O mercado financeiro ajustou as expectativas para os principais indicadores econômicos do Brasil, refletindo uma dinâmica de incertezas. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (2), a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, passou de 4,63% para 4,71% em 2023.
Ao mesmo tempo, a projeção para o crescimento do PIB subiu de 3,17% para 3,22%, consolidando um cenário de recuperação econômica mais robusta do que o esperado anteriormente.
Inflação: como o mercado está ajustando as expectativas
A previsão de inflação para 2023 está acima do teto da meta de 4,5%, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Confira as projeções atualizadas:
- 2023: 4,71%
- 2024: 4,4% (também acima da meta para o ano, de 3%).
- 2025 e 2026: 3,81% e 3,5%, respectivamente.
Mudança no sistema de metas
A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, que fixa o centro da meta de inflação em 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em outubro, o IPCA avançou 0,56%, impulsionado por itens como habitação e alimentos. No acumulado de 12 meses, a inflação registra 4,76%, segundo o IBGE. Os dados de novembro serão divulgados no próximo dia 10.
Juros básicos: Selic e seus impactos
A taxa Selic, principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, está atualmente em 11,25% ao ano, após uma série de cortes promovidos pelo Copom (Comitê de Política Monetária). No entanto, o mercado espera novos aumentos na próxima reunião, marcada para os dias 10 e 11 de dezembro.
Projeções para a Selic nos próximos anos
- 2024: 11,75% ao ano.
- 2025: 12,63% ao ano.
- 2026 e 2027: queda gradual para 10,5% e 9,5%, respectivamente.
Como os juros afetam a economia?
Quando a Selic sobe:
- Objetivo: Reduzir a demanda para conter a inflação.
- Impacto: Crédito mais caro e estímulo à poupança, mas pode desacelerar o crescimento econômico.
Quando a Selic cai:
- Objetivo: Estimular o consumo e a produção.
- Impacto: Crédito mais barato, incentivando a atividade econômica, mas com menor controle sobre a inflação.
PIB: crescimento acima das expectativas
O mercado também revisou para cima a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que agora deve fechar 2023 com alta de 3,22%.
No segundo trimestre, o PIB cresceu 1,4% em relação ao primeiro trimestre e 3,3% na comparação anual. Em 2023, o IBGE registrou um crescimento acumulado de 2,9%, totalizando um valor de R$ 10,9 trilhões.
Projeções para os próximos anos
- 2024: crescimento de 1,95%.
- 2025 e 2026: expansão de 2% ao ano.
Projeção para o dólar: cotação até o fim do ano
O mercado financeiro ajustou também a expectativa para a cotação do dólar, que deve fechar 2023 em R$ 5,70. Para os próximos anos, as previsões são:
- 2025: R$ 5,60.
A alta da moeda norte-americana reflete as incertezas globais e os desafios fiscais domésticos.
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Snippet destacado:
Previsão de inflação sobe para 4,71% em 2023, acima da meta. PIB deve crescer 3,22%, e dólar é estimado em R$ 5,70 até o fim do ano.