uma responsabilidade de todos. Entre 2018 e 2023, realizou uma série de reformas normativas e organizacionais para que os abusos sejam prevenidos, punidos e jamais acobertados. Francisco falava em “tolerância zero” com abusadores. O principal documento sobre o tema é o decreto Vox estis lux mundi (Vós sois a luz do mundo), que estabelece normas processuais claras e garante que, além dos abusadores, bispos e superiores religiosos respondam por omissão ou cumplicidade. “Os crimes de abuso sexual ofendem Nosso Senhor, causam danos físicos, psicológicos e espirituais às vítimas e lesam a comunidade dos fiéis”, diz o documento. “Para que tais fenômenos, em todas as suas formas, não aconteçam mais, é necessária uma conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e eficazes que envolvam todos os membros da Igreja”, acrescenta. Sobre isso, dois fatos foram emblemáticos no seu pontificado. O primeiro, em 2018, quando percebeu que a Igreja do Chile estava dominada por clérigos que não levavam a sério o problema, convocou os bispos chilenos a Roma e pediu a renúncia de todos – um gesto simbólico, mas, de fato, substituiu alguns. Isso depois que ele mesmo teve que pedir desculpas publicamente após, em visita ao Chile no mesmo ano, ter defendido a presunção de inocência de um bispo acusado por vítimas de acobertar abusos. O segundo momento, quando convocou no Vaticano, em 2019, um congresso sobre o problema dos abusos. O encontro reuniu bispos de diferentes partes do mundo, entre eles os da Cúria Romana, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o problema e incentivá-los a adotar medidas. Ainda assim, Francisco continuou sendo demandado pelas organizações de vítimas para que medidas mais duras fossem tomadas. Papa anuncia medidas para responsabilizar religiosos por abusos Eleito para reformar a Igreja Francisco foi um Papa reformador. No conclave de 2013, após a renúncia de Bento XVI, estava claro entre os cardeais eleitores que era preciso escolher alguém dinâmico e sintonizado com as necessidades do mundo de hoje. Muitos foram convencidos por um discurso de Jorge Mario Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, realizado dias antes do conclave. Na ocasião, ele defendeu a noção de uma “Igreja em saída”, que não fica fechada nos templos mas que sai ao encontro dos que estão fora. Ele acreditava que era preciso enxergar o “Cristo encarnado” em cada pessoa, especialmente nas que mais sofrem. Essa foi a visão de mundo que orientou toda a sua reforma. * Filipe Domingues, 38 anos, foi repórter do g1 e é jornalista especializado em Vaticano. Baseado em Roma, onde vive há nove anos. Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde ensina Comunicação, é também diretor do Lay Centre, uma residência universitária. LEIA TAMBÉM Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica VÍDEOS: brincadeiras, quebra de protocolos e a descontração do papa Francisco Pulmão, intestino e mais: os problemas de saúde enfrentados por Francisco VÍDEOS: 9 vídeos que resumem o papado de Francisco:

  • O papa 'que chora com os migrantes' e 'lamenta a crueldade': a mensagem da Conferência Nacional de Bispos do Brasil
    on 21 de abril de 2025 at 10:23

    Primeiro pontífice latino-americano deixa legado de tolerância e diálogo. Promoveu reformas importantes, acolheu minorias e priorizou os pobres. O Papa Francisco acenando depois de aparecer inesperadamente durante a missa do Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, no Vaticano REUTERS/Yara Nardi A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma mensagem em homenagem ao papa Francisco, que morreu na manhã sesta segunda-feira (21) aos 88 anos. A CNBB relembra momentos marcantes da trajetória do pontífice no papado e o destaca como o papa que "chora com os migrantes", que "pede orações ao povo de Deus" e "lamenta a crueldade". A primeira viagem de Francisco em seu pontificado foi, justamente, para uma região que recebe muitos imigrantes, a ilha da Lampedusa, no sul da Itália. "No local, o pontífice quis manifestar sua proximidade aos migrantes que tinham conseguido atravessar o Mediterrâneo e chorar por aqueles que morreram na travessia", relembra a CNBB. "Logo após ser apresentado ao mundo, na sacada central da Basílica São Pedro, o Papa Francisco surpreendeu os milhares de fiéis que lotavam a praça ao saudá-los com um simples 'Boa noite' e, em seguida, inclinar-se pedindo orações por sua missão à frente da Igreja Católica", destaca a nota, relembrando a humildade do papa. Em julho de 2016, Francisco visitou os campos de concentração nazistas de Auschwitz e Birkenau e pediu perdão a Deus "por tanta crueldade". A CNBB também lembrou das falas do papa sobre os povos da Amazônia, em janeiro de 2018. “Provavelmente, nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios como estão agora”, disse o papa na época, em um encontro com milhares pessoas em Puerto Maldonado, no Peru. Outro gesto marcante de Francisco ocorreu em abril de 2019, quando o pontífice ajoelhou-se e beijou os pés de líderes do Sudão do Sul, que guerreavam pelo controle do país. "Gesto marcante sem precedentes no Vaticano", diz a CNBB. Por fim, a nota também destaca que Francisco foi o papa que "ensinou a partir de sua debilidade". "Francisco não deixou de levar mensagens importantes mesmo com sua fragilidade durante o longo período de internação e após a alta do hospital", diz a CNBB. "Depois de retornar para a Casa Santa Marta, sua primeira aparição pública foi no Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde. Francisco quis estar próximo e se fazer com um daqueles peregrinos". A morte do Papa Francisco Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local. As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz comunicado oficial. Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo. LEIA MAIS Bem-humorado, torcedor do San Lorenzo e primeiro papa latino-americano: conheça a trajetória de Francisco Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco Sé vacante, camerlengo e Colégio dos Cardeais: saiba quem comanda a Igreja Católica após a morte do papa Francisco Alta após quadro de bronquite Francisco ficou internado por cerca de 40 dias com um quadro de bronquite. A primeira hospitalização foi no início de fevereiro. Nos dias seguintes, o papa começou a ter dificuldades para discursar durante audiências religiosas. Ele admitiu publicamente que estava com dificuldades respiratórias e chegou a pedir para um auxiliar fazer a leitura do sermão. No dia 14 de fevereiro, o papa foi internado no hospital Agostino Gemelli para fazer exames e tratar a bronquite. Mesmo hospitalizado, ele continuou participando de algumas atividades religiosas. No domingo (16), ele pediu desculpas por faltar à oração semanal com fiéis na Praça de São Pedro. Já na segunda-feira (17), o Vaticano informou que Francisco estava com uma infecção polimicrobiana — causada por um ou mais microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos. O quadro de saúde do papa foi descrito como "complexo". No dia seguinte, em um novo boletim, o Vaticano anunciou que o pontífice estava com uma pneumonia bilateral. A infecção é mais grave do que uma pneumonia comum, já que pode prejudicar a respiração e a circulação de oxigênio pelo organismo de uma forma geral. O Papa teve alta do hospital após ficar cerca de 40 dias internado. Até a publicação desta reportagem, o Vaticano não havia dado detalhes sobre o funeral do papa Francisco. A Igreja Católica deve se reunir nas próximas semanas para decidir quem será o novo papa. Os desafios do papado de Francisco Papa Francisco acena para fiéis na Praça São Pedro durante celebração da Páscoa, neste domingo (21). Reuters Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos. Seu perfil jovial e descontraído — ele gostava de fazer piadas e brincadeiras — o tornou uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha antes de mais nada conjuntural. A Igreja Católica vivia então um de seus momentos mais delicados. A popularidade em baixa e os escândalos de pedofilia envolvendo padres em todo o mundo são apenas alguns dos desafios que o pontífice enfrentaria durante seu papado. A modernidade também levou Francisco a lidar com outros assuntos delicados para a Igreja, como os direitos LGBTQIA+ e o sexismo. Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos — a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos. Mas também foi criticado por não avançar menos do que o esperado na questão feminina. Francisco terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas. O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos. Discursos políticos e combate à pobreza O pontífice também ficou marcado por discursos políticos durantes sermões. Não poupou críticas a líderes de países em guerra, como o russo Vladimir Putin e o israelense Benjamin Netanyahu. Ele também apontou o dedo para a União Europeia ao citar a crise dos refugiados, que começou durante seu papado, em 2015. Em uma das imagens mais impressionantes e sem precedentes na Igreja Católica, rezou sozinho na sempre lotada Praça São Pedro, no Vaticano, quando a Covid-19 se espalhou pelo mundo e fez vários países decretarem quarentena. Mas o combate à pobreza sempre foi sua prioridade. Ao ser apontado como o novo papa, ele escolheu o nome de seu novo título em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos pobres. O lema de seu papado foi "Miserando atque eligendo" — "Olhou-o com misericórdia e o escolheu", em português. As reformas da Igreja Católica também foram outra marca do papado de Francisco. Ele iniciou um processo de reforma das estruturas da Cúria, que é o governo do Vaticano, com atenção especial para a parte econômica e financeira. Francisco, ‘um grande reformador’ Aos 80 anos, com dores no quadril que, por vezes, o faziam perder o equilíbrio, ele não falava de renúncia, como seu predecessor Bento XVI teve a audácia de fazer. "Estou indo em frente", disse ele na ocasião, contrariando declarações mais melancólicas feitas antes disso, em março de 2015: "Tenho a sensação de que meu pontificado será breve, quatro ou cinco anos". Francisco parecia impulsionado por uma missão urgente: incentivar uma Igreja desertada em alguns países a acompanhar com misericórdia os católicos em situações irregulares. "Podemos falar de uma revolução, nos passos do Concílio Vaticano II" (1962-1965), que abriu a Igreja ao mundo moderno, disse à AFP o especialista em Vaticano Marco Politi, em 2016. Politi classifica Francisco como "um grande reformador” que tentou fazer “com que a Igreja abandonasse a sua obsessão histórica em tabus sexuais". Ele foi o primeiro papa a ter convidado um transexual ao Vaticano e se recusou a julgar os homossexuais. Para Francisco, a Igreja era um “hospital de campanha, não um posto alfandegário", que separa os bons e maus cristãos, disse Politi. O argentino foi eleito, entre outros, para continuar a reestruturação econômica da Santa Sé iniciada sob Bento XVI com, por exemplo, o fechamento de contas suspeitas no banco do Vaticano, por muito tempo acusado de lavagem de dinheiro. "Em termos de doutrina, ela [papa Francisco] não mudou nada. Neste sentido, nunca fez parte dos progressistas", afirmou Politi. Segundo o especialista, o papa não tinha a intenção de ordenar padres casados ou mulheres, e se mostrou horrorizado com o aborto. Ele gostaria que seu trabalho reformista tivesse "uma continuidade". O papa tinha um forte consenso entre os fiéis e, também, entre alguns agnósticos e não-crentes. Mas ele não agradava aos ultraconservadores, que tentavam desacreditá-lo. Bergoglio antes de ser papa O cardeal Jorge Mario Bergoglio em fevereiro de 2013 na Argentina Juan Mabromata/AFP Francisco nasceu em Buenos Aires, em 1936. Seus pais, ambos italianos, chegaram à Argentina em 1929, junto de uma leva de imigrantes europeus em busca de oportunidades de trabalho na América. Arcebispo da capital argentina, ele era considerado um homem tímido e de poucas palavras, mas com grande prestígio entre seus seguidores. O religioso era admirado pela sua total disponibilidade e seu estilo de vida sem ostentação. O argentino também era reconhecido por seus dotes intelectuais, por ser considerado dialogante e moderado, além de ter paixões pelo tango e pelo time de futebol San Lorenzo. Antes de seguir carreira religiosa, Bergoglio formou-se técnico químico. Depois, ingressou em um seminário no bairro de Villa Devoto. Em março de 1958, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, congregação religiosa dos jesuítas, fundada no século 16. Em 1963, Bergoglio estudou humanidades no Chile e voltou à Argentina no ano seguinte para ser professor de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de Santa Fé. Entre 1967 e 1970, foi estudar teologia e acabou sendo ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969. Em menos de quatro anos chegou a liderar a congregação jesuíta local, um cargo que exerceu de 1973 a 1979. Foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, entre 1980 e 1986, e, depois de completar sua tese de doutorado na Alemanha, serviu como confessor e diretor espiritual em Córdoba. Em 1992, Bergoglio foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Em 1997, ele virou arcebispo titular de Buenos Aires. Em 2001, foi nomeado cardeal e primaz da Argentina pelo papa João Paulo II. Entre 2005 e 2011, ocupou a presidência da Conferência Episcopal do país durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar. Na Santa Sé, Bergoglio foi membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina.

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    on 21 de abril de 2025 at 10:09