O saneamento básico, o acesso à água potável e a adaptação das cidades às mudanças climáticas foram alguns dos temas centrais debatidos na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro. A organização não governamental (ONG) Mandí, liderada por mulheres amazônidas, teve um papel importante nesse debate.
A diretora-presidente da Mandí, Camila Magalhães, explicou que o objetivo da participação na COP30 era justamente levantar as principais dificuldades e apresentar possíveis soluções para o saneamento básico, tanto nas cidades amazônidas quanto em outras regiões do país e do mundo.
“Nós, da Mandí, vemos o saneamento básico como um problema grave não só aqui na Amazônia, mas em todo o Sul Global. Participar de um evento como a COP30 é fundamental para mostrar a importância de políticas públicas e investimentos nessa área, e para deixar claro que não é possível combater a crise climática sem garantir o acesso à água e ao saneamento para todos”, comentou Camila.
Durante a COP30, a Mandí realizou diversas ações, como a Expedição pelos Rios Urbanos, que percorreu o Rio Tucunduba, desde a nascente até a foz. O objetivo era estimular a reflexão sobre a importância das bacias hidrográficas e a adaptação das cidades aos rios.
“Nossas atividades se concentraram em três eixos: educação, mobilização e pressão por políticas públicas. Além da expedição, promovemos debates, oficinas e apresentamos soluções como sistemas de filtragem de água e arborização urbana”, explicou Camila.
Camila Magalhães ressaltou a importância do envolvimento da sociedade nas discussões sobre água, saneamento e clima. “A COP30 abriu um espaço importante para esse debate, mas é fundamental que a população se sinta parte do problema e das soluções. E para aqueles que estão no poder, o nosso pedido é que considerem o saneamento básico como uma prioridade na luta contra as mudanças climáticas”, concluiu.
A participação da Mandí na COP30 faz parte da iniciativa Banzeiro da Esperança, uma parceria entre a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a Fundação Rede Amazônica (FRAM) e a Virada Sustentável, com patrocínio do Banco da Amazônia (BASA). A iniciativa busca promover a conexão, a troca de saberes e a transformação em prol da Amazônia.
A entrevista com Camila Magalhães faz parte de uma série especial dedicada à COP30, veiculada no programa ‘Bate-papo na CBN’, da rádio CBN Amazônia Belém (102,3 FM).









