18 de outubro de 2024

Micro e Pequenas Empresas Lideram Geração de Empregos em Julho

Pequenos Negócios Respondem por Quase 80% das Vagas de Emprego no Brasil

As micro e pequenas empresas (MPEs) continuam a ser a força motriz por trás da criação de empregos formais no país. No mês de julho, aproximadamente 79,8% das vagas de emprego abertas no Brasil foram geradas por pequenos negócios. Isso equivale a 113,8 mil postos de trabalho de um total de 142,7 mil. Esses dados foram divulgados em primeira mão pela Agência Brasil e são provenientes de um levantamento conduzido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em média, isso representa cerca de 3.670 vagas formais criadas a cada dia.

O número de empregos gerados pelas MPEs é quase seis vezes maior do que o total de contratações feitas por médias e grandes empresas (MGEs), que absorveram 13,5% das vagas (19.229 empregos). Outros segmentos que contribuíram incluem instituições sem fins lucrativos (3.813 empregos), pessoas físicas (6.032 empregos) e a administração pública (-200 empregos).

O levantamento do Sebrae classifica como microempresas aquelas com até nove funcionários (agropecuária, comércio e serviços) ou 19 funcionários (indústria e mineração), enquanto as pequenas empresas podem ter até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviços) ou 99 funcionários (indústria e mineração).

Sete Meses de Crescimento Contínuo

Este estudo utiliza dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo positivo de julho marca o sétimo mês consecutivo de crescimento. A última vez que as MPEs tiveram um mês com mais demissões do que contratações foi em dezembro, um período tradicional de redução de empregos devido ao término de contratos temporários ligados às festas de fim de ano.

O desempenho das MPEs em julho de 2023 só ficou atrás do registrado em janeiro, quando elas foram responsáveis por 81% das novas contratações.

Os principais impulsionadores da abertura de vagas nas MPEs em julho foram os setores de serviços (46,7 mil empregos), construção civil (26,1 mil empregos) e comércio (25 mil empregos). Algumas atividades se destacaram, incluindo construção de edifícios (8,6 mil empregos), restaurantes e estabelecimentos de alimentação e bebidas (5,8 mil empregos) e transporte rodoviário de carga (4,4 mil empregos).

No caso das MGEs, a abertura de empregos com carteira assinada concentrou-se principalmente na indústria de transformação (6,5 mil empregos), serviços (5,8 mil empregos) e agropecuária (4,7 mil empregos).

Acumulado do Ano

Considerando o acumulado de 2023, a participação proporcional das MPEs na geração de empregos formais é um pouco menor, mas elas ainda lideram com folga. Das 1,1 milhão de vagas criadas no Brasil, 825,4 mil empregos foram gerados pelas MPEs, o que representa 70,8%, em comparação com os 16,4% das MGEs.

Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, esses números refletem a confiança dos pequenos empreendedores no aquecimento da economia. Ele afirma: “A partir de indicadores cada vez mais positivos, somados ao controle da inflação e à perspectiva de continuidade na queda da taxa de juros, os donos de pequenos negócios estão retomando o otimismo. É a confiança de que o país é capaz de acelerar o ritmo de crescimento que faz os empreendedores criarem vagas de emprego.”

Em julho e no acumulado do ano, todos os estados e o Distrito Federal apresentam saldo positivo de empregos formais nas MPEs.