O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou nesta quarta-feira (12) que o Itamaraty ainda não foi oficialmente notificado sobre a eventual redução da tarifa extra imposta pelos Estados Unidos ao café brasileiro. A declaração ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, mencionar a possibilidade de diminuir “algumas tarifas” sobre as importações de café.
Vieira, que está no Canadá para participar de um encontro de chanceleres do G7, grupo das sete economias mais ricas do mundo e países convidados, se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio. “Todas as notícias relativas a tarifas, à redução e à volta ao ambiente anterior são sempre auspiciosas e muito bem-vindas”, afirmou Vieira após o encontro.
“Eu vi hoje [quarta-feira] pela manhã, quando acordamos aqui no Canadá, a notícia de que haveria redução das tarifas sobre o café. Não fomos abordados por nenhuma autoridade. Espero que isso esteja em andamento — vai para a nossa embaixada em Washington e a nossa embaixada em Brasília. É evidente que é uma notícia muito importante para a economia brasileira”, completou o ministro.
Declarações de Trump
Em entrevista à emissora Fox News na terça-feira (11), Donald Trump afirmou que pretende reduzir “algumas tarifas” sobre as importações de café, sem especificar quais países seriam afetados ou a dimensão da redução. A declaração foi feita durante uma discussão sobre o desempenho da economia norte-americana e os preços da carne.
“Vamos reduzir algumas tarifas do café. Vamos permitir que entre um pouco de café [no país]. Vamos resolver tudo isso muito rápido, facilmente. É cirúrgico. Mas os custos estão bem mais baixos”, disse Trump.
Contexto da sobretaxa
O Brasil é o principal fornecedor de café para os Estados Unidos, mas o produto está sujeito a uma sobretaxa de 50% imposta pelo governo Trump. Essa medida contribuiu para o aumento dos preços do café nos EUA, que enfrenta um período de forte inflação.
Em outubro, durante um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Malásia, Trump reconheceu que os EUA estavam “sentindo falta” de alguns produtos brasileiros, citando o café como exemplo. O encontro sinalizou o início de um diálogo para reverter as tarifas, sem um prazo definido. Lula afirmou no último dia 4 que, caso as negociações não avancem até o final da COP30, em Belém, entrará em contato com Trump novamente. Os Estados Unidos não enviaram representantes para a conferência do clima.
