Conheça a trajetória da professora que gravou mais de 400 histórias de vida para o Museu de Gente, contribuindo para preservar a identidade local.
Maria de Nazaré Figueiredo da Silva, nascida em 1949 em Chaves, na Ilha de Marajó (PA), é a dama da memória, educação e cultura de Rondônia. Sua história, marcada por dedicação à educação e atuação como memorialista, revela seu papel fundamental na construção da identidade local.
A Educadora que Marcou Gerações
Após estudar em Belém e formar-se no magistério, Maria Nazaré mudou-se para Porto Velho em 1972, tornando-se professora de língua portuguesa em diversas escolas. Contribuiu diretamente para o desenvolvimento educacional de Rondônia, lecionando e ocupando cargos de direção.
Multiplicidade de Atuações
Além de sua notável carreira na educação, Nazaré teve participação essencial na fundação do Arraial Flor do Maracujá, evento folclórico de destaque no estado. Sua atuação também se estendeu ao Centro de Documentação História de Rondônia (CDH-RO) e à Biblioteca Pontes Pinto.
Projetos pela Preservação Cultural
Nazaré coordenou projetos voltados para bibliotecas e museologia, ministrando cursos patrocinados pelo Ibram e pela Biblioteca Nacional. Sua dedicação incluiu a doação de milhares de livros e equipamentos para bibliotecas estaduais, promovendo a difusão da literatura e cultura local.
Museu de Gente
Com sua ideia de transformar histórias comuns em documentos públicos, Maria Nazaré realizou um feito grandioso entre 2016 e 2017. Sozinha, gravou 413 entrevistas para o Museu de Gente, um projeto que ela ajudou a fundar. O material, disponibilizado em DVDs e no YouTube, destaca a diversidade de personagens rondonienses.
Persistência e Ética
Mesmo diante da desistência do Estado em subsidiar o projeto, Nazaré custeou parte das ações, comprometida com os entrevistados. Sua abordagem inclusiva e ética registrou não apenas figuras públicas, mas também a história dos anônimos, preservando a riqueza da diversidade cultural.
Legado e Reconhecimento
Maria Nazaré, aos 74 anos, continua ativa e dedicada à preservação da memória. Seu reconhecimento vem não apenas de cargos de destaque na gestão pública, mas da admiração de seus alunos, colegas de trabalho e da sociedade que reconhece sua contribuição excepcional para a educação e cultura de Rondônia.