Um bebê do povo indígena Akuntsú nasceu no sul de Rondônia em 8 de dezembro, um marco histórico: o primeiro registro de nascimento do grupo em mais de 30 anos. A notícia, divulgada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), reacende a esperança para a sobrevivência de um dos povos mais afetados por conflitos territoriais no Brasil.
O povo Akuntsú, que já chegou a ter cerca de 30 integrantes nos anos 80, sofreu uma drástica redução populacional devido a massacres e disputas por terra na região do rio Corumbiara. Até recentemente, a comunidade era composta apenas por três mulheres: Babawru, Pugapia e Aiga.
A mãe do bebê é Babawru Akuntsú, de aproximadamente 42 anos, e o pai é um indígena do povo Kanoé, com quem os Akuntsú mantêm contato diário na Terra Indígena Rio Omerê, localizada entre Chupinguaia e Corumbiara. A Funai acompanhou a gestação de Babawru, garantindo atenção especial à saúde da mãe e do bebê, sempre respeitando os costumes e a cultura do povo Akuntsú.

“Ambos os povos em números reduzidos, por diversos conflitos na disputa do seu território, com as frentes de colonização. O nascimento dessa criança traz novas expectativas de vida e renasce a esperança de continuidade do povo”, declarou a Funai. A história do povo Akuntsú é marcada por resistência e luta pela preservação de sua língua e tradições, mesmo após décadas de contato com a sociedade não indígena.
O contato oficial com os Akuntsú ocorreu em 1995, quando restavam apenas sete indígenas. Mortes e acidentes reduziram ainda mais a população ao longo dos anos, chegando a apenas três mulheres em 2009. O nascimento do bebê representa, portanto, um recomeço e um símbolo da resiliência de um povo que lutou para não ser apagado da história.
Com informações do Portal Amazônia.









