Uma importante peça do acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) retornou a Belém (PA) no dia 17 de outubro. A obra “De India utriusque re naturali et medica”, um livro raro do século 17, havia sido furtada em 2008 e foi recuperada em Londres (Reino Unido) graças a uma colaboração entre autoridades brasileiras e internacionais.
A obra, escrita pelo médico e naturalista holandês Guilherme Piso e publicada em Amsterdã em 1658, foi apresentada em cerimônia com a presença do diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, e do delegado da Polícia Federal, Cledson Silva.
Nilson Gabas Júnior destacou a importância do livro: “É uma obra monumental, construída a partir de observações do autor durante o período da colônia holandesa. Ela descreve a flora, a fauna e as práticas médicas indígenas do território brasileiro. É uma das primeiras e mais relevantes obras sobre a história natural e medicina tropical do Brasil. O retorno dessa obra é fundamental, um símbolo de um patrimônio que atravessa séculos de história e conhecimento.”
O delegado Cledson Silva enfatizou o orgulho da Polícia Federal em realizar a entrega. “Por meio da cooperação interinstitucional e internacional, conseguimos viabilizar a devolução desta obra ao Museu Goeldi”, afirmou.
Escrito em latim, o livro reúne pesquisas sobre história natural, geografia, meteorologia e etnologia. Sua publicação pela editora holandesa Louis Elsevier aumenta ainda mais sua raridade. As duas obras mais antigas do acervo do museu datam de 1554 e 1628.
A recuperação faz parte de um esforço maior para recuperar 60 publicações furtadas do Museu Goeldi, sendo que outras quatro já foram devolvidas pela Polícia Federal em 2024.
A Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, que abriga a obra, possui um acervo de 350 mil exemplares, incluindo 4 mil obras raras. É um importante centro de pesquisa em áreas como Antropologia, Arqueologia, Botânica, Zoologia e outras.
Após a identificação do furto, o Museu Goeldi, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), investiu em segurança, incluindo a construção de uma sala-cofre, sistema de monitoramento eletrônico e controle de acesso, climatização e sistema de combate a incêndio. “Essas ações garantem a preservação das obras raras do Museu Goeldi com eficiência, segurança e durabilidade”, explicou Nilson Gabas Júnior.
Com informações do Museu Goeldi











