Médica é sentenciada a quase 20 anos de prisão por liderar grupo criminoso que praticava tortura e extorsão em Rondônia
Uma médica foi condenada a 19 anos, 6 meses e 10 dias de prisão em regime fechado por liderar um grupo criminoso responsável por tortura, extorsão qualificada e roubo com violência em Porto Velho. A sentença foi proferida na última sexta-feira (19) pela 2ª Vara Criminal da cidade, após investigação da Operação “Cruciatus”.
Além da médica, outros três membros do grupo também foram condenados. Um deles recebeu a mesma pena da líder, 19 anos, 6 meses e 10 dias de prisão em regime fechado. Outro foi condenado a 10 anos e 4 meses de reclusão, também em regime fechado, enquanto o quarto réu terá que cumprir 2 anos de prisão em regime aberto. As identidades dos condenados não foram divulgadas pelas autoridades.
A condenação é resultado de um trabalho investigativo do Ministério Público de Rondônia (MPRO), conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). As apurações tiveram início em uma operação anterior e foram aprofundadas com a Operação “Cruciatus”.
De acordo com o MPRO, em dezembro de 2024, a vítima foi atraída sob o pretexto de uma oportunidade de emprego em Porto Velho, onde foi submetida a intenso sofrimento físico e psicológico. Ela foi agredida, ameaçada de morte, teve sua liberdade restringida e foi forçada a presenciar a simulação de um disparo de arma de fogo, com a violência sendo incentivada por meio de videochamada. Conforme o MP-RO, “a vítima foi atraída com a promessa de um trabalho e passou por intenso sofrimento físico e psicológico”.
Sob coação, a vítima foi obrigada a assinar um documento que garantia vantagem financeira indevida aos criminosos e teve seu celular roubado. A Justiça determinou o pagamento de indenização mínima de dez salários-mínimos à vítima. Os condenados que já estavam presos continuarão detidos, cumprindo o regime definido na sentença.
O Ministério Público informou que encaminhará as provas ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para que seja realizada uma apuração ética da médica condenada, considerando que sua conduta é incompatível com os princípios da profissão. O CRM ainda não se manifestou sobre o caso.
Com informações do G1











