A 15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos (MCDH) chega a Manaus entre os dias 26 e 29 de novembro, com entrada gratuita no Cineteatro Guarany, localizado na Villa Ninita, anexo ao Palácio Rio Negro (Avenida Sete de Setembro, 1546, Centro). O evento, que faz um paralelo com as discussões da COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, aborda a emergência climática, a justiça ambiental e a realidade de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos.
A mostra destaca que esses grupos são os mais afetados pela crise climática, mas também detêm práticas sustentáveis importantes para o futuro. A programação inclui filmes e debates, com curadoria de Beatriz Furtado (UFC) e Janaina de Paula, que exploram temas como território, ancestralidade, memória e preservação ambiental.
A cineasta Sueli Maxakali, liderança indígena do povo Tikmũ’ũn e referência no cinema nacional, é a homenageada desta edição. Seu longa mais recente, “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025), que narra a busca pela família separada durante a ditadura militar, será exibido na abertura da Mostra em todas as capitais participantes.
Entre os filmes em destaque estão “Curupira e a Máquina do Destino”, de Janaína Wagner, que mistura mito e história recente da Amazônia; “Pau D’Arco”, de Ana Aranha, sobre a luta por justiça no Pará; “SUKANDE KASÁKÁ | Terra Doente”, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal, que denuncia a contaminação de terras indígenas por agrotóxicos; e “Amazônia sem Garimpo”, de Tiago Carvalho e Julia Bernstein, uma animação sobre os impactos da mineração ilegal.
A programação é dividida em sessões temáticas: Terra/Nêgo Bispo (resistência quilombola e desastres ambientais), Águas/Antônia Melo (conflitos hídricos e comunidades afetadas), Floresta/Raoni (ameaças à Amazônia e disputas territoriais) e uma sessão infantil com filmes que incentivam a preservação da natureza.
Todos os filmes terão janela de Libras e legendas para pessoas com deficiência auditiva. Após as exibições, haverá debates com acessibilidade em Libras.
Em todas as cidades participantes, a Mostra também realizou uma oficina de cinema e direitos humanos, com o tema “Imagens do comum: cinema, educação e direitos humanos”. Em Manaus, a oficina ocorreu nos dias 8 e 15 de novembro no Ifam, com o objetivo de capacitar agentes culturais e educadores a usar o cinema como ferramenta de transformação social.
Criada em 2006, a Mostra Cinema e Direitos Humanos é uma iniciativa do Governo Federal para promover a educação e a cultura em direitos humanos através do audiovisual brasileiro.
Programação completa:
- 26/11 (quarta-feira): “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá”
- 27/11 (quinta-feira): Sessão infantil com “Amazônia sem Garimpo”, “No Início do Mundo” e “Chico Bento e a goiabeira maraviósa”. Sessão Nego Bispo com “Eu Sou Raiz”, “Ainda Há Moradores Aqui” e “Pau D’Arco”.
- 28/11 (sexta-feira): Sessão infantil com “Ga vī: A Voz do Barro” e “Òsányìn: O Segredo das Folhas” e “Do Colo da Terra”. Sessão Antônia Melo com “Kutala”, “Rio de Mulheres”, “Cerrado, Coração das Águas”, “As Lavadeiras do Rio Acaraú” e “Volta Grande” e “Rua do Pescador, Nº 6”.
- 29/11 (sábado): Sessão Raoni com “SUKANDE KASÁKÁ | Terra Doente”, “Faísca”, “Grão” e “Curupira e a Máquina do Destino”. Sessão de encerramento com “Sede de Rio”.











